sábado, 30 de dezembro de 2006

Bienvenue 2007!

Pois eh...
Provavelmente esse é meu último post de 2006. Daqui há algumas horas muda apenas um número no nosso calendário cristão. Será?! Então o ano-novo é apenas isso? Todo mundo de branco, simpatias, adeus ano velho, abraços, desejos de paz mundial, queima de fogos... e no dia seguinte a sensação de que o cotidiano é o mesmo?
Ontem foi o aniversário de um grande amigo aqui... fizemos a festa dele acontecer... e o clima estava tão agradável que nem importaria se tivesse 10 pessoas ou duas, três... a festa aconteceria do mesmo jeito. E, nessa festa, pensei em muitas coisas que aconteceram comigo nesse ano, que confesso: de estático nem teve nada.
Sim, eu poderia estar em Foz, ter minha vida susse, namorando, trabalhando, etc. Mas tenho certeza de que eu não estaria feliz. Precisava dessa turbulência. É bem verdade que estou com mais dúvidas do que quando cheguei aqui, há quase um ano, cheio de sonhos, cinco malas apenas. No entanto agradeço imensamente a Deus por tudo isso. As dúvidas são importantes, pois fazem ver que nunca somos infalíveis.
Bienvenue, 2007!!!
bem, é isso...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Pois eh...
Esses dias que antecedem 2007 pra mim são um pouco melancólicos. Talvez esse ano seja mais pelo fato de eu estar aqui. Soma-se a isso o fato de que essa cidade simplesmente pára em janeiro: todo mundo some. Enfim...
Hoje foi o último dia, dito "oficial" de expediente. O meu chefe fez um discurso bem bonitinho, simples. Ganhei presentes desde a hora em que pisei os pés aqui: de alunos e professores, foi bastante legal, nem esperava.
A verdade é que conversando com uma professora, dias atrás, confessei pra ela que nunca me senti uma pessoa tão perdida, esse ano de 2007 pra mim será uma completa incógnita... e isso me incomoda: nem tenho planos concretos de nada, não sei simplesmente o que fazer, pensar, agir, experimentar, sentir, vivenciar. Já me senti perdido algumas vezes, mas nunca como agora. No entanto, tenho a plena ciência de que esses questionamentos cabem apenas a mim.
Deus sabe quantos desejos, aspirações e sonhos eu tenho pra esse ano que inicia, pois afinal eu acredito sim que uma simples passagem de número, de data, de calendário implica em algo mais do que um X na data anterior. Espero que eles se cumpram, mas dessa vez nem quero pedir nada, a não ser saúde [mental, física] pra enxergar esse mundo à minha frente.
bem, é isso...

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Coletânia de Coisinhas de Fim-de-Ano

Sempre quando leio os post da Jackou [www.xaspimburiu.blogspot.com. Sim, isto é um mershandising, acho que é assim que se escreve] dou ótimas risadas, seja pela maneira interessante de ver as coisas, pelo jeito de reclamar ou ainda de achar um saco não ter idéia nenhuma pra escrever algo bacana. Sim, ela é o que algumas pessoas chamam de perfeccionista. Eu diria que ela é uma sábia metódica. Mas enfim...
O fato é que o post mais recente dela me fez pensar sobre algumas coisas, esquisitices e outras nomenclaturas minhas:
  1. Costumo dizer que sou uma pessoa romântica mas com os pés no chão. Mentira: só não sonho mais do que os contos de fadas por falta de espaço.
  2. Por muito tempo me fiz acreditar que sou um bom cozinheiro. Tirando as vezes em que queimei um bolo, joguei um bife no teto e ele ficou lá, grudado, taquei fogo no fogão, fiz kafta [um prato árabe que meus amigos comeram mais por piedade do que por gosto] e as pessoas olhavam pro prato com desconfiança, tiro toda a água do miojo e coloco o tempero direto no macarrão, qdo acordo de mau humor ou lesado esqueço algum tempero, queimo o arroz, deixo cozinhar demais o macarrão, salgo o feijão, invento umas misturas nada convencionais, bla bla bla...
  3. Me fiz pensar também que sou um menininho doce, calmo, angelical. Bem: se me der trela converso com qualquer um no meio da rua, falo alto, de doce só tenho a cara, falo mal de quem eu não gosto com uma sensaçãozinha de culpa de five minutes , dou presentes pras pessoas assim, do nada [quase sempre acho que é pra inconscientemente buscar algum tipo de aprovação, sei lá], adoro fervo, barraco, briga, boteco sujo, cafonice, lugares escrachados, xingar quando der vontade. Tem gente que simplesmente tem ojeriza [oun, que palavrinha difíciuuuuu] a essas coisas, mas me sinto bem melhor desse jeito do que me policiando 24 h por dia por causa de convenções. No entanto, nem sou de chocar. Sou desses que o jeitão esconde muita coisa...
  4. Indisciplinado com grana e relacionamentos. Minhas investidas nessas duas coisas não andam muito bem...
  5. Qdo quero fazer alguma coisa, mesmo que eu quebre a cara depois, simples assim, faço. Foi assim com minha tatoo, com minha mudança de cidade, quase todas as saídas de emprego, as idéias mirabolantes, etc e tal.
  6. Me faço de cético quando na verdade sou místico.
  7. Tento disfarçar, mas sou alguém extremamente carente [pelo amor... não força... rs] .
  8. Além disso, inseguro demais.
  9. Quando criança, até me simpatizava com papai noel. Hoje, quando vejo esses caras com uma barba e enchimento falso só pra ganhar uma graninha extra, me vêm a mente: bêbados, comedores de criancinhas, sósias daquele palhaço dos simpsons, etc.
  10. Odeio trabalhar, apesar de pegar no batende desde os 14. Sou um vagabundo reprimido pela necessidade de sobrevivência, simples assim.
  11. e outras cositas más que eu nem lembro, mas quem se lembrar de uma, é só dar um toque!

Bem... A Jackou disse que fim de ano, essa atmosfera de parentagem, natal, dingo bell, adeus ano velho deixa ela deprimida. Eu já fiquei assim um dia, principalmente quando adolescente. Hoje esse período pra mim é duma confusão tão grande... torço logo pra que venha a calmaria de janeiro. Mas fato é que cerca de duas semanas eu me permiti entrar um pouco nesse clima de reflexão e avaliação, de modo que algumas coisas já surgem na minha cabecinha. Deveríamos olhar mais pra essência das festas de fim de ano, independentemente de crença ou opinião e tentar captar alguma coisa delas pra nossa vida. Pelo menos é isso que eu estou tentando...

It's all...

domingo, 10 de dezembro de 2006

10 de dezembro

Minha rinite nem dá trégua, toh super atacado. Me mudei de lugar... agora moro num quartinho alugado, bem bacana, não fosse longe do centro e outras coisinhas que nem toh afim de escrever aqui.
Visitei um amigo meu ontem, foi super legal revê-lo. Fomos a um barzinho, aconteceu uma coisa nem tanto agradável pra outro amigo que estava comigo... e por isso azedou o clima [suponho] e fomos embora, mesmo com aquela atmosfera de "ignorar". Nem culpo ninguém que faça isso, tb ajo assim quase sempre. Na verdade eu acabei por solidarizar com meu amigo, mesmo não dizendo porra nenhuma, mesmo ele sendo super grosso e tal. Fiquei na minha, até pq momentos atrás estávamos rindo pra caramba e falando dos tipos de gente que a gente costuma ficar: o Vitor com as pessoas ditas "certinhas", o Ricardo com os mais parecidos com ele mesmo, passados alguns critérios que ele estabelece. E eu... bem... eu fico com pessoas estranhas. Que coisa...
As lojas aqui estão cheias, dingo bell, dingo bell, comprinhas pro natal, 13º, eita nois!!! Sem contar a apresentação das criancinhas, que até agora nem tirei um tempinho pra ver. Do jeito que sou, é capaz de passar batido...
Vim pra uma lan house, espantar o tédio de meu domingo, desse momento, pensar em algumas coisas. Ouvir um sonzinho, ver gente, essas coisas.
Assim eu terei mais coisas interessantes e, consequentemente, post mais legais e úteis do que esse.
Bem, é isso...

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Eu tive um sonho

"Eu tive um sonho/ vou te contar/ eu me atirava do 8º andar/ e era preciso voar pelas escadas/ pra não morrer e não me machucar/ é o que devemos fazer... não temos que ter medo... é o que devemos fazer..."
Eu tive um sonho estranhíssimo. Dentre outras coisas, pessoas e situações, me lembro claramente de eu no começo do sonho fazer vários nós numa corda... e no fim dele eu desamarrava esses nós... e me sentia relax com aquilo.
Tive um dia meio conturbado. Resolvi fazer o teste HIV [campanha do dia 1º de dezembro, neuroses na cabeça. Pudera: tive algumas relações esse ano sem camisinha. Como cristão, e particularmente como católico, deveria ser contra relações sexuais antes do casamento, entre relacionamentos com pessoas do mesmo sexo, casaizinhos de namorados, etc e tal. No entanto, como trabalhei 6 anos com jovens, e sei que quase todos os jovens possui uma vida sexual ativa e sei também que boa parte desses mesmos que tive contato "de dia acendem uma vela pra um santo e à noite... bem... entenderam, né"? , o mais correto é se proteger e tentar viver bem, simples assim. Penso que o problema do sexo não se resume no ato em si, mas nas motivações, consequências, segurança. Mas esse assunto é pra outro post] e presenciei duas cenas que me chocaram.
A primeira era ver um menininho de uns três anos, no máximo. Um garotinho elétrico, sorridente, bonito, fofinho. Um senhor que estava com ele, a certa altura da conversa, conversando com outro moço, baixou as calças do garoto e lá estavam algumas manchinhas vermelhas na perna do piá. Bleh!
A segunda situação, algumas horas depois dessa, simplesmente cruel: uma moça bem simples saindo da sala com o resultado na mão, dizendo baixinho, mas o suficiente para as pessoas que estavam sentadas perto da porta ouvirem: "acho que eu vou ver Deus mais cedo", uma coisa assim. E dava risada, conversava como se nada tivesse acontecido. Uma senhora que estava sentada ao meu lado virou-se pra mim, logo depois de ver o exame da moça [ela estava como acompanhante] e disse, em tom de desabafo: deu positivo...
Bem, pra encurtar a conversa: fiquei quase quatro horas no centro de orientação. E quero aqui registrar meu agradecimento aos profissionais do lugar, nem parece que é serviço público de saúde. Não é atoa que o programa DST/AIDS brasileiro é considerado um dos melhores do mundo.
Depois, vim trabalhar e os alunos aqui estavam chatos, essa que é a verdade. Quando menos esperava, ganhei um livro de presente de uma aluna. Disse ela que era presentinho de natal. Achei tão bacaninha o gesto que daquele momento em diante, meu resto de dia ficou mais leve.
Sabe, quando acordei, hoje, depois desse sonho e refletindo o meu dia anterior ví que boa parte das neuroses que a gente têm são tão simples de serem resolvidas! Aconteceram muitas coisas, minha cabecinha de vento continua com uma porção de dúvidas, medos e monstros. E quer saber? Simplesmente não sei lidar com nada disso. Apenas sei que preciso aceitá-las como parte de mim, desencanar com esses diabos e seguir meu caminho. Da melhor maneira que eu puder. Dum jeito que no saldo final do balanço de nossas ações, eu esteja com a conta positiva.
Sou um meninogarotohomemnonsense com uma porção de defeitos: sou neurótico, chato, ácido, impulsivo às vezes, grosso, semvergonha, e tudo e tal. Mas tenho qualidades, à espera de que eu dê mais atenção daqui pra frente à elas e que mais pessoas apreciem esse estranho ser.
p.s.: Ah! o resultado do meu teste foi, graças a Deus, negativo!

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Lado A/Lado B


Materiais para fundição. Ato de fundir: transformar alguma coisa em outra, a grosso modo. Esfihas, agrado, viagem, vela, moedas esparramadas no chão, Nossa Senhora. Artigo interessantíssimo falando de amor. Avaliação constante, medo de admitir que fracassei, simples assim. Budapeste: narração em primeira pessoa, genial. Como este blog simples, medíocre. Mas meu.
Tempo nonsense. HSBC preparando o palácio avenida pra mais uma daquelas apresentações das criancinhas sofridas com belas vozes, emocionante. Tudo para um natal mais feliz [e consequentemente dar um "up" na imagem do banco].
Vias de sair da casa onde por um bom tempo residi lá. Simples assim. Como meus estranhíssimos, curtíssimos, cabalísticos, desastrosos e o escambal de relacionamentos. Uma pergunta dum amigo que por sinal faz aniversário hoje, novembro 28: "o que é que te prende aí"?
Nada. Essa foi minha resposta, simples assim.
Depressão, talvez? Necas. Apesar de tudo, amo muito minha vida. Ainda que nem sempre eu tenha dado atenção pra ela como merecia. Apenas a constatação de que hoje, e tão somente hoje, eu me sinto um stuped guy. Simples assim.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006


Pois que és indivisível
és carne
carne de todas as carnes
carne de chuva
carne de sol
Pois que habitas em ti mesmo
carne do sorriso
carne do escárnio
carne tabelada
carne carmin
carne escarlate
Posto que és carne
e porque hoje é sábado
serás sempre carne
carne moída
carne de primeira
carne de pescoço
carne de mim.
(SOLDA/LEMINSKI)

Pois eh: há duas semanas atrás, na feira do livro na praça osório, achei esse poema tão interessante que pedi uma caneta e papel pra vendedora de livros e na caruda copiei.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Americam Dream


Well...

pouco mais de 10 dias, aderi a moda das academias. Como sou indisciplinado em quase todos os sentidos, até estranho essa minha persistência. Encontrei alguém interessante que não via há tempos, sei lá no que vai dar dessa vez. Porque é que a gente, mesmo que se policie, fica fantasiando e criando inúmeras expectativas? Quem souber duma resposta convincente...
A convivência na minha casa está cada vez mais difícil. É como se eu fosse um estorvo, minhas colegas mal me olham na cara e nem perguntam, ainda que por curiosidade mesmo: como é que vc está? Tudo bem? Em vez disso, a pergunta é: quando vc vai sair?
Meu fim de semana foi bom. Minha sexta-feira aqui na escola foi corrida. Meus dias aqui têm sido interessantes. Porém medíocres.
Falei com minha irmã no domingo, ela disse que ainda sente raiva da minha mãe por tudo. Eu disse: adianta, a essa altura do campeonato? [não sou nenhum candidato a santo por este ato, quem me conhece sabe que quando quero sou bem ácido e mesquinho. Mas é que na hora pensei: por mais que a gente tenha sofrido nessa vida, e é uma coisa inevitável, não adianta nada ficar guardando coisas que só vão fazer mal mesmo pra gente. Então o mais inteligente é mesmo deixar pra lá, e viver bem, nada mais].
Sabe, quando cheguei na escola hoje até o exato momento em que escrevo essas parcas linhas estava com esse pensamento do americam dream na minha cabeça. Nem tanto pelo fato do que seja, mas para que.
É verdade que eu me sinto absurdamente só, quis dar uma guinada na minha vida e nada mais estou do que colhendo o ônus e o bônus disso tudo. Verdade também que aprendi muito aqui, tenho muito a aprender, acertar, errar, brindar pelas minhas alegrias e fracassos. Verdade que há momentos em que a tentação de pegar a mala e "voltar pra trás" é enorme. Também é afirmativa a idéia de que eu simplesmente não sei se fiz a coisa certa. Muita gente deve me criticar, eu sei, pelas minhas atitudes. Eu não ligo pra isso. Apenas sei de que eu devia fazer alguma coisa, e é o que eu faço, por mais que custe: preciso fazer um esforço enorme para acreditar em mim mesmo. Acreditar que é possível sim ser a negação de uma estória que a todo custo as circunstâncias querem crer que seja uma história [isso pra mim é que é sonho americano, ou melhor dizendo: de qualquer latino-americano]
Pois eh, dias melhores virão. Piores também. Eu só quero ter discernimento pra ver o que é que faço com isso tudo.
Bem, é isso

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Mini Ensaio Sobre a Proclamação


Fica desde já escancarado
Em todos os autos, a quem interessar
Que neste novembro 15
Está proclamado!
Por poderes a mim outorgados [alguém perguntou?!]
Declaro que é válida toda forma de bondade
Desde que seja desinteresseira
E promova a humanidade
Desde o simples, rico, bom ou escárnio da sociedade.
Nem podemos esquecer
Que os que optarem por seguir este decreto
Ao certo precisarão
de muita energia e paciência
para compreender o outro, simples assim.
Toda forma de amar é válida
Contudo, que não seja alienante
De modo que os efeitos colaterais [grifo nosso]
Da mágica união entre duas pessoas
Não sejam cada vez mais constantes.
Dinheiro, pão e diversão são fundamentalíssimos
Para que este decreto entre em vigor
Mas se quisermos que ele funcione plenamente
Esses três elementos precisam ser democratizados efetivamente.
Sou o primeiro a espontaneamente assinar tal beleza
Pois sinto com certeza
Que essas palavras medíocres escritas com singeleza
Contribuirão para minha elevação pessoal
Fazendo parte, definitivamente, da nobreza de corpo e espírito.
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Curitiba, 15 de novembro de 2006
Michel Alves Ferreira
Medíocre redator do que chama de "santas asneiras"...

domingo, 12 de novembro de 2006

Casa Pré-Fabricada


Uma caneca de capuccino
para sorver meus melancólicos pensamentos
uma lembrança longínqua de um tempo nostalgico [porém triste]
um lugar comum, uma frustração latente,
um amor pendente, coragem um tanto ausente .
Luzes psicodélicas, turbilhão de gente nas ruas da cosmopolita cidade
minha mente não pára um instante
minha alma está apontada
a um horizonte nebuloso, confuso, distante.
Paradoxo: minhas infinitas mediocridades e fraquezas é que me deixam mais forte
meu destino, alegrias e dores, por mais que não queira
estão entregues à própria sorte
Porém nenhum pouco perto
da morte do espírito.
Tudo o que esse estranho ser pede, apenas
é um pouco de acalento
uma mochila, uma dose a mais de esperança
de modo que minha casa, caso e vida insignificantes
sejam saboreadas a contento.






terça-feira, 7 de novembro de 2006

Pegadas...


Dia desses em Foz aconteceu um evento do qual eu participei durante seis anos. Seis anos nos quais contribuíram em muito na formação desse estranho ser. Essa foi a primeira de muitas vezes que eu serei apenas uma lembrança por lá.
Interessante que há momentos e situações na vida da gente nos quais nos sentimos eternos, seguros de si. Entretanto, quando nos damos conta, somente as lembranças é que restam.
Especialmente nos últimos dois meses vivi tempos super difíceis aqui. Ficava me questionando acerca de tudo o que fiz [e que eventualmente deixei de fazer]. Poucas vezes fiquei tão desesperançoso das coisas como estava. Então, algumas coisas inexplicáveis acontecem:
1) uma grande amiga minha da terra das cataratas, dia desses, queixosa de tudo, dizia sentir a mesma coisa que eu sentia. O estranho disso tudo é que os caracteres brotavam dos meus dedos no msn[rs] de tal forma que quando lia, nem me dava conta de que era eu mesmo escrevendo aquelas coisas pra ela. Legal!
2) No auge do meu desespero, fui à igreja rezar. Mas me sentia tão desconcertado que olhava pra santa e dizia apenas: "Nem rezar mais consigo direito, toh com vergonha da senhora". Uma mulher me observava, no meu silêncio. Eu que sempre tive vergonha de chorar na frente dos outros, naquela hora nem liguei. Acho que foi a oração mais sincera que fiz na minha vida...
3)um convite de um amigo meu aqui pra ir à praia. Fui resistente, chato, receoso, até que resolvi aceitar. Acho que foi uma das melhores sensações que senti, pois o 1º encontro com o mar a gente nunca esquece. Estava chovendo, frio, a praia meio deserta na quinta-feira de finados, e eu ali, celebrando a vida.
4)no domingo, encerramento do tal evento em Foz, acordei cedo e resolvi, sozinho, caminhar na praia. Estava quase deserta, um ensaio de sol queria sair e eu ali, num turbilhão de pensamentos e sensações agradáveis. Olhava nas pegadas que fazia, logo associava a tudo na vida: Tudo o que construímos, vivemos e fazemos nesse breve espaço de vida não tem importância nenhuma. O que importa é como vivemos aqui. Daí pude entender plenamente o sentido de uma expressão que ouvi um dia, numa era atrás: "todos importantes, tudo importante, mas nada indispensável". Lembrei dos meus amigos, de tudo o que aconteceu comigo e sorri, contente.
Mal sabem todos eles da força que me deram para que, ainda gauche [break: segundo drummond, torpe, torto. Ou entenda como quiser, rs], pudesse teimar no caminho das boas lembranças. Afinal, é isso que importa!
Bem, é isso...
p.s.: especialmente agradeço aqui a duas pessoas, por existirem, nada mais: Jaq e Ricardo. Uma, tão igual a mim. Outro, tão diferente, divergente. Mas tão fundamentais na minha vida, nas minhas lembranças...

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Como Escrever Um Livro de Auto-Ajuda



Dia desses um aluno daqui da escola me emprestou um livro. Já a capa dele me desagradava: um monte de dólares enrolados numa borrachinha sem vergonha e o título em letras garrafais [como arrajar sucesso e prosperidade, uma coisa assim]. Relutei em lê-lo, até porque eu estava terminando de ler um do Dalai-Lama e queria ler outro do Gabriel García Márquez. Pois bem, ontem, qdo cheguei ao trabalho, encontro com ele e, assim, como se fizesse um diagnóstico certeiro, disse que eu tinha o aspecto de alguém amargurado, depressivo, cabisbaixo, que eu vivia falando mal da minha profissão e tal... [falou tanto que eu fiquei até assustado com o que ele disse]. E foi mais além: disse que o tal livro mudaria minha vida, até porque o que eu estava lendo era só um romance.
Com aquela determinação na cabeça, resolvi ler o tal do livro. Não consegui ir além de duas páginas, de tão indignado que fiquei com o que lia [ o autor chegou ao cúmulo de escrever que se existem pessoas pobres, é porque elas merecem ser. Ande um pouco nas ruas daqui e diga pra qualquer mendigo que ele merece estar ali, sem dignidade... puf!] Então, para fins de serviço de utilidade [ou inutilidade, rs] pública, coloco aqui algumas dicas de como escrever livros de auto-ajuda desse "naipe":
  1. Antes de mais nada, é bom dar um trato no visual. Vá ao shopping [ou naquelas liquidações populares mesmo], compre um monte de roupas que dê um ar de sério, respeitável, autoridade. Pras mulheres que desejam ingressar nessa empreitada, um ida ao salão pra recauchutar o "material" é óttteeeemmmo!. Ah! Uma ida ao dentista tb surte efeitos fantásticos. Tudo isso é pra passar uma imagem, nem importa se vc se acha um dragão: nos tempos de hoje, vemos cada milagre...
  2. Sempre nos classificados há aquelas "madames mirtes" da vida em que prometem resolver tudo em 24 horas, ou aquelas autoridades em alguma coisa que são especialistas em motivação, em arrastar as massas. Aprenda sobre a postura deles, suas técnicas, seu jeito de cativar. E não esqueça de anotar TUDO o que eles disserem, será util depois.
  3. Compre um dicionário, o mais completo, pois será necessário que aprenda [ou decore, tá valendo] palavras. Quanto mais difíceis, melhor. Para aqueles que querem aprofundar conhecimentos para esse fim, saiba mais sobre personagens como Rui Barbosa, Machado de Assis e outros...
  4. Uma coisa é importante: os programas de auditório de sábado e domingo tem muito a ensinar. Assita todos, grave se for preciso!
  5. Leia vários livros dessa linha [eles sempre querem dizer a mesma coisa, só mudam a ordem das palavras].
  6. Dramatize sua história de vida, pois quanto mais escrachada ela for, melhor. Como fonte de inspiração, as novelas mexicanas são ótimas! As pessoas precisam espelhar-se em você.

Claro que há várias outras dicas, e estas podem até ser equivocadas, mas o importante é que as pessoas que lerem sua obra pensem que você é que nem aquele comercial da doriana: todo mundo sorrindo, cheirando bem, com dinheiro no bolso, tão felizes que até enjoa, de tanta felicidade. Mesmo que o caboblo esteja devendo até as calças, brigado com a mulher e, mesmo sendo uma ótima pessoa, não consegue melhor colocação no mercado de trabalho porque simplesmente tem mais de 40. Ou que vc seja idoso e ainda não tenha os padrões de beleza, pois a imagem, máscara, é quase tudo nos dias de hoje. Digo quase tudo porque ainda há pessoas que com ações, atitudes super simples [como ler um bom livro, por exemplo, ou ter a coragem de dizer não a um monte de coisas que chateia, se indignar, ou pelo menos dar uma boa trepada sem culpa], conseguem sem falsetes nos ensinar alguma coisa.

O mercado literário tá cheio dessas coisas...

Será que me aventuro nessa e me transformo num nego escovado, sorriso colgate, falsa humildade e cheio de conselhos sem fundo pra dar? Olha que pelo visto tá compensando... rs

bem, é isso...

p.s.: até que de óculos eu fico bem!

quarta-feira, 25 de outubro de 2006


Estou aqui mais por um hábito mesmo do que pra escrever alguma coisa que achei interessante. Na verdade meus dias tem sido bastante previsíveis: trabalho-casa-programinha com amigos e o ciclo nada muda. Claro, de um tempinho pra cá, depois de algumas coisas super chatas, estou um pouco mais tranquilo, tenho aproveitado meu tempo, mas mesmo assim falta algo. Ontem, conversando com duas amigas minhas [assuntos totalmente diferentes, mas com um ponto comum: a sensação de letargia em alguns momentos da vida da gente], falei pra elas duas coisas que, confessadamente, assumo que são super difíceis pra mim exercitar: a paciência. Sempre tive comigo que quando as coisas começam a ficar previsíveis demais na vida da gente, é porque é hora de se questionar. Não sei se pelo fato de minha vida, até agora, nunca ter sido assim, previsível. E eu gosto dela assim [tem horas que acho que eu aprendi a gostar, rs]. No entanto, penso que a letargia da qual chamo aqui é necessária em alguns casos. Sempre temos um ideal de amigos, de família, amores, sexo, espiritualidade, trabalho. Mas fato é que essas coisas escapam de nosso controle, ou seja: quase nada é do jeito que planejamos, queremos, idealizamos.
Sim, são muitas coisas entrecortadas, talvez eu esteja até prolixo demais nesse post. Talvez esse momento da minha vida esteja prolixo demais. Talvez seja mais uma neura de minha estranha mente. Talvez seja importante esse momento. Mas de uma coisa tenho certeza: eu me sinto bem mais Eu no meio dessa confusão toda.
bem, é isso...

p.s.: como tb ando um pouco nostalgico de algumas coisas, a foto é apenas pra registrar aqui um dia no qual eu dei mta risada e foi super legal. Suei tanto que até uma rodelinha [ugh!] aparece na camiseta.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

i just wanna a fell


Come and hold my hand
I wanna contact the living
Not sure I understand
This role
I've been given
I sit and talk to God
And he just laughs at my plans
My head speaks a language
I don't understand

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste

I don't want to die
But I ain't keep on living either
Before I fall in love
I'm preparing to leave her
I scare myself to death
That's why I keep on running
Before I've arrived
I can see myself coming

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste
And I need to feel real love
And a life ever after
I cannot give it up

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
I got too much love
Running through my veins
To go to waste

I just wanna feel real love
In a life ever after
There's a hole in my soul
You can see it in my face
It's a real big place

Come and hold my hand
I want to contact the living
Not sure I understand
This role I've been given
Not sure I understand...


[Fell. Robbie Williams]

Então: apesar de não gostar de boa parte das músicas do Robbie Williams, essa daqui, de certa forma, traduz o que ando sentindo esses dias. E a imagem traduz toda a confusão que a maioria de nós vivemos, no qual cada um entenderá como quiser.
bem, é isso...

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

De Repente 35

Pois eh...
Mais uma manhã normal. Acordo com a tv ligada, limpo meus olhos, calço meus chinelos e saio cambaleando pro banheiro. Faço minhas necessidades, me lavo, escovo os dentes e, pimba! Dou um grito estratosférico: quem é esse aí no meu banheiro? O que é isso?!
Passados alguns minutos, continuo encarando o ser e reparo que ele, estranhamente sou eu: mais velho, careca, algumas ruguinhas. Depois de 352,5 lavagens de rosto, vejo que não tem jeito mesmo. Corro pro quarto, observo a tv, Ana Maria [bem mais velha] e o louro josé [já um papagaio grande, desenvolvido, adolescente, mas com a mesma vozinha irritante]. Esfrego meus olhos e custo a crer no que vejo. Ah! O calendário! Vamos ver: 20 de outubro de 2016...16?! Meu chapéu, não é sonho!
Toca o telefone: minha sobrinha dizendo que vai passar na minha casa meio dia pra almoçarmos juntos [perae, mas minha sobrinha não estava lá no Líbano, com 13 anos?! Acho que enchi a cara na balada de ontem, pensei comigo...]. E diz que Mônica, minha irmã, manda um beijo. E que é pra passar mais tarde na casa dela, pois precisa muito falar comigo sobre um negócio...
Desligo o telefone sem entender patavina nenhuma, cada vez mais confuso [que diabo era a bebida que tomei ontem?! O Ricardo me paga, eu disse que nem tava afim de beber, mas ele insistiu tanto...que foda, meu!]. Coloco a primeira roupa que vejo, saio do apartamento onde estava, estranhando tudo o que vejo ao redor. Na portaria, o porteiro me diz que eu estacionei meu carro [hã?!] na vaga errada.
Meu Deus, o que é que está acontecendo comigo?! Pra começar, meu prédio nem porteiro tinha, que dirá eu, carro! E onde é que está o cartaz do Che Guevara que estava grudado na parede do meu quarto?!
Meu celular toca. Vitor me cobrando que eu não ligo mais pra ele, que simplesmente esqueci dos amigos, bla bla bla. Eu: -Cê tá loko?! De onde que vc tirou isso?! Não foi ontem que eu falei com vc?!
Vitor ri daquele jeito e diz: Modo! Depois dos 35 a gente esquece das coisas mesmo...
Eu: Perae! 35?! Eu ouvi 35?!
[break: se a gente não olha pra vida atentamente, meu amigo...]
bem, é isso...

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

HONESTIDADE

Em tempo de eleições, crises ameaçando a "pax" mundial, mensalões, dossiês, escândalos, tento escrever em poucas linhas sobre esse tal assunto [a honestidade].
Ser honesto é, antes de qualquer escolha, escolher-se. E, nesse escolher, implica em aceitar-se, com todas as glórias e misérias, inerentes a qualquer um. Ser honesto é ter a ciência de que nem sempre é possível acordar bem todos os dias, sorrir sempre, ser gentil e amável. Da mesma forma, ser honesto é ir além daquilo que nos aflige e buscar uma solução pacífica.
Ser honesto não significa apenas trabalhar direitinho, não roubar, ser íntegro no trabalho: é ter acima de tudo respeito pela pessoa humana [por mais que ela seja diferente, bocó, cabeça-dura, chata, imbecil, chocante, ou outro adjetivo].
Ser honesto é buscar seguir aquilo que foi proposto. Mas mais do que isso, ser honesto também é ser flexível.
Ser honesto é ser humilde, nunca simplório. Ser honesto é ver se, depois de tanto tempo, ainda vale a pena estar junto daquele alguém. Ser honesto é admitir, quando for o caso: sim, sou incapaz de amar. Ou sim: cada vez que vejo você sinto um frio na barriga. Ser honesto é correr atrás dos seus sonhos e ideais, mas não deixar que eles pisotêem quem estiver no caminho. Ser honesto é ouvir seus sentimentos, pois eles nunca falham. E, se caso falharem, ser honesto é brindar por esse erro e seguir como Mário Quintana, assoviando. Ser honesto é defender aquilo que pensas, mesmo que cause espanto para um grupo de pessoas ou ao mundo inteiro. Ser honesto, enfim, é um estado da alma.
bem, é isso...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

E Tudo Por Causa de...


Sabe quando você vai a um programa que julga ser sem grandes expectativas e surpreendentemente ele se torna o máximo? Pois eh... foi justamente assim que aconteceu ontem, feriado de Nossa Senhora Aparecida [santa na qual tenho muito carinho e devoção, apesar de me sentir em dívida com ela].
Convidado pra ir na casa dum amigo, tempo modorrento, chuvoso, semgracinha dessa cidade, vou até lá e, algumas doses de vinho e cachorros-quente depois... a atmosfera agradável do ambiente me contagia [claro, nessa altura do campeonato já estava falando pelos cotovelos, rs]. Interessante que quando estamos em sintonia com o cósmos, quando estamos bem [ou até mesmo quando nem estamos, mas há alguma disposiçãozinha lá no íntimo nesse sentido], tudo adquire um significado bacana: vemos as pessoas de outra forma: mais doce, humanizada. E consequentemente nos vemos assim tb.
O melhor de tudo é que, lá pelas tantas da madrugada, resolvemos ir ao mercado comprar mais vinho e doritos. Eu estava com tanto sono, minha cabeça girava por causa do vinho, que pensei em capotar, dormir estatelado no sofá. Mas depois que comi o nacho [deve ser assim que se escreve. É um negócio com carne moída, queijo e o doritos no meio, muuuiito bom!] aconteceu justamente o contrário, pro desespero dos meus nobres colegas de noitada: meu sono foi-se embora, fiquei falando sem parar até umas 5 da manhã... nem sei se riam de dó ou porque eu estava me achando o Costinha, Ary Toledo, Juca Chaves, sei lá... o fato é que eu me sentia ótimo, por passar aquela noite assim, lúcido, falando o que queria dizer, e na companhia de pessoas agradáveis, especiais. Acho que senti enorme saudades do tempo em que fazia essas coisas bobas com mais frequência em Foz. Eh bien, mas estou aqui. E experimentei ontem meu íntimo dançar, embriagado de amor, num tango veemente, vigoroso, caliente, apaixonado. Devo agradecer aos céus por isso [e aos mirabolantes cozinheiros que prepararam aquele negócio, rs...].
Bem, é isso...

p.s. 1: que post curioso pra uma sexta-feira 13....

p.s. 2: Do you believe I can make you feel better?
[estou com essa música na cabeça há tempos, e esse trecho é que me chama mais a atenção. Talvez porque esteja fazendo essa pergunta sem parar a mim mesmo... e o resultado, até agora, têm sido surpreendente...]

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Tentativa de Uma Crônica


Pois eh... [não consigo me livar disso, rs...]

Ontem, por três vezes, tentei escrever aqui no meu blog, motivado por um comentário de um amigo meu, dito há dias atrás. O comentário, inesperado, era: acho que estou precisando me apaixonar. Enfim, escrevia, lia, achava bom, fazia outras coisas, lia de novo, achava ruim, apagava. E assim foi até que pensei: chega! Definitivamente hoje não dá!
Mas o pensamento desse dito cujo ficou martelando minha cabecinha de vento, pois no meu íntimo eu ficava buscando fórmulas, receitas, simpatias, mandingas, qq coisa que me indicasse: o que é preciso realmente pra se apaixonar? [Quem souber de uma resposta...]
No mesmo dia, mais pro fim da noite, pijama e chá [por causa da minha inseparável rinite, bleh!] na mão, vejo no programa do jô uma entrevista simpática com uma dessas moças que escrevem livros de auto ajuda [bem, ela dá dicas de comoprendernamorado, essas coisas]. O que me chamou atenção foi o fato dela admitir duas coisas: quase nunca seguia os próprios conselhos que recomendava às suas leitoras e sempre que possível, pedia a essas mesmas leitoras que relatassem suas experiências afetiva/sexuais, dizendo que fim [ou não] teve nisso. Achei engraçadíssimo [somando o fato do jô deixar que ela falasse, coisa que não costuma fazer com a maioria dos outros entrevistados, rs]!
Hoje, quarta-feira, véspera de feriadão, acordo de bom humor, abro a casa quando deparo com uma pomba morta no quintal. Que bosta, pensei comigo! Peguei um monte de saco plástico pra jogar a bendita da pomba no lixo. Mas não é que bateu um sentimentozinho de cristandade, sei lá o que é. Então, peguei a pá e fiz um buraco, desses enormes, tudo pra enterrar o corpo da ave. Sem contar na ligação de outro amigo meu, tadinho dele [bleh!], cheio de problemas, falando de um jeito tão rápido que eu estava ficando contaminado pelas energias negativas. Desligo o telefone, respiro fundo e rumbora, tenho um dia inteiro pela frente... e a pergunta martelando na minha cabeça...
Tento buscar várias respostas, mas não consigo simplesmente encontrá-las, da mesma forma como tentei escrever coisas legais sobre amor. Tento me manter calmo o dia inteiro, respirar fundo, dar risadas, passar e ser receptivo a energias positivas, ser coerente, amável. Quase nunca consigo fazer boa parte dessas coisas, ainda que meus amigos duvidem que eu seja assim. Tento não ser mesquinho e vil, mas sou falho. Da mesma forma como tento usar de métodos e técnicas pra entender mais sobre o amor. Por essa razão eu achei aquela moça admirável: expunha suas falhas de uma maneira bem humorada, não impositiva, ingênua, carente. E a liçaõ que ela me deu é: viva, apenas. Cada dia, cada vitória, cada falha, cada experiência, Cada tentativa. Ainda que haja muitos sofrimentos, pelo menos o esforço de querer que as coisas sejam melhores já é algo bom. Como essa medíocre crônica que tenta falar de amor.
Bem, é isso...




sexta-feira, 6 de outubro de 2006

BAH!


Sem grande motivo especial pra escrever algo decente [talvez por isso aqui tenha estado tão chato utimamente, rs], queria registrar algumas coisas que aconteceram nesses dias:

1) levei uma bronca esses dias do meu chefe [por bobeira], e eu, com essa minha língua santa, apenas olhei fixamente pra ele e disse que estava distorcendo o que eu estava falando. Ele ficou me olhando, parou de falar e sossegou. [dia desses chamei a mãe dele de louca...uia!];

2)Ontem, pegando o tal do ligeirinho [depois de décadas atrasado], cheio, aquele cheiro agradável de cheetos vencido [uia!], acredita que eu consegui, diante de tanta gente espremida, ficar de um jeitinho tão confortável que li bem susse meu livro [diga-se de passagem, ruim! Até eu escrevo melhor que o Millôr...]. Era engraçado: gente reclamando do ônibus, do motorista, da vida, do vizinho, gente dando risada pelo fim do dia e eu, me sentindo uma sardinha enlatada, mas contente;

3)Mesmo nas situações de pindura, sempre dei um jeitinho de satisfazer alguns prazeres: Tomar um copo de leite de soja pela manhã [fazendo as contas, no fim sai mais barato do que ficar comprando leite e café...], alguma comida que nunca comi, ir ao cinema no meio da semana, ir pro barzinho no fim do dia, sozinho, pra ver o movimento, sentir o cheiro da boemia e ficar susse, ainda que com um real na carteira. E quem é que disse que não podemos dar um jeitinho de nos divertirmos em tempos de crise?

4)Nunca fui fã de salada ou coisas assim, sempre gostei de comida gorda, daquela que vc dá uma mordida no bife e ele faz: muuuuuuuuuuuuuuu.... enfim, depois que descobri no shopping uma tigela enorme de salada com direito a fatias de presunto de peru ou frango empanado, e ainda por cima massas de pastel, ovo cozido e outros salamaleques, agora vivo arquitetando planos mirabolantes pra juntar dinheiro, afinal, dizem que comida é igual a sexo: se não sabe fazer, broxa!

5)No ponto de ônibus: um bêbado me pediu dinheiro pra pegar o bus. Como quase sempre, eu educadamente disse que nem tinha. O cara insistiu, eu disse que não podia fazer nada. Entro no ônibus e fico com a consciência pesada por não dar [break: apenas por cinco minutos, pois depois uso o dinheiro pra comprar a tal da salada. Independentemente do motivo do bêbado, percebi que muitas vezes aquilo que a gente apregoa como prática de fazer o bem e tal na hora h não funciona]. Depois esqueço e bem contente sigo meu caminho.

6) A imagem que eu coloquei hoje é pra ilustrar um pouco do meu sucesso e fracasso sentimental. Tem horas que eu fico igual aquelas que colocam anúncio no jornal, dizendo que resolvem tudo sobre amor em 24 horas: dão conselhos, dicas, estratégias, falam pra se amar, ou qualquer outra coisa que o valha... e geralmente tenho algum sucesso [rs... que gay isso, né? hahahahaha]. Mas quando se trata de mim... rs!

7)bem, é isso...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

O Diabo Veste Mesmo Prada?


Pois eh...

Assisti ao filme O Diabo Veste Prada hoje à tarde. Um filme super interessante, tendo como pano de fundo temas como ambição, poder, determinação em vencer, reconhecimento profissional, esforço, vaidade dentro do mundo da moda, com uma dose de humor. Mas não é sobre o filme que estou aqui hoje, apesar dele servir de inspiração para escrever. Escrevo hoje porque vejo que as eleições de domingo foram emocionantes. Em alguns casos, uma piada sem graça. Escrevo porque fico indignado que alguns políticos acusados de participarem do esquema das sanguessugas, mensalões e tantos outros escândalos ficarão lá no congresso nacional recebendo uma fortuna durante quatro anos. E o pior é que eu é que tenho que pagar o salário deles. Quem dera se eu recebesse metade do que eles recebem...
Escrevo porque a gente trabalha tanto pra ter tão pouco. Escrevo porque isso me serve de terapia, de desabafo. Escrevo porque sei que não sou tão virtuoso como todo mundo pensa [e nem tão idiota ou mal como alguns querem ou como eu me julgo]. Escrevo porque... hoje é um dia cinza.
Bem, é isso...

sábado, 30 de setembro de 2006

Depois das Três...

Pois eh...

Semana de insônia. Odeio ficar sem dormir. Mas arranjei um jeitinho de driblá-la: ler. E foi o que eu fiz nesses dias... li, sem ser pretencioso, uns quatro livros. Colocarei aqui um trecho de um deles e um poema do Drummond que traduzem todas as minhas sensações no momento...
Bem, é isso...

IGUAL-DESIGUAL
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinhos são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de
[futebol são
iguais.
Todos os partidos políticos são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda são iguais.
Todas as experiências de sexo são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e
[rondós são iguais
e todos, todos
os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais.
Todas as fomes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais.
Igual a todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são
[iguais.
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro
[homem, bicho ou coisa.
Ninguém é igual a ninguém.
Todo ser humano é um estranho ímpar.
[Carlos Drummond de Andrade, A Palavra Mágica: Poesia, p.102, ed. Record]
TRECHO DO LIVRO AS HORAS
"Por que outra razão batalhamos tanto para continuar vivendo, ainda que comprometidos e prejudicados? Mesmo que tenhamos chegado ao ponto em que está Richard [break: personagem aidético do livro em estado terminal]; mesmo que estejamos descarnados, cobertos de escarras, cagando nos lençóis, ainda assim, queremos desesperadamente viver".
[Michael Cunningham, As Horas. Tradução de Beth Vieira, p.19]

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Vamos Lá! Você Consegue! Você é o Maior!


Pois eh...
Não sei se a cada ano que passa eu fico mais crítico, chato, pessimista, receoso, sobre qualquer coisa que cheire a motivação. Digo isso porque sempre que assisto uma palestra, saio sempre com a mesma sensação de que o palestrante é o máximo [junta um monte de conselhos, receitas prontas, fala da sua infância pobre, de como ele sofreu até chegar a esse maravilhoso ponto e aplica em qualquer circunstância] e de que eu, tão somente eu, sempre fiz tudo errado e sou um bosta. Sabe, até que tentei aplicar essas regras, mas elas [será que foi só comigo isso?!] nunca funcionaram. Já memorizei frases positivas, tentei ser o mais imparcial possível, separando meus problemas pessoais com os do meu trabalho, sempre distribuí sorrisos e mais sorrisos, amabilíssimo com pessoas, digamos, tão doces quanto uma porção de jiló. Comprei livros de auto-ajuda... enfim: hoje meu chefe pediu que eu assistisse uma palestra dessas. [e pensar que meses atrás eu é que estava a frente de um trabalho importante e tinha a exata função do mocinho que se esforçava em passar a mensagem. Mas sempre tive essa preocupação de não ser artificial]. Enquanto o rapaz [novo, recém-casado, maior vendedor de carros do sul do país, bla, bla bla] falava, eu pensava. Pensava em tantas pessoas que têm talento, se esforçam, dão o melhor de sí e mesmo assim são simplesmente boicotadas, deletadas, descartadas pelo sistema. Pensava em como o meu dia tinha sido ruim: dormi super mal, comi mal, esperava por uma resposta urgente sobre um assunto e descobri que eu contava com os ovos sem a galinha sequer ter botado. Pensava que mesmo eu tentando fazer as coisas do modo certo sempre havia algo que escapava do planejado. Pensava que mesmo tantas pessoas me achando um carinha super legal e tudo o mais [sem querer "se achar demais"], não arranjava alguém decente pra trocar escovas porque minha imagem é diferente dos padrões: magricela, narigudo, comum, negro. Pensava... e nesse pensar eu vi que pensava demais. Que tem coisas que a gente deve apenas sentir, ver qual é a mensagem que tudo isso está passando. E, só a partir disso, é que posso fazer com que tudo ao meu redor seja mais colorido. Sem recorrer a fórmulas prontas. Sendo você, com defeitos e qualidades, tentando ser o melhor. Só a partir desse ponto é que a palestra foi menos enfadonha e, curiosamente, meu dia ficou mais leve, apesar de tudo. E por isso escolhi a imagem desse desenho pra ilustrar meu post hoje.
Bem, é isso...

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

As Horas


tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,
tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac...
...procurando a batida perfeita.
Bem, é isso...

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Grande Gabo!

Pois eh...
Ontem, depois de receber um telefonema que sinceramente eu já nem esperava mais, a primeira coisa que veio à minha mente [e ficou durante todo o dia] é a história do livro O Amor nos Tempos do Cólera, do García Márquez. Trata-se de um romance que sobrevive as intempéries de 53 anos das personagens Florentino Ariza e Fermina Daza. Não é meu objetivo contar a história, até porque penso que livros são que nem perfumes: tão pessoais que só conhecendo profundamente a pessoa é que damos de presente ou recomendamos. Enfim, simplesmente calei-me. E aumentou ainda mais o desejo de viver um romance desses. Espero que eu seja um merecedor de tal dádiva.
Bem, é isso...

P.S.: eu gostei do livro pq simplesmente trata da vida duma maneira bela, mas real. Sonhadora, mas com os pés no chão. Doce, sem ser melosa demais. Sádica, profana, e angelical. E, sobretudo, dá um baile nessa onda de pseudorelacionamentos que a todo custo a gente, por carência, incapacidade de se abrir, de ser humilde e simples, quer enfiar goela abaixo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Depois das Seis

Depois das seis da tarde desta segunda, 18. Depois desse fim de semana. Depois de ter uma conversa estranha, depois de ver pessoas estranhas, de sentir coisas estranhas, de sentir uma raiva estranha [e dessa vez nenhum pouco absurda]. Depois de um passeio ontem no largo da ordem [tinha festa de São Francisco, tava ótima, ri muito], depois do meu barzinho de sempre. Depois de hoje fazer meu parco almoço, depois de fazer e receber uma ligação, depois de pensar muito, depois de ver que tem coisas e pessoas que nunca mudarão. Ou, a cada ano que ficarem mais velhas, se cristalizarão. Depois de ler meu livro [outro do Gabriel, esse era uma crônica super interessante, regada a muito sangue, esquartejamento, riqueza de detalhes, histórias de solidão. Como a minha.], depois de andar até o meu serviço, depois de ligar pro Fábio pra ajeitar um jantar no sábado, depois de ver meus recados no orkut, depois de ler meus emails [quase todos fúteis], depois de beber água, depois de atender pessoas. Depois de abrir as salas. Depois...
Depois me sento aqui, e penso no que escrever hoje. E vejo que muitas coisas na vida são deixadas pra depois. Porque, em algumas ocasiões, tanto faz se depois for nunca mais [parafraseando uma música do Nenhum de Nós].
Bem, é isso...

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Fast Food X Feijão-com-Arroz (IIª parte)

Continuando meus devaneios sobre essa questão...
O que é mais fácil? Dar um viva pra tudo o que é fast food ou ficar no feijão-com-arroz, todo santo dia? Sei lá...
Engraçado como a gente encontra pessoas que, diante de tantas "intoxicações" [rsrs] com os fast-food, ficam tão desiludidas, endurecidas, que passam a crer que o feijão-com-arroz ideal não existe. Até eu em certos momentos me pego desse jeito. Hoje, nesse exato momento que escrevo eu me sinto assim. Mas vamos usar nossa massa cinzenta: as duas coisas [tanto o feijão-com-arroz como os fast food], se nem são mescladas, acabam virando numa puta duma chatisse. Me lembro claramente quando fui morar em Foz com minha irmã. A situação tava tão preta no primeiro ano que ficamos lá que a gente só comia arroz, feijão e costela. Quando as coisas começaram a melhorar, meu cunhado disse, bravamente: Chega! Vamos comer comida árabe seis dias por semana... e uma vez [só uma vez], o feijão-com-arroz. No começo todos nós [minha irmã, eu e meus três sobrinhos] demos vivas. Mas sabe que depois caiu na mesmisse!? Pois eh, quando eu sabia que minha irmã faria tal comida, eu simplesmente comia fora [na cantina do colégo, na rua, ou nem comia]. Hoje, indo pra casa pela manhã depois duma conversa com um amigo, comecei a conversar com um senhor no ponto de ônibus [falador que sou] e ele me contou que, depois de 40 [sim, quarenta!] anos de casados, filhos criados, ele disse que vai se separar da mulher. Disse pra mim que não aguenta mais, que ficaram felizes por 13 anos. E depois caiu na mesmisse: ela reclamando de tudo, ele [segundo o que me disse] tentando melhorar. E disse que ele, aos seus 57 anos, quer aproveitar a vida. E me disse sorrindo, como se estivesse se libertando de uma prisão. Mas ele me confessou que gosta dela ainda, mesmo com tudo caindo, ama ela. Só que nem tem mais jeito.
Bom, sei lá por que é que escrevi isso aqui hoje. Talvez pq, mesmo nunca ter acreditado naquela historieta felizes para sempre [na verdade eu acredito em amores possíveis: os fast food sempre nos tentam, e algumas vezes caímos nisso. Mas o que todo mundo nesse mundão quer é mesmo o trivial. Dividem-se em dois grandes grupos: os que confessadamente dizem aos quatro ventos e os que se fazem de racionais, "ratos de liquidação fast-food" mas que lá no fundo do seu coração invejam quem tem criatividade pra, todo dia, fazer daquela comidinha básica A COMIDA], eu, mesmo com esse desânimo que me assola, ainda acredito em contos do feijão mágico.
bem, é isso...

p.s.: acho que foi o post mais louco que escrevi até hoje... como pude viajar tanto? rs...

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

A Guerra do Fast-Food e do Feijão-com-Arroz



Pois eh...

Não são muitas as pessoas que resistem a tentação de um bom big mac, uma porção de batata fritas, um sorvete com direito a tudo, franguinhos empanados, x-salada, cachorro-quente, salgadinhos da elma chips, coca-cola... aff!!!Tudo começa pelos olhos: vcs hão de convir com esse estranho ser que, esteticamente falando, o visual é barbaro! E eles [que chamarei aqui de gurus fast food] fazem de uma maneira tão inteligente que qdo vemos, é que nem atração fatal: pede, come, e ainda fica com aquela sensação de quero mais...
Já o nosso tradicional feijão com arroz, eu diria que é uma arte fazê-lo. Dispende tempo, criatividade [sim, pq podemos colocar qq coisa nele, mas tomando o devido cuidado que o prato não perca a sua originalidade, o seu sabor ímpar, o seu gosto], uma certa paciência, experiência, os ingredientes certinhos. Nós é que somos os gurus. E, óbvio, pra ser guru, tem que se identificar com a coisa, gostar.
Agora, por que diabos eu me pus a escrever sobre isso? É que hoje, a caminho do meu trabalho, associei essas duas coisas que curto pra caramba com relacionamentos. Os fast food: efêmeros, vulneráveis, instáveis, intensos. São aqueles namoricos de um mês, ou os ficacomigoporessanoite porque vc é o homem/mulher da minha vida [e mais tarde: puta merda!!! Como é que eu pude me enganar... hahahaha]. Feijão-com-Arroz: precisam de cuidado, de carinho, de tempo, de paciência, de conhecimento, até que se atinja o ponto e que, provando o néctar, diga, com a absoluta certeza: que delícia!
Enfim... dadas as circunstâncias, meus relacionamentos foram, até agora, como o lanche do bob's que adoro [bonito, caro, gostoso pra caramba e nada saudável]. Eh, só sei que tá difícil de achar um feijão-com-arroz que preste hoje...
bem, é isso...

domingo, 10 de setembro de 2006

Sobre o Tempo

Pois eh...
São pouco mais de quatro horas da manhã de um sábado. Estou aqui em Foz ainda, prestes a voltar pra minha casa, pra minha vida, pra minha rotina. Esses dias por aqui tem sido com bálsamo, como um perfume do boticário que adoro [e que eles simplesmente tiraram de linha]. O casamento foi lindo, vi pessoas que me ignorarm, que não curtem com a minha cara, que fazem desdém. E eu? Passarinho, como diz Mário Quintana. Não estou nem aí. Por que isso não me importa mais. Não me preocupo mais com coisas que hoje vejo claramente que são periféricas. Preocupo-me com coisas essenciais pro meu coração, pra minha razão, pra minha vida: como por exemplo porque é que você não me ligou, simplesmente surtou, sumiu. Por que é que tem momentos que eu, endurecido por tantas coisas e desilusões, me julgue frustrado, incapaz de conseguir me apaixonar [e encontrar alguém que preste, a bem da verdade!!!]. Por que é que, mesmo eu tendo conseguido encontrar algumas respostas que fui buscar em Curita ainda me sinto só. Bem, quem lê isso deve achar que eu toh surtando, ou coisa que o valha. Mas bem, nem estou. Até porque eu seria um completo idiota se não percebesse que o saldo de tudo isso ainda é super positivo: meus amigos me dando força, eu me sentindo mais maduro, senhor de mim, seguro do que eu quero. Sabendo exatamente o que é que eu tenho a oferecer pra alguém. Nada mais, nada menos, na medida exata. Sabendo que eu não estou dando murro em ponta de faca, e sim em busca de meus objetivos, sonhos, aspirações e metas. Sim, de uma maneira minha [e só minha, de ninguém]. E ainda que sofra, não me arrependo de nada. Talvez porque Deus, I Ching, Maomé, Buda, Santos, Wicca, Anjos, Energia, sei lá, chame isso o que quiser, colocou uma força em min que me impulsiona a viver. Tão somente viver. Que nem o pastor que incansavelmente procura a ovelha perdida. Igual um casal de apaixonados: não mede esforços pra agradar o outro. Espero eu continuar sendo esse entusiasta da vida.
Bem, é isso...

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Cozinha Maravilhosa da Ofélia



Receita pessoal de comoespantarazica, ver pessoas que são importantíssimas na tua vida e de quebra se sentir ótimo...
Ingredientes...

Duas passagens [ida e volta]...

Vontade de dar risadas e passar por bons bocados...

Um grupo de amigos que se pode ficar até uns 355,072 anos sem se ver [exagerado...rs] mas que qdo se encontram parece que foi ontem...

  • Uma banda que te surpreende, com pessoas que são mais surpreendentes ainda [e que de alguma forma se sente que contribuiu pra que o povo estivesse lá, no palco]...
  • Um diploma de uma universidade [com direito a capa e todas as firulas possíveis... uauauaua]...
  • Umas biritas pra esquentar os ânimos [isso nem pode faltar!]...
  • Umas jogadas de boliche, uma ida ao centro de excelência de compras, nem que seja pra dar uma voltinha, vulgo Paraguai...
  • Um casamento e por fim...
  • Uma pitada de expectativas, romance, risadas, conversas sérias e sobretudo paz de espírito.

MODO DE PREPARO...

Junta tudo isso e vê no que dá...

Bem, é isso...

p.s. a foto foi só uma amostra do que aconteceu... e ainda falta muito chão pela frente....

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Classificado Eleitoral


Procura-se um político. Alguém que pertença a um partido bem pequeno, ínfimo, desses que nunca se ouviu falar. Ou a um partido grande, que adora fazer "acordões" pra manter a chamada governabilidade [ou quem sabe trocar apoio por emendas, fraudes e corrupções, afinal quem é que não precisa de dinheiro hoje em dia?]. Idade não importa muito, desde que tenha lábia pra utilizar de falácias, vulgo, mascarar as coisas.
Procura-se um cara que no horário eleitoral fale de saúde, educação e segurança. Mas que quando eleito essa seja uma das últimas [se é que há] prioridades. Procura-se alguém que ande sempre arrumado, escovado e bonitinho. Que decore meia dúzia de palavras pra discursar. Afinal, a plebe ignorante nem se lembra em quem votou nas eleições anteriores, que dirá o que foi dito. Procura-se, sobretudo, um homem ou mulher que desconheça que política é coisa séria. Que preocupe-se mais com o TER do que o SER. Quem se habilita?
[p.s.: nem precisa de um classificado desse no jornal, né? rsrsrsrs... a verdade é que estou tão desiludido com o sistema podre vigente que sei lá... tem horas que as coisas deveriam ser como sodoma e gomorra: Varre-se tudo e recomeça. Pode parecer um puta radicalismo da minha parte. Mas nunca estive tão indeciso em minha vida pra votar. Ainda bem que vou justificar, pq se assim não fosse, anularia tudo. E sem nenhuma ponta de remorso].
bem, é isso...

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Hummmmmmm


Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou...
Pois eh...
Dia desses eu escrevi aqui coisas falando sobre como eu me sentia fracassado, profissional e pessoalmente. E fui mais além ainda, que devíamos celebrar nossos fracassos. Lembro-me claramente que no dia em que resolvi postar isso, umas horas antes, eu comprei uma cerveja super gelada no posto perto de casa, assim que acabei de chegar de viagem e de discutir com alguém que nem tem mais importância hoje, 23:45, levantei ao céu e disse: saúde! Brindemos a tudo isso! Enfim...
Sem muita inspiração pra escrever, na verdade, hoje eu quero relatar apenas o resumo das coisas ótimas que ocorreram, especialmente na última semana. Dizer que nem tudo está perdido, que sempre há uma esperança. Dizer que as coisas que surpreendem mais a gente são justamente coisas que a gente pouco dava importância, nem reparava talvez ou ainda simples, pequenas. Ou o resultado de algum esforço. Pois bem: ontem, depois do meu primeiro dia de trabalho, cheguei em casa, dispensa vazia, peguei tudo o que estava nela e fiz uma comida, bem gostosa. Peguei minha taça, coloquei três pedras de gelo, um pouco de curaçao blue [break: licor de laranja de cor azul que ganhei de aniversário, 39% de graduação alcoólica, gostosíssimo], saí no quintal do meu apê [break de novo: sim, meu apê, que é no térreo, tem quintal... rs], olhei pro céu, agradeci a Deus pela chuva [break: affff, de novo!!! Enfim, é que quem me conhece sabe que eu tenho pavor de chuva, sabe? Mas depois de quase três meses com poucas chuvas e enfrentando racionamento, eu fiquei super contente... de verdade], levantei a taça e disse: BRINDEMOS A TUDO ISSO!
E a vida é isso, a graça está em celebrar todos os momentos dela. E isso é uma coisa que eu tenho a vida toda pra aprender...
bem, é isso...

sábado, 26 de agosto de 2006

Picadinhos de Pensamentos, Sensações, Frustrações e Alegrias Da Semana

Como sou um indivíduo que adora escrever e contar coisas por aqui, tentarei resumir o turbilhão de coisas que vivi nessa semana...

Fui a uma entrevista. Legal, foi tudo direitinho, achei que ia ser admitido dessa vez, mas pra variar, deu bode. Festa na casa com amigos de minha amiga. Encontro com amigos, fim de semana diferente. Vinho, solidão, nostalgia, ex... [rs]
Ida ao teatro. Visita a lugares legais. Gripe. Atritos em casa. Contas acumulando cada vez mais. Sensação de frustração, depressão, impotência. Estado de letargia, completo abandono, medo. Calor. Conversa com pessoas que nunca mais verei na vida mas que sempre deixam alguma coisa boa pra gente. Um telefonema que desperta uma história vivida há oito meses atrás. Conversa longa com minha colega de casa, com meu grande amigo daqui dessa linda, provinciana e modorrenta capital que adoro. Sensação de alívio por confrontar-me comigo mesmo e ver que sempre há algo bom na vida da gente, por mais que tudo queira provar que esteja uma bosta! Saudade dos meus amigos, vontade enorme de sumir daqui. Persistência em ficar, em continuar, pois ainda acredito muito no que o mais íntimo de mim disse: Vá!
Passeio pela xv, grupo de arte do litoral. Estavam dançando alegremente pela rua, um monte de gente, se não fosse meu amigo [que tava morrendo de vergonha porque eu tava usando uma roupa toda preta, e um lenço na cabeça do red hot chili pepers, rsrsrsrs. Break: sempre tive vontade de fazer algumas coisas, mas sempre alguma coisa me empurrava a não fazer, seja porque o que os outros iam dizer, ou o que iam maldizer. Mas quer saber? Fodam-se! O que importa é que a gente esteja de bem com a gente mesmo, pra depois passar um pouco da gente pros outros... ninguém dá aquilo que nunca teve! E ponto] eu estaria lá no meio da muvuca, dançando. Mas meu coração dançava, e experimentei uma alegria tão grande por presenciar aquele momento. Ufa! Que mais? Hum...
Ida a lugares bem alternativos: show de rap, super massa. Ida numa balada que tocou um rock dos anos 50 e 60, meu amigo odiou, e eu lá, sóbrio, dançando, de boa, feliz da vida por aquele momento.
Bem, pra finalizar o que essa estranha mente quer dizer com tudo isso, na conversa que eu tive com o Vitor [adoro ele de paixão, sempre desanimado, indeciso, mas uma pessoa pura e que tem um coração enorme] eu dizia pra ele o seguinte:

Vitor fala: - Eu não quero sair hoje, toh cansado, amanhã vou fazer um programa diferente, não quero fazer nada, quero dormir [e todo o rosário de lamentações... rsrsrsrs]

MIchelito diz: - Eu nunca te pedi nada... por favor, vamos sair hoje, ver coisas diferentes, dar um monte de risada sem encher a cara. Pensa bem: se você estivesse em casa quanta coisa você poderia deixar de ver hoje! Eu, que sou fudido no amor, desempregado e tudo o mais... vamos lá, bota logo essa beca nova que comprou e vamos lá...

Vitor ri, faz aquela cara nonsense e diz: - Ok, vamos la... mas que você com esse lenço na cabeça tá parecendo uma lavadeira, isso sim...

Michelito ri: - É que hoje estou vestido pra matar... os outros de tanto rir... você não entendeu ainda! E mesmo que você não goste, eu vou sair com o lenço!

e a nossa noite foi ótima... E tenho que agradecer imensamente a Deus. Sem ser nada original, copiarei uma frase do macdonald's [hoje é dia do mac lanche feliz... huauauaua... e daí?! rsrsrs...]

AMO MUITO TUDO ISSO!!!

ENTENDERAM, NÉ?

Bem, é isso...



sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Parábola da Moeda


Pois eh...

Diz a história dum livro mundialmente conhecido, seguido por uns e hostilizado por outros [como qq outra obra], sobre uma senhora que triste, tadinha, perdeu sua moeda. Talvez era a única dela. Vai ver ela precisava dela pra comprar o leite das crianças, ou uns pãezinhos, ou ainda um delicioso chocolate. Não importa. O fato é que ela perdeu algo que estimava. Enfim, o que é que ela fez? Saiu à cata. A possibilidade de encontrar dinheiro quando perdemos é ínfima, até porque todo mundo precisa de dinheiro, e a gente em algumas ocasiões se transforma num verdadeiro monstro por causa dele... mas não desviando do foco, ela, contra prognósticos, procurou mesmo assim. Algo dizia dentro de si que aquela busca não era inútil. E ela achou! Sabe, ela podia ter ficado super na dela, de boa. No entanto, chamou as amigas e disse: -Venham comemorar comigo, pois achei algo importante pra mim!

Bem, meias palavras pra um bom entendedor basta, né? [eu me inclo nessa lista... rs]
Quantas vezes somos que nem essa mulher, com uma confiança grande?
Quantas vezes a gente celebra as coisas que a gente "acha"?
Sei lá, hoje acordei com uma vontade de celebrar uma coisa que eu encontrei...
Bem, é isso...