terça-feira, 29 de abril de 2008

Isabellas Tupiniquins e o Efeito em Nosso Cotidiano

Saludos!

Não há alguma pessoa no Brasil que desconheça esse caso. Há mais de 15 dias que a mídia vem literalmente nos bombardeando, com um emaranhado de informações, revelações, etc e etc. É no trabalho, na pós, em todos os lugares que ando as pessoas puxam esse assunto. Tem horas que simplesmente dá vontade de gritar e dizer simplesmente: porra! Chega! Não aguento mais ouvir falar disso!
O interessante é que todo mundo quer dar uma de investigador e opinar, inclusive eu mesmo. Um colega da pós me disse que a guria é que se matou e quis incriminar o pai e a madrasta. A outra fica se questionando se o povo que fica em frente a casa dos parentes não tem louça pra lavar, ou seja, se não tem mais o que fazer do que ficar bisbilhotando a via alheia. Isso me lembra mto bem o caso da Madalena... lembram?!

Break... Quem foi Madalena?

Madalena: mulher adúltera relatada na Sagrada Escritura. Foi pega em vil ato com um carinha casado. As pessoas, escandalizadíssimas com o que feriria a moral e os bons costumes da época, resolveram dar um fim na vida da pobre apedrejando-a em praça pública (o detalhe disso tudo é que em nenhum momento é falado do cara com quem ela cometeu tal ato, como se só ela é que fosse a pecadora). Levaram pra um tal de Jesus (milagreiro para alguns, impostor para outros) para que o sábio opinasse. E aí o moço teve uma tacada genial: quem não tiver pecado algum... que atire a primeira pedra. O resto da história vocês conhecem...

Enfim. Os pais cederam entrevista ao Fantástico (que utimamente de fantástico tem muito pouca coisa), onde eles diziam, diziam e diziam... mas no fundo não diziam nada. As pessoas fizeram artigos, esbravejaram contra o que seria um verdadeiro atentado a vida, artistas indginadíssimos registraram sua opinião... até a Fátima Bernardes escondeu seu choro em pleno JN. Agora, a pergunta que não quer calar é: até que ponto este caso altera a vida de milhões de pessoas que todos os dias são violadas do direito a vida, crianças que são assassinadas descaradamente e tantas outras mazelas? Por que é que o caso dessa guria doce que teve um fim trágico veio a tona e dos outros não? Porque talvez ela é da classe média paulistana, mesmo com o pai falando um português que sinceramente me envergonha.
Se fizermos uma linha histórica, veremos que grande parte dos casos que "mexeram com a opinião pública" os envolvidos pertencem a classes abastadas, ou média.
Meu registro aqui não é de alguém que queira simplesmente que tudo se foda. Até porque eu sou um cidadão otimista brasileiro e que, acima de tudo, acredita nas instituições e nas pessoas. E espero que os culpados sejam punidos nesse caso.
Contudo, nunca devemos nos esquecer que para que tais coisas sejam minimizadas, é preciso que a gente ensine as pessoas a respeitarem umas as outras, desde pequenininhas. Parece romântico demais pros dias de hoje, mas ainda sim é válido. Assim, casos de artistas fazendo artigos violentíssimos no jornal pq simplesmente roubaram seu rolex, ou quando forem encontrados dólares na cueca, ou ainda quando bandidões do crime organizado dentro das cadeias coordenam suas ações (às nossas custas) simplesmente não existiriam... pq um lixeiro seria tão valorizado qto um psicólogo, turismólogo ou artista. Pq simplesmente é pessoa com direito a vida, a comida, e amor e segurança.
O caso relatado nas escrituras nos ensina muito. Ir na casa da família (querendo ou não, eles estão abaladíssimos psicologicamente) fazer escarcéu, tacar pedras e bater em todo mundo para simplesmente expiar as culpas de cada um não adianta muita coisa. Também exigir das autoridades respeito se nem ao menos a gente não respeita nosso vizinho é demagogia pura.
Que Isabella descanse em paz... e que tantas Isabellas ceifadas em nosso país também. E, acima de tudo, que nunca descansemos de lutar a favor da vida, indistintamente, mesmo que nosso sistema pregue que os pobres são necessários porque simplesmente dão lucro.

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1) Beijos e abraços a todos.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Certezas, Incertezas e a Vida Nesse Bojo Todo

Eu tenho algumas certezas:
certeza de que sou feliz hoje
certeza de que existe um hoje
certeza do meu amor
certeza de que sorverei deliciosamente meu suco (gengibre, hortelã, limão e abacaxi)
certeza de que seus braços me confortam e
certeza de que vou morrer.

Entretanto não tenho certeza alguma:
se morrerei hoje, amanhã ou depois
se haverá um amanhã para todos
se meu delicioso suco me fará um bem ao meu sistema imunológico ou se me dará um belo de um desarranjo intestinal!

Se ficarei contigo e você comigo e
se serei feliz amanhã.

P.S.: e é aí que está a graça de, tão somente, viver.

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Escrito nesta quinta, depois de cabular a aula da pós porque simplesmente não queria ir, depois de pensar na vida e nas coisas, sorvendo um suco, tomando uma beberagem pra minha insistente gripe, contente, com expectativa de como será o filme que assistirei em poucos minutos (e, diga-se, estou meio atrasado pra sessão).

Beijocas, abrazos... enfim!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Coisas Que Definem Muito Bem a Gente em Poucas Linhas


Seiscentos e Sessenta e Seis

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
seguia sempre, sempre em frente ...

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...


Mario Quintana, in: Esconderijos do Tempo

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1) Que vontade de viajar pra qq lugar que nunca fui...
2) Por que é que a gente quer fugir da instabilidade e das adversidades se nada na vida é estável? É muito óbvio isso... mas quem é que consegue colocar efetivamente na prática? (se souberem da receita, me avisem)
3) Que saudade de inúmeras pessoas, mas especialmente que saudade da Lidi e da Jackou!
4) Queiram, por gentileza, responderem minha perguntinha nos comentários: que coisas definem vocês em poucas linhas?

besitos....