sábado, 22 de julho de 2006

Classificado

Hoje pensei em escrever aqui, como se fosse um classificado desses de jornal, um tipo de pessoa que procuro. Igual esses que escrevem: procura-se senhorita de xx a xx anos, que seja de boa procedência, sem vícios [hã?!], que goste disso e daquilo, bla bla bla. Mas vi que não daria certo, pois do jeito que as coisas estão super quantificadas atualmente, me veio a idéia de um açougue: olhamos, escolhemos a carne, levamos, comemos, e... nem preciso explicar o que vem depois... rsrsrsrs.
Enfim, se fosse pra escrever meu anúncio num classificado, faria assim:

Michel Alves Ferreira. 25 anos, 25 modos diferentes de olhar, comer, dançar, xingar, falar, acariciar, bater. Rapaz calmo até certo ponto, mas que gosta de uma boa briga quando provocado. Ainda não sabe o que ser profissionalmente, mas sabe que, nem que leve uma vida inteira pra descobrir, continuará procurando e acreditando. Rapaz que não tem os padrões de beleza, mas que se acha interessante: moreno, magro, gosta de conversar, de ser surpreendido. Tem muitos conhecidos e poucos amigos. Gosta de teatro, de música,cinema, boliche, vôlei, morre de paixão por tango. Bebe de vez em quando. Detesta cigarro, assim como mentira. Fácil de se apaixonar, difícil de se entregar. Independente. Gosta da solidão, mas odeia ficar só. Simples, complicado, direto, romântico e ácido. Se quiser procurá-lo pra bater um papo, não passe vontade. Tente a sorte. Faça acontecer... que ele tentará fazer o mesmo...

Alguém se habilita?! Rsrsrsrs...

Bem, é isso...


quarta-feira, 19 de julho de 2006

Diferentes, Divergentes, Mas Que se Complementam


Interessante: a gente vive num contexto social onde o liberalismo é pregado a todo instante: de costumes, de sexualidade, de direitos iguais, de opinião e expressão, de comportamento, de moda, de educação, de ética. Mas a mesma sociedade que prega esse liberalismo é a que mais escraviza: impõe, ainda que sutilmente, que só seremos gente a partir do momento que tenhamos uma imagem a apresentar, e quanto mais atraente, tanto melhor. É igual aquela historinha da maçã bela por fora e podre por dentro. Veja: hoje em dia é muito mais fácil sair pras baladas, dançar as mesmas músicas, ver as mesmas pessoas, se interessar por alguém, dar uns beijos, transar se for o caso, e xau! Como se nada tivesse acontecido. Sim, namorar dá trabalho, pois isso implica em conhecer a pessoa pouco a pouco, estabelecer confiança, e tudo o mais. Não vou dizer que não fiz essas coisas, mas isso não é nenhum pouco dignificante. Ou então, o que é pior, idealizamos pessoas na nossa imaginação que nunca vão existir: ela tem de ser perfeita. Ora, se eu não sou perfeito, por que é que tem momentos que exigo que a outra pessoa seja assim? Penso que a historinha das metades da laranja é a pior balela, pois dá a idéia de imcompletude. Deus nos criou com todas as faculdades, inclusive a de se abrir ao outro e amar.É romântica essa história de sair procurando sua 'cara metade', mas também perigosa. Só somos do outro a medida que nos entregamos por inteiro. E amor não é essas pseudorelações que eu chamo de fast food [na primeira semana beija, na segunda transa e diz eu te amo, na terceira se cansa e na quarta trai e termina, igualzinhas as modas que a mtv prega, que as novelas nos colocam guela a baixo, que as músicas tatuam no nosso cérebro, como se achassem que todos somos idiotas], mas algo que seja intenso, que te faça crescer e te faça alguém melhor. Ser louco que sou, eu prego sim a liberdade [que os negros, brancos, amarelos, mulheres, idosos, crianças, homossexuais, místicos, ateus... tenham o direito de exercer sua opinião e expressão, mas que respeite a do outro acima de tudo, pois é gente!]. Todos têm pelo menos o direito de saber que elas podem fazer de suas vidas um instante mágico, não relegar ao négócio que intitulam destino seus fracassos e falhas [sim, falhamos, e como!], e sim fazer da sua vida A VIDA! No entanto, toda essa liberdade deve ser acrescida de responsabilidade, pois um dia prestaremos contas dos nossos atos.
Revoltado?! Talvez. Mas prefiro ser esse ser revoltado e continuar a acreditar no 'pote de ouro' no final do arco íris do que viver a vida inteira como um robô: sem alma, sem coração, sem indignação, sem capacidade de provocar e de estender a mão, sem vontade de ser ele mesmo: Diferente, divergente, complexo, simples. O SER!
Bem, é isso...

terça-feira, 18 de julho de 2006

Eu Vim de Lá do Interior

Pois eh...
Não sei se é com todo mundo, mas quando conhecemos pessoas que vem do interior de algum lugar, ou quando viajamos pra um lugarzinho desses, a sensação de bem estar é grande. A gente se sente super bem tratado, as pessoas te dão bom dia, pouco importando se te conhecem ou não, o clima de sossego e calma é visto a léguas. Mesmo em Londrina, cidade na qual tive a oportunidade de passar poucas horas, vi que as pessoas são super bacanas, tem um jeito gostoso de falar.
Esses dois dias nos quais fiquei em Cambé fazendo umas pesquisas foram ótimos pois além de ganhar uma graninha [pouca, é verdade, mas bem vinda], presenciei situações bem legais, como por exemplo o menino que, sem me conhecer, me deu carona até um hotelzinho da cidade. Ou daquele bolo de laranja com um toquinho especial, sabe? Ou ainda da cabelereira que corta como ninguém, e me conta que já viajou a portugal, tem dois filhos, que quer muito conhecer Curitiba, e bla bla bla...
Sei lá... eu não acredito em destino. Mas acredito em oportunidades, momentos interessantes, de refrigério da alma, de coisas boas que te marcam. E essa aventura foi um misto de tudo isso...
bem, é isso...

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Fricote


Nega do cabelo duro
Que não gosta de pentear
Quando passa na baixa do tubo
O negão começa a gritar
Pega ela aí
pega ela aí
Pra que ?
Pra passar batom
De que cor?
De violeta
Na boca e na bochecha
Pra que?
Pra passar batom
De que cor?
De cor azul
Na boca e na porta do céu
Nossa... desenterrei esse clássico do baú.... rs! Eu era criança quando minha irmã cantava essa música pra mim e ficava tirando sarro, sabe? Eu lembro que odiava, ficava puto da cara e chutava ela, xingava (já pequeno eu tinha uma boca santa...), maldizia e, por fim, me achava o super feio, porque eu era diferente de boa parte das crianças: neguinho, magricela, narigudo e com o cabelo pixaim...
A gente cresce, toma consciência das coisas e tem dois caminhos pra optar: o de todos os dias maldizer por não ser como a maioria das pessoas, ditas normais, ou de cada dia viver bem, fazer a diferença.Então comecei a me olhar no espelho de uma maneira diferente, e me achar bonito [uau! olha só! rs]. Daí, qdo ouvi essa música de novo num programa de tv, imaginei nela uma nega diferente: pouco importava pra ela se tinha gente achando a mais feia, mas ela, na sua "feiúria" era a mais bela, se acha a única, e sabe porque? Porque ela se sentia bem consigo mesma, sem tentar ser a negação do que é. Daí entendi que o conceito de feio e belo é relativo, pois nós temos o poder de ser aquilo que quisermos ser, temos em nosso íntimo a centelha da coragem, da fé, do amor próprio, da bondade, da dignidade, de não deixar que outros te humilhem por seu jeito de ser, de pensar, de agir.
Por isso esse post hoje nessa sexta-feira de sol. Viva Luiz Caldas [ o intérprete dessa pérola ] , o cara que entendeu isso e na simplicidade soube passar. Pena de quem não enxerga isso, pois como diz uma frase do livro O Pequeno Príncipe: "só se vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos".
bem, é isso...

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Ciranda


"A minha alma tá armada e apontada para a cara do sossego..."
Enfim...
tava tentando organizar meus pensamentos quando depois do meu café o pc tocou a música do grupo O Rappa. Usei a frase dela pra esse post. É verdade, minha alma está armada há algum tempo, e revestiu-se de uma armadura tão pesada que por vezes se torna um fardo carregá-la. Mas ela está armada pra enfrentar os sossegos e porque não dizer os desassossegos [é assim que se escreve?!] da minha vida. E em algumas ocasiões ela fica igual a uma ciranda, que tem duas facetas: a de ser leve, solta, como nas brincadeiras de criança, ou de ficar fechada, não permitir aberturas, crescimento, desenvolvimento. Tem horas que me sinto igual Dom Quixote, sabe? Cavaleiro de inúmeras batalhas, que levava a lugares fantásticos, ainda que fosse loucura. Também tem momentos que me sinto igual o Coronel Aureliano Buendía [Cem Anos de Solidão], que lutou por 32 guerras, se eu não me engano, e perdeu todas. Sei que hoje meus pensamentos estão super confusos. A verdade é que me sinto mais forte, mas igualmente me sinto só, por vezes incapaz de dar um giro maior, por vezes com uma coragem enorme. Minha fé, que já era diferente do que eu costumo chamar de convencional, está mais diferente ainda, eu posso sentir isso. E não é algo ruim, acho que está um pouco mais amadurecida. E nem estou falando aqui de religião ou coisa que o valha. Estou falando de algo mais forte que você, que te faz sentir super bem, que é expressão de querer bem a alguém, a alguma coisa, sem ser egoísta. Esses meses que estou morando aqui, onde sofri por amor, ri muito, penei por grana, fiquei apático ao que me fizeram e ao que eu fiz, que tomei atitudes surpreendentes, fui surpreendido... pois eh, esse tempo! Tempo que faz minha alma continuar procurando a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz... e mais do que tentar, ser feliz e fazer a diferença.
Bem, é isso...

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Sem Título Especial


"Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento do amor à vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que nos foi ensinado pelo tempo afora. lembraria os erros que foram cometidos para que não mais repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. deixaria para você, se pudesse, o respeito àquilo que é indispensável: além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída".
(Gandhi)
Citação bacana que está bem nas primeiras páginas de um livro bem bacana que ganhei dum amigo meu. Tudo isso pra expressar meu misto de sentimentos e sensações que passei na semana anterior e que espero que sejam super positivas nessa semana...
Bem, é isso...

sábado, 8 de julho de 2006

Estranho Mundo de Devaneios e Memórias


Aconteceram tantas coisas... não aconteceram outras... meu coração se encheu de expectativas... minha mente se encheu de ira... meus olhos lacrimejaram qdo vi seus escritos... meu sorriso se abriu qdo recebi boa notícia...corri atrás do meu celular pra atender sua chamada... não atendi você... bebi um monte... fiquei sóbrio... caminhei uma milha... e, numas simples linhas pensei em Deus... sou piegas... sou só... sou incapaz... sou capaz.... sou simples.... sou uma caixinha de surpresas... sou inconsequente... sou direto, claro e conciso... sou romântico... sou grosso... sou homem, sou Michel!
Tarde, já de manhã cedinho
Quando a nevoa toma conta da cidade
Quem pega no violão
Sou eu, sou eu
Pra cantar a novidade
Quantas lágrimas de orvalho na roseira
Todo mundo tem um canto de tristeza
Graças a Deus, um passarinho
Vem me acompanhar
Cantando bem baixinho
E eu já não me sinto só
Tão só, tão só
Com o universo ao meu redor
(Marisa Monte, Disco Universo ao Meu Redor).
Coisas e sensações que permearam minha semana...
Bem, é isso...

quinta-feira, 6 de julho de 2006

Nostalgia

Pois eh...
Uma das coisas que eu simplesmente adoro fazer é escrever. Materializando através das palavras meus pensamentos eu me sinto mais leve, consigo enxergar as coisas com mais clareza, minhas alegrias, dores, saudades, suspiros, sentimentos de amor, de raiva, de melancolia, de serenidade, de revolta, de paz. Gosto da maneira como uma porção de letras fazem com que a gente saia de nossa órbita e desbravamos lugares comuns, mas vistos de outro ângulo, ou desconhecidos. Gosto quando leio algo que me toca, ou vejo alguma coisa que me motiva a escrever. Acredito que isso seja uma terapia... e tudo começou com uma agenda que ganhei de uma pessoa super especial, mas que fui incapaz de amar. E, na minha incapacidade, com meus problemas, aprendi que tenho muito o que aprender. Eu gostaria de poder dizer que as coisas estão super bem, pra não preocupar os outros, mas seria injusto comigo mesmo e com eles próprios em dizer isso. Tem vezes que sinto saudades de algo que nunca aconteceu, de pessoas que nunca vi, de situações e oportunidades que não se passaram. Tem vezes que me sinto com raiva, injustiçado, pq muitas coisas que acontecem na minha vida tiveram que ser tão sofridas, lutadas. Tem momentos em que me sinto super sereno, confiante, em busca de um sentido, mas tem outros que simplesmente me sinto super perdido, como este exato momento. Tem momentos em que eu me disfarço de bonzinho, de regrado, de bom moço pra disfarçar minha mesquinhez, meu egocentrismo, minha incapacidade de ser mais forte do que as coisas postas, de dar um giro. Acho que essa é uma das poucas vezes em que expus aqui, virtualmente, pra quem quiser ler, como está minha estranha mente, minha alma, meu coração.
No entanto, uma coisa é certa: esse hábito de escrever, de demostrar um pouco do que sou me faz sentir melhor, apesar de tudo. E, me sentindo melhor, posso dormir pra, no dia seguinte, abrir meus olhos e começar tudo de novo...
bem, é isso...

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Bandeira?! Que bandeira?!


Era uma vez um menininho chamado Brás. Como boa parte das crianças nascidas no Brasil, passou fome e frio. Sentiu falta do que chama-se família margarina: todo mundo feliz, sorridente, arrumado, cheiroso, limpinho, igualzinho às propagandas. Mas mesmo assim, algo dizia pra ele que devia, mesmo assim, continuar... e foi o que fez. Cresceu querendo o tênis que as crianças da escola queriam, a calça, o caderno, o material escolar, a bola. Mas seu pai, coitado, com o pobre ordenado, dava o melhor de si.
Brás cresceu, estudou, formou-se na universidade e foi tentar a vida na cidade grande, sem lenço e sem documento. Passou por inúmeras situações: engraçadas, embaraçosas, tristes, raivosas, alegres. Sentiu solidão. No entanto, ele segue o lema inventado pelo presidente do seu país: não desiste nunca. Até que um dia, depois dos jogos em que seu time de boliche perdeu no campeonato mundial (ele era o favorito), Brás, andando pelas ruas de São Paulo, achou a bandeira do Brasil toda rasgada, caída, suja, maltratada, no chão. Pensou consigo: que diabo de gente é essa que só é patriota quando seu time ganha? E, que, quando perde, simplesmente descarta tudo, como se a porra dos outros países fossem melhores? Por que é que a gente tem a mania de achar que sempre os outros são mais felizes e melhores do que a gente? Brás pegou a bandeira maltratada, levou-a para casa e tratou ela com muito carinho, igualzinho em momentos em que algumas pessoas fizeram o mesmo com ele.
Qual é o final dessa história? Não sei. Só sei que podemos dar vários finais pra ela, mas eu, narrador dela, espero apenas que esse moço seja feliz...


PENSAMENTO:
"Não há progresso sem mudança. E, quem não consegue mudar a si mesmo,, acaba não mudando coisa alguma".
(George Bernard Shaw)

domingo, 2 de julho de 2006

Je suis desolé!

A expressão acima, pra quem não sabe, significa me desculpe, foi mal, lamento, em francês. Esse era o sentimento de tantos rostos que eu vi depois do jogo de ontem. Toda copa do mundo simplesmente pára o país: o comércio, na ânsia de vender mais, se agita, as pessoas ficam confiantes, surge um patriotismo que infelizmente a gente não vê em outras ocasiões importantes, como as eleições, por exemplo, ou no dia 07 de setembro. A turma reúne os amigos, vizinhos, cachorro, papagaio, sogra, namorada, família. A carne, a cervejinha, o refrigerante, a pipoca, o amendoim. Fazem mandinga, fezinha, reza, macumba, qq coisa, tudo com o objetivo da vitória. Não foi o que aconteceu.
Sabe, sempre fui uma negação no futebol. Gosto, mas não a ponto de todo fim de semana acompanhar jogos como a maioria das pessoas. Uma vez, em 94, fiz uma redação pra escola falando sobre a copa. Tenho guardada até hoje, pois aquela copa foi emocionante pra mim em muitos aspectos. Mas essa copa de 2006, sobretudo depois desse jogo, me fizeram associar muitas coisas entre o futebol e a vida. Vida do cidadão comum, que gasta seu pobre dinheirinho em fogos pra torcer para alguns jogadores que ganham salários milionários, nem moram no Brasil mais e são celebridades, igualzinho atores e cantores. Ver que o futebol é um dos esportes que mais estimulam a rivalidade e competição, talvez por serem os mais preferidos do povão, mas também o que nos dá uma lição: só se consegue atingir o objetivo se a equipe joga UNIDA, entrosada. Igualzinho uma família, que só consegue vencer as partidas da vida quando se une. O que eu vi ontem foi 23 celebridades jogarem de salto alto. E a França, mais uma vez, nos mostrou que com técnica, união e objetivo comum se ganha a batalha. Je suis desolé, mais nous ganhamos, pensaram os franceses. Je suis desolé, penso eu, pois nem sempre joguei com objetivo pra vencer as batalhas da vida. No entanto, sempre temos outra chance de ser vibrantes, confiantes, batalhadores. De jogar com amor, dedicação e persistência. No caso da seleção, só em 2010, talvez. No meu caso, GRAÇAS A DEUS, cada dia é um jogo decisivo. Espero enfrentá-lo com humildade e confiança.
Bem, é isso...