terça-feira, 26 de maio de 2009

Coisas Misturadas

Caríssimos (numa linguagem meio folheto de missa) e Caríssimas!

Às vezes eu sinto falta de que o ritmo da minha vida fosse um pouco mais devagar. Não concordo com pessoas que dizem que a gente é que dá o tom, que determina a velocidade. E parece que cada vez mais estamos rápidos: no banho, no mastigar da comida, nas conversas e encontros com amigos, no trânsito, no sexo, em tudo. É difícil a gente parar por uns minutinhos que seja, e ficar de boa, sem nada na cabeça. Ou de saborear uma comida com todo o tempo do mundo, metodicamente, no tempo certo.

Acontece que a gente até tenta parar. E, se pára, nos cobram para entrar nesse ritmo acelerado. Ou o que é mais grave: a gente se cobra.

A bem da verdade é que pouca gente consegue levar as coisas dum jeito mais relax. E, sendo relax, acho que a gente é mais positivo, menos estressado, ainda que o mundo esteja tocando um foda-se pra você.

Foi essa associação que fiz quando escutei hoje, ao acaso, eu sou neguinha, da Vanessa da Mata, onde eu achei a princípio que a letra da música não fazia sentido nenhum (juntaram um monte de palavras, uma melodia bonitinha e go!). Mas reparando depois, ela tem mto a ver com vc se questionar das coisas, do ritmo e da titulação de tudo, e de saborear, de misturar.
eu tava rezando

ali completamente

um crente, uma lente, era uma visão

totalmente terceiro sexo

totalmente terceiro mundo terceiro milênio

carne nua, nua, nua, nua, nua, nua

era tão gozado

era um trio elétrico, era fantasia

escola de samba na televisão

cruz no fim do túnel, beco sem saída

e eu era a saída, melodia, meio-dia, dia, dia, dia

era o que eu dizia:

eu sou neguinha?


É ISTO, PERSONAS, UN BESO!


quinta-feira, 21 de maio de 2009

Pós Cumpleaños

Eu não sei lidar com aniversários, essa que é a verdade.
Todo aniversário, eu acordo com uma sensação estranha, algo que nem sei explicar direito: ao mesmo tempo é bom, mas é ruim, é chato, mas é legal.
Mas apesar dessa estranheza, uma coisa eu sei, que isso me incomoda.
Incomoda me sentir assim. Incomoda as pessoas dizerem: hoje é um dia especial, bla bla bla... e lá no teu fundo vc ao mesmo tempo não sentir nada disso que falam... mas saber que não é uma coisa comum esse tal dia, essa tal ocasião.
Desse ano não foi diferente: fui pro trabalho, algumas coisas me aborreceram profundamente, deu vontade de dar um berro e quebrar tudo, mas me contive. Fiz as tarefas e me dei um presente neste frio curitibano, um chocolate quente com licor de amareto e um bolo com calda de chocolate, todo desenhado, numa cafeteteria chique daqui. Quando vi a conta, me dei conta de que ia sentir falta da grana, mas depois? Werever, é meu presente.
Deu vontade de ligar, enquanto eu sorvia o chocolate, pra um monte de gente que não está perto hoje, só pra dizer oi, saber da vida, sei lá.
Talvez este foi o niver mais silencioso e pensativo que passei. E, quando cheguei em casa e vi que meu amor fez uma janta bacana, essa sensação me invadiu de novo. Não disse nada, cumpri o papel de aniversariante, vi friends again e fui dormir, com essa coisa indefinida queimando no meu peito.
Fazer aniversários talvez seja assim mesmo: vc sabendo que existe um dia único, só teu, mas ter ciência de que o mundo não vai parar por sua causa e que as coisas chatas estarão lá, pouco "se lixando" pelo teu dia. E que também surpresas agradáveis estarão lá também.
Bem, chicos e chicas, é isto.

sábado, 16 de maio de 2009

Sobre Gostos Musicais e Revelações

Hola!
Que os gostos musicais dão pistas de como é cada personalidade, todo mundo sabe, né? O lance é que hoje as coisas encontram-se num estado tão homogêneo que nem dá pra saber quem é quem, ou quem curte o que, ou quem ouve o que e que colocar aonde, no que acaba resultando na seguinte frase que hoje é total clichê:






"Eu sou de todo mundo... e todo mundo é meu também"







Porque todo mundo é eclético, babe.

Sério. De tão usado, o conceito ser eclético, soa como indefinido, ou algo pansexual. Sabe de tudo, mas não entende de nada, de um jeito mais aprofundado. Acho que nesse sentido eu me encaixo, de modo que no meu mp3 vc ouve bob dylan, the gossip, passando por vitor e léo, secos e molhados, lady gaga, rolling stones, elis regina e franz ferdinand (!!!).

Quando adolescente, eu tinha muita inveja das pessoas que eram de uma determinada tribo: cultuavam seu ídolo como divindade ultra hiper mega star, sabia de tudo e mais um pouco, e ainda por cima te influenciavam a curtir o som. Foi assim que eu fui apresentado ao Rauzito e Legião Urbana. Eu bem que tentei ser um dos "caras"... mas não dava certo. E assim ia de gosto em gosto, de som em som.
Claro que tem algumas vantagens: vc sempre tem assunto pra puxar, sabe o que se passa no momento, dificilmente se sente um alienígena musical, sem falar qdo vc quer pegar alguém.
Enfim, caríssimos, todo este texto meio adolescente pra postar algumas músicas que ouvi nos últimos sete dias que querem dizer um pouco de mim. Que tal se vcs me dissessem as músicas que vcs ouviram nos últimos sete dias e tentar fazer uma análise das que eu ouço? (podem escrachar q eu nem ligo)

Entonces, vá lá:


1) SILLY REALLY (PER GESSLE, o carinha do Roxette)

you'd better get up
and get somethin' goin'
you'd better get up
because your mind might get misled
it's all a mistake
unless i'm much mistaken





(porque eu já me enganei muitas vezes sobre muita coisa. E banquei o bobo outras tantas)



2) AI AI A (VANESSA DA MATA, a do cabelo enroladinho)

Aonde o vento é brisa
Onde não haja quem possa
Com a nossa felicidade
Vamos brindar a vida meu bem
Aonde o vento é brisa
E o céu claro de estrelas
O que a gente precisa
É tomar um banho de chuva
Um banho de chuva...





(porque é bom a gente tocar um Phoda-se em tudo e levar as coisas na boa, na leveza)


3) PERFECTA (JULIETA VENEGAS Y MIRANDA)

Éramos tan buenos amigos hasta hoy
Que yo probé tu desempeño en el amor
Me aproveché de que habíamos tomado tanto
Fuiste dejando y te agarré
A pesar de saber que estaba todo mal
Lo continuamos hasta juntos terminar
Cuando caímos en lo que estaba pasando
Seguí besándote

(Poutz: quem nunca desejou um coisa bacana e safada ao mesmo tempo?)



4) HEARTBREAT (MADONNA, tia vía cinquentona)


On any given night
Catch me on the floor
Working up a sweat
That's what music's for
I'd rather not explain
For me it's just usual

(essa música chega a ser um enigma pra mim, pois como é que pode alguém fazer uns arranjos, umas batidas bacanas com uma letrinha ordinária e vulgar? Aí me lembrei de uma coisa: todo mundo tem um pouco de bitch. Será?!)



5) ELEPHANT GUN (BEIRUT)
If I was young,
I'd flee this town
I'd bury my dreams underground
As did I, we drink to die, we drink tonight
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one
We'll lay it down, it's not been found, it's not around
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
Let the seasons begin - it rolls right on
Let the seasons begin - take the big king down
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the night
And it rips through the silence of our camp at night
And it rips through the silence, all that is left is all
That I hide

(porque eu já quis me esconder de muita coisa,mais ainda promover um verdadeira caçada).



6) BACK TO BLACK (QUERIDÍSSIMA AMY)

We only said good bye with words
I died a hundred times
You go back to her
And I go back to...


(porque de vez em quando tenho esses momentos dark)

por enquanto é isso! =]

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Vamos Fugir?

***Nota do pelego: paciência pro post meio longo.

I)
Vamos fugir
Deste lugar, baby
Vamos fugir
Tô cansado de esperar
Que você me carregue


Irônico querer abordar isso no dia do trabalhador, né? Até pq o trabalhador de verdade nem foge da labuta, rala, rala e rala. Até mesmo no dia que é dedicado única e exclusivamente a ele.



II)
Vamos fugir
Pr'outro lugar, baby
Vamos fugir
Pr'onde quer que você vá
Que você me carregue



Como se já nem bastasse esse surto de gripe (pobre do porco!), pelo menos aqui onde trabalho, entre alunos, professores e eu, lá se vão 352,5 pessoas que andam pesteadas, precisam ficar de cama, sentem febre e o escambáu. Para prejudicar o fim de semana altamente esperado aos que gloriosamente querem um pouco de ócio: comida, sexo, boa conversa, tv, brincar com gatinhos (os que miam e os que arranham), com os cachorros (os que latem e os sem escrúpulos mesmo) e por aí afora...



III)
Pois diga que irá
Irajá, irajá
Pr'onde eu só veja você
Você veja a mim só
Marajó, marajó
Qualquer outro lugar comum
Outro lugar qualquer
Guaporé, guaporé
Qualquer outro lugar ao sol
Outro lugar ao sul
Céu azul, céu azul
Onde haja só meu corpo nu
Junto ao seu corpo nu


Ah: Guaporé, e céu azul me lembram uma viagem mto massa que fiz em 2005, rumo ao querido fórum social em POA. Sinceramente achei q ia pirar em viajar sozinho, pessoa carente que sou. No entanto, essa experiência foi uma das mais marcantes que fiz até hoje, ficar 26 dias fora, ir de carro, bus, falar com gente que vc sabe q nunca mais verá na vida, andar por ruas de uma cidade desconhecida, tomar vinho artesanal, beber uma bebida fermentada a base de saliva e achar maravilhoso, conhecer cidades pequenininhas, dançar parecendo um completo babaca, mas sem sentir vergonha nenhuma . Massa.

Tal como a sensação de trepar, que por sí só é ótimo, faz bem pro ego, pele, cabelo. Agora, quando se faz com amor, faz bem pra alma.


IV)
Vamos fugir
Pr'outro lugar, baby
Vamos fugir
Pr'onde haja um tobogã
Onde a gente escorregue
Todo dia de manhã
Flores que a gente regue
Uma banda de maçã
Outra banda de reggae

Fugir de estereótipos, do mau humor matinal, do mesmo corte de cabelo e permitir-se fazer algo bacana, de tomar as dores dos outros e tocar um phoda-se pra tudo, de elogiar alguém não esperando ouvir nada, de ouvir algo extremamente negativo sobre você e resolver deixar pra lá, de aprender alguma coisa que você acha que jamais faria, de adotar um animal, uma criança, um computador, um blog, um emprego decente, um amigo carente, ou mesmo um imbecil (até pq todo mundo tem suas horas e seus dias de asno).
Fugir de tudo o que te aprisiona e te deixa triste, mesmo que a primeira vista tê dê segurança. Correr como o demo foge da cruz de receitas prontas de felicidade, auto ajuda barata, até mesmo essa aqui. Pois no fim das contas a gente sempre sabe que cada um sabe das misérias e glórias que tem. Basta a gente escolher qual das duas seguiremos.