segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Vamos Lá! Você Consegue! Você é o Maior!


Pois eh...
Não sei se a cada ano que passa eu fico mais crítico, chato, pessimista, receoso, sobre qualquer coisa que cheire a motivação. Digo isso porque sempre que assisto uma palestra, saio sempre com a mesma sensação de que o palestrante é o máximo [junta um monte de conselhos, receitas prontas, fala da sua infância pobre, de como ele sofreu até chegar a esse maravilhoso ponto e aplica em qualquer circunstância] e de que eu, tão somente eu, sempre fiz tudo errado e sou um bosta. Sabe, até que tentei aplicar essas regras, mas elas [será que foi só comigo isso?!] nunca funcionaram. Já memorizei frases positivas, tentei ser o mais imparcial possível, separando meus problemas pessoais com os do meu trabalho, sempre distribuí sorrisos e mais sorrisos, amabilíssimo com pessoas, digamos, tão doces quanto uma porção de jiló. Comprei livros de auto-ajuda... enfim: hoje meu chefe pediu que eu assistisse uma palestra dessas. [e pensar que meses atrás eu é que estava a frente de um trabalho importante e tinha a exata função do mocinho que se esforçava em passar a mensagem. Mas sempre tive essa preocupação de não ser artificial]. Enquanto o rapaz [novo, recém-casado, maior vendedor de carros do sul do país, bla, bla bla] falava, eu pensava. Pensava em tantas pessoas que têm talento, se esforçam, dão o melhor de sí e mesmo assim são simplesmente boicotadas, deletadas, descartadas pelo sistema. Pensava em como o meu dia tinha sido ruim: dormi super mal, comi mal, esperava por uma resposta urgente sobre um assunto e descobri que eu contava com os ovos sem a galinha sequer ter botado. Pensava que mesmo eu tentando fazer as coisas do modo certo sempre havia algo que escapava do planejado. Pensava que mesmo tantas pessoas me achando um carinha super legal e tudo o mais [sem querer "se achar demais"], não arranjava alguém decente pra trocar escovas porque minha imagem é diferente dos padrões: magricela, narigudo, comum, negro. Pensava... e nesse pensar eu vi que pensava demais. Que tem coisas que a gente deve apenas sentir, ver qual é a mensagem que tudo isso está passando. E, só a partir disso, é que posso fazer com que tudo ao meu redor seja mais colorido. Sem recorrer a fórmulas prontas. Sendo você, com defeitos e qualidades, tentando ser o melhor. Só a partir desse ponto é que a palestra foi menos enfadonha e, curiosamente, meu dia ficou mais leve, apesar de tudo. E por isso escolhi a imagem desse desenho pra ilustrar meu post hoje.
Bem, é isso...

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