terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Paulo Coelho e o Menino das Laranjas


Há exatos dez anos caía nas minhas mãos O Alquimista [um dos livros mais famosos do Paulo Coelho]. Estava na 8ª série, cabecinha de vento cheia de sonhos e aspirações. Na época, achei um dos livros mais belos nos quais eu tinha lido até então, por incentivo de uma professora de português que lia trechos da obra nas aulas de literatura. Não entendia o porquê de tantas pessoas, especialmente escritores de peso, criticarem tanto esse senhor carioca mundialmente conhecido como o mago.

O tempo passa, muitos livros [e idéias] depois, pela mesma obra do acaso esse livro caiu nas minhas mãos outra vez. A senhora na qual me deu o livro disse que ia jogar fora. Eu, que já nem era mais fã do Paulo, por algumas razões simples e particulares, pedi que me desse o livro.

Enquanto folheio novamente as páginas, me lembro de um tempo em que as coisas eram mais leves, porque eu via o mundo de uma forma mais leve, talvez. Ao mesmo tempo, lembro de uma entrevista no Jô Soares e uma viagem que a Glória Maria fez com o mago na Rússia e a imagem de um homem simples caiu completamente por terra: minhas raízes ditas "socialistas", se é que posso chamar assim, se escandalizaram com um homem no qual falava de coisas tão simples e belas, contrastando com um estilo de vida apuradíssimo. A bem da verdade é que a imagem daquele senhor me pareceu soberba, arrogante.

No entanto, eu seria injusto em não ressaltar algumas coisas sobre ele:


a) ele escreve bem. Se assim não fosse, seus livros seriam verdadeiros fracassos literários.

b) suas obras falam de coisas que todo mundo sabe [se reparar bem, é uma junção de ditados e sabedorias que nossos antepassados praticavam], mas que poucos têm coragem de fazer: de viver e moldar sua vida, ter as rédeas do destino.

c) Ele é esperto: junta experiências próprias com a atual busca, ou o que poderíamos chamar de retorno ao sagrado [nunca se viu tanta busca nos dias de hoje a tantas práticas de cunho espiritual pra aliviar as dores do cotidiano ou em busca de uma razão pra vida].


E de onde é que tirei o menino das laranjas nisso?


É que hoje, enquanto estava trabalhando, essa composição gravada pela Elis Regina e Jair Rodrigues, tão simples, fala da vida dura de tantas pessoas que diante de muitas circunstâncias abandonam seus sonhos pra comer, beber. Deixam de acreditar que são capazes de ser muito mais do que podem ser. Sei sim que essa organização social colabora pouco pra promover a dignidade; é perniciosa, excludente e preconceituosa em grande parte.

Mas acredito sempre que há uma força estranha que emana do mais íntimo de nós todos os dias, de modo que façamos a seguinte pergunta, parafraseando a letra da música:


O QUE FAZER PARA A VIDA MELHORAR?


Por isso que estou lendo o alquimista. E justamente por essa análise particular [e mesmo não me simpatizando pela pessoa do Paulo Coelho] é que acho a obra simples, bacana, tocante.


"compra laranja doutor, e ainda dou uma de quebra pro senhor..."
[a letra e a música são ótimas, tá em qq beco da net]
bem, é isso...

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Otimização dos Resultados


Sábado fui a uma festa, convidado por um amigo meu. O evento era numa cobertura dum prédio comercial super chique no centro cívico, com uma vista da cidade simplesmente bacana. As pessoas estavam bem vestidas, todo mundo super bonito, caras e bocas. Por um instante, eu, morrendo de dor de cabeça e passando mal por causa duns pães de queijo com café que comi antes de sair de casa [pois eh, passar mal com pão de queijo?! Ninguém merece!!!], pensava que estava na edição do BBB7: tudo artificial demais pro meu gosto, tudo muito bem, muito bom, enfim.

Até que me esforcei, mas a bem da verdade era que não me diverti nenhum pouco. Com certeza eu deveria estar chato no dia. Se eu não estivesse do jeito que estava, com certeza levaria isso numa boa, me conheço. Mas toda aquela artificialidade, somada ao meu mal estar, me incomodava, eu me sentia um peixe fora d'água: dependente do meu amigo pra estar ali, sem dinheiro, com a impressão de ostentar pros outros algo que nem tenho. E aqui estou falando do ter mesmo, e de como a imagem é super importante e valorizada na cultura de hoje.

Lá pelas tantas, com a dor de cabeça domada e a vontade de vomitar apaziguada, comecei a traçar objetivos na minha mente pra esse ano de 2007. Confesso que não sei se fui movido pela raiva ou o quê, mas assim que cheguei em casa, escrevi num papel as coisas que eu quero pra esse ano e também algumas práticas diárias. De maneira que dessa data em diante eu possa ser o protagonista da minha vida, e não o espectador, como na maioria das situações eu costumo ser. Se eu vou conseguir ou se meus propósitos são tão nobres quanto a firmeza do meu frágil espírito? Não sei. Só sei que cansei de perseguir os sonhos sem levar em consideração a otimização dos resultados.

Bem, é isso...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Descompasso



Pois eh...




Ontem descobri que meu coração está descompassado. E foi uma descoberta tão lógica quanto dois e dois são quatro. Durante todo o dia, de um jeito ou de outro, os assuntos caiam no "lugar comum": amor.


Sempre tive comigo que sou alguém fácil de se apaixonar, fácil de amar, que sempre sonhou com um amor, digamos, 3x4 [uma expressão inventada por esse medíocre ser, que quer dizer aqueles amores nos quais todo mundo sonha, algo mágico, sublime, ímpar, compassado, belo. Mas acima de tudo, REAL]. Tudo isto caiu por terra.


Quando as pessoas nas quais eu me encontrei ontem falavam de suas histórias de amor, percebi dentro do meu ser a mais pura miséria sentimental na qual me encontro. E sabe o que mais? Não me senti nenhum pouco culpado por isso, ao contrário: é como se pela primeira vez eu tivesse encarado de frente a realidade e, consequentemente, libertado meus mais profundos sentimentos e sensações que me afligiam. Compreendi que o amor não é uma coisa que a gente caça. Nós é que somos caçados por ele, de uma forma ou de outra. Compreendi que a gente fica inventando formas mirabolantes pra buscar algúem quando na verdade essa brincadeira de pega pega é perniciosa: em vez de assumidamente expurgar nossas carências simplesmente preferimos por alimentá-las, tratá-las com anabolizantes, de modo que qualquer dia desses, elas nos dão um nocaute. Simples assim.


Meu amigo Ricardo disse, já no fim da noite e algumas biritas, que ele uma vez amou a ponto de dar a vida. Eu suspirei bem fundo, dei minha risada de sempre e falei: 'e eu que achava que vc era frio quando te conheci. O frio sou eu'.


Para as pessoas que me conhecem há bem mais tempo, esse post de hoje deve soar como mais uma das minhas esquisitices, que eu sou um menino super doce, mas sequelado. Pode ser que tudo isso seja verdade mesmo. No entanto essa descoberta do meu descompasso abre precedentes pra que eu seja mais sensível as coisas, pois da mesma maneira que me descobri um ser que se faz de doce em certas ocasiões pra disfarçar seu egoísmo, cóleras sucumbidas e dor também enxerguei que é mais válido ser sincero consigo mesmo do que com qualquer pessoa. E isso é caminho pra libertação, pelo menos é nisso que acredito.


É claro que eu desejo ser encontrado pelo amor, mas rogo a Deus que eu seja merecedor de tal dádiva.


Hoje, enquanto cantava minhas músicas aqui na escola e meus colegas de trabalho dando risada, me perguntaram:




- Você está apaixonado, amando?




e eu:




- Não. Estou celebrando minhas misérias.

Vai entender...

e pra completar meu desvario, ouvi hoje uma canção antiga, mas que curiosamente traduzia minha alegria ao descobrir meu descompasso.

Vou Festejar
(Beth Carvalho)

Composição: Neoci / Dida / Jorge Aragão


Chora, não vou ligar

Chegou a hora

Vai me pagar

Pode chorar, pode chorar

É, o teu castigo

Brigou comigo

Sem ter porque

Vou festejar, vou festejar

O teu sofrer, o teu penar

Você pagou com traição

A quem sempre lhe deu a mão

Você pagou com traição...

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

E Agora José?

Quando criança queria ser muitas coisas: jogador de vôlei, escritor, apresentador de telejornal, ator, professor, presidente da república. Como boa parte da minha infância eu nem tinha tantos brinquedos assim, dava asas a minha fértil imaginação, brincando de muitas formas. E isso era ótimo, pois fez com que eu passasse pelo período da separação dos meus pais da maneira menos traumática possível.
Na adolescencia, fui um guri que fazia muitas coisas no colégio. Eu era desses moleques agitadores, que reivindicavam muitas coisas pra escola, ouvia freneticamente raul seixas e legião, defendia as idéias do Ernesto Guevara, Marx, Comunismo... mesmo sem saber direito do que se travatam todas essas coisas. Acho que defendia mais por moda do que por idealismo. Que coisa...
Depois vieram os anos nos quais eu me tornei um moço mais ligado à Igreja: missas, encontros e mais encontros, reuniões, campanhas, retiros, cursos, palestras. Nisso foram seis anos. E posso dizer que se nem fosse esse período, não teria estrutura nenhuma de enfrentar essa turbulência que particularmente curto, mas é extremamente estressante.
Quando vim morar aqui, há quase um ano, deixando pra trás 10 anos, pessoas, lugares que marcaram para sempre minha medíocre existência, foi como todos aqueles sonhos de criança estivessem avivados no meu ser. O problema disso tudo é que eu já não tenho a mesma coragem e destreza de antes.
Por isso que hoje, quando acordei e fui dar uma olhada na minha bíblia, muitas lembranças vieram. A única pergunta que pensei e martela hoje é:
E AGORA JOSÉ?

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Amsterdã

Engraçado como 99,999% dos sonhos são bem estranhos. Usam umas linguagens próprias, um jeito de querer expressar nossos mais profundos pensamentos, o tal do subconsciente. Mas o sonho que tive essa noite foi super curioso. Eis a narrativa:
"Sonhei que estava em Amsterdã [sim, essa cidade... e sabe-se lá Deus por que, nunca tive curiosidade de conhecer a Holanda. Vai entender, né?] e, nessa cidade cheia de flores, castelos, praças, pessoas andando nas ruas, bicicletas, vendedores ambulantes, um crepúsculo duvidoso, mas bacana, entro numa loja de roupas de lã, acho super baratas as roupas e peço dinheiro emprestado à Martinha, uma amiga minha [nem no sonho perde a mania de ser, né neguinho, hummm]. Dois velhinhos meio desconfiados me atendem, e logo vou puxando um inglês sofrível [no sonho eu parecia muito mais fluente, é como se entendesse perfeitamente], respondido pela velhinha com um inglês carregadíssimo, mais sofrível ainda. Quando de repente o velhinho fala um português arrastado, mas fluente. Vejo que os casacos são para crianças, naum cabem em mim e saio meio desolado da loja. Daí entra a Jackou e passeia comigo pela praça, onde deslumbrados vemos um castelo bem bacana, junto a uma fonte bem bonita. Tudo isso num céu meio laranja, fim de tarde, bem bonito. Daí..."
Nessa hora eu acordo com os barulhos dos meus amáveis companheiros de casa. Por um milésimo de segundo eu pensei em xingar em alto e bom tom, mas em seguida veio o sonho como um flash. Dei risada, nada mais.
Dizem que os sonhos são avisos de coisas sobre nós mesmos. Se for verdade, senti que isso era um aviso muito bom, mesmo nem sabendo direito do que se trata.
Bem, é isso...

P.S: Assiti um filme francês muito bom ontem com o Ricardo. O filme é tão inteligente que de uma simples mentirinha que a personagem fez com sua mulher, desencadeou uma série de engraçados, mas ácidos transtornos. Fiquei pensando nisso antes de dormir: de como ações tão minúsculas que quase nem damos importância pode até mesmo azedar o dia de alguém, a vida de qq pessoa. Que coisa...

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Globeleza sou eu!!!

Lá vou eu, lá vou eu... [quero deixar explícito que eu me recuso a escrever essa letrinha ridícula no meu blog. Mas o espirito da coisa já tah por aqui e em qq lugar, né?]
Pois eh...
Quando cheguei em casa e liguei a tv, a primeira propaganda que vejo é a da mulata globeleza [e diga-se de passagem: que mulata, né?Oun... será que meu lado machocomtestosterona em todos os poros tá ativo? uia...]. Na hora um estalo no meu pensamento: já?! Mas ainda ontem estávamos no clima dingo bell, dingo bell, adeus ano-velho, feliz ano-novo e todo o bla bla bla sentimental e comercial. As coisas fluem rápido.
Ainda ontem meus amigos se deslocaram por mais de 600 km pra ver um neguinho magricela [e de quebra ver a praia, alguma coisa tinha que ser compensada, né?rs] e passar quatro dias em convivência estreita, bem melhor e menos artificial que o big brother.
Faz algum tempo que, de um jeito ou de outro, fico aqui falando sobre pessoas que tem corpos perfeitos, roupas perfeitas, cabelo perfeito e pares perfeitos. Esses dias nos quais eu fiquei na praia e vi que a vida real é bem diferente dos inúmeros milagres de recauchutagem que o renew e o botox apregoam resolvi fazer um culto à mim mesmo. Taí minhas características:
A) Sou negro, magricela, narigudo, pixaim e sexualmente pra maioria dos mortais com um defeito congênito.
B) Sou inteligentíssimo, ácido, estressado, educado, irônico, gosto de conhecer gente.
C) Às vezes de um jeito estranho, mas sempre prezo pelos meus amigos.
D) Dizem que sou uma pessoa até que fácil de convivência.
E) Sou chegado a um bom fervo, birita, sonzera de qualquer tipo, de sexo, de amor, de balada.
F) Ainda conservo toda a essência religiosa que um dia aprendi, e tenho certeza que pra alguém eu devo ter feito um bem, sem falsa modéstia.
E novamente olhando na tv e vendo aquela neguinha pelada, se requebrando toda, dou uma risada interna, levanto meu copo d'água e falo, em alto e bom tom:
GLOBELEZA SOU EU!!!
ENTENDERAM, NÉ?
BEM, CHEGA POR HOJE...

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Quanto vale...

Ora pois...
Ontem pela manhã, a caminho do trabalho, enquanto tentava ler Memória das Minhas Putas Tristes [é a terceira vez que leio esse livro, é tão bom que nem me importo se já sei de cabo a rabo toda a história], um menino que estava sentado no banco atrás do meu falava sem parar sobre as séries do Warner Channel. Eram tantas, e tantos eram os detalhes que mesmo eu, que sequer tenho tv a cabo, soube de tudo o que se passa. Dae quando vou pra casa e dou uma zapeada no Big Brother, vejo que a Globo escolheu apenas modelos pra essa 7ª edição, ninguém com um dente torto, uma carinha mais ou menos, ou que tenha uns 40 e todos [ou os cremes que eles usam são eficentíssimos ou eu é que sou ingênuo, rs]. Tudo bonitinho, até demais pro meu gosto. Acho que levaram muito a sério a frase do Vinícius de Moraes, enfim...
Nesse mesmo dia recebo um telefonema não muito agradável, tenho uma conversa menos agradável ainda com um colega de trabalho. O papo começou sobre amenidades, mas os assuntos foram se tornando mais densos até que, pelos pontos de vista do menino, eu me senti uma barata-tonta, desprovida de objetivos, direcionamentos, ou qualquer outra coisa que o valha. E sabe o que é pior disso tudo? É que em parte ele tem razão.
E pra deixar meus dias mais nebulosos, domingo ouvi um negócio de um amigo que simplesmente estou em estado de choque até agora. Não sei se pela falsa moralidade que quis tomar conta de mim quando soube do que o menino me contou [e que graças a Deus logo a expulsei], ou pela minha situação: sem dinheiro, sem rumo, desejando alguém que nem está aqui, descompassado de amor-próprio. Não sei também se pelo meu estado febril desses dias, devido a gripe fdp, que contribuiu para que eu pensasse tudo isso ao mesmo tempo. Só sei que antes de chegar em casa e ver o que a tv insiste em vender pra nós, simples mortais à mercê da programação por vezes emburrecedora, fui ao mercado e comprei gengibre, alho e limão, com o intuito de fazer um chá levanta-defunto.
Curiosamente, esse livro sempre traz direcionamentos para minhas angústias. Eis alguns trechos:
"Fique sabendo, Delgadina, a fama é uma senhora muito gorda que não dorme com a gente, mas quando a gente desperta ela está sempre olhando para nós, aos pés da cama"(p.77).
"Me pergunto como pude sucumbir nessa vertigem perpétua que eu mesmo provocava e temia. Flutuava entre nuvens erráticas e falava sozinho diante do espelho com a vã ilusão de averiguar quem sou" (p.75).
"Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio."(p.74).
"Havia achado, sempre, que morrer de amor não era outra coisa além de uma licença poética. Naquela tarde, de regresso para casa outra vez, sem o gato e sem ela, comprovei que não apenas era possível, mas que eu mesmo, velho e sem ninguém, estava morrendo de amor. E também percebi que era válida a verdade contrária: não trocaria por nada neste mundo as delícias do meu desassossego. Havia perdido mais de quinze anos tratando de traduzir os cantos de Leopardi, e só naquela tarde os sentia a fundo: ai de mim, se for amor, como atormenta" (p.95).
"A verdade é que as primeiras mudanças são tão lentas que mal se notam, e a gente continua se vendo por dentro como sempre foi, mas de fora os outros reparam"(p.13).
Acho que nem preciso dizer mais nada, né?
bem, é isso...

sábado, 6 de janeiro de 2007

Have You Confessed?

Seis de janeiro de 2007. Aniversário de alguém distante pra mim, mas que continua presente nas minhas lembranças, de um jeito doce, suave, mas vigoroso. Dia de reis magos, a simbologia dessa data significativa no ar me deixa assim. Dois mil e sete: duas mil e sete maneiras de começar um ano, um projeto, algo que dê sentido, que faça sentir bem, simples assim. Afinal, o que é se sentir bem? Boa pergunta pros dias de hoje. Especificamente, pros meus dias atuais...
Então é isso? É a esse mundinho no qual eu me pertenço? Até que ponto sou o diferencial dele?
Ouço Get Togheter enquanto escrevo esses pensamentos entrecortados, penso nas coisas que eu gostaria de fazer e que por inúmeras razões nem fiz ainda, mas que cedo ou tarde darei um jeitinho de fazer, eu me conheço. Ontem contei coisas muito íntimas a dois amigos que definitivamente não contei pra ninguém, nem mesmo pra minha irmã, pessoa na qual eu posso contar tudo sem medo nenhum do que ela dirá, pois além de respeitar deveras a opinião dela, sei que o que disser fará muito a diferença. Ser teimoso que sou, quase nunca sigo o que as pessoas dizem, apesar de ouvir respeitosamente. Tenho a filosofia de que eu devo seguir o que acredito. Nem que o mundo duvide, eu acreditando é o que basta. Como por exemplo a vontade enorme que sinto de pegar umas roupas, viajar pra bem longe. Apenas pra ver seus belos olhos, ver se esse negócio realmente vale a pena ou se é mais uma enganação [dentre muitas, é normal a gente se enganar. Difícil é admitir que enganou. Sorry!] de minha parte.
A pressão interna que sinto de dar um rumo na minha vida é grande. A questão é: até que ponto eu quero? Antes eu tinha pelo menos uma noção de como é que eu estaria daqui há seis meses, um ano. Hoje sequer sei como será meu dia de amanhã. Pelo menos isso é mais honesto e bem menos frustrante, pois odeio pensar na idéia de que, quando chega o fim de um ciclo, seja faculdade, trabalho, ano, relacionamento ou qualquer outra coisa que valha, ficar avaliando os contras, me torturando pelas coisas que nem consegui, fracassei, ou magoei e/ou fui magoado.
HAVE YOU CONFESSED?

É uma pergunta oportuna para este sábado, para este ano, para esta vida. Não é atoa que a tradução dessa música bacana do U2 [Beautiful Day], caiu como uma luva nos meus dedos.
Tradução de "BEAUTIFUL DAY", do U2
"DIA LINDO"
O coração é uma flor
Floresce rápido em meio ao chão pedregoso
Não há nenhum cômodo nenhum espaço para alugar nesta cidade
Você está sem sorte
E sem o motivo que tinha para importar-se
O trânsito está parado
E você não está se movendo para lugar algum
Você pensou que encontraria um amigo
Para te tirar deste lugar
Alguém a quem você poderia dar uma mão
Em retribuição à boa vontade
Está um dia lindo
O céu desaba, parece-lhe
Que é um lindo dia
Está um lindo dia
Não deixe-o escapar
Você está na estrada
Mas você não tem nenhum destino
Você está na lama
No labirinto da imaginação dela
Você ama esta cidade
Ainda que isso não soe verdadeiro
Você esteve em todo lugar
E estava em você todo
Está um lindo dia
Não deixe-o escapar
Está um lindo dia
Toque-me
Leve-me para aquele outro lugar
Ensine-me
Eu sei que não sou um caso perdido
Veja o mundo de verde e azul
Veja a China bem na frente de você
Veja a nuvem atravessando os canyons*
Veja os cardumes de atum fugindo rápido no mar
Veja os fogos dos beduínos à noite
Veja os campos de petróleo à primeira luz do dia
E veja o pássaro com uma folha na boca
Após a enchente, todas as cores apareceram**
Estava um dia lindo
Não deixe-o escapar
Dia lindo
Toque-me
Leve-me para aquele outro lugar
Ensine-me
Eu sei que não é um caso sem esperança
O que você não tem, você não precisa agora
O que você não sabe, você pode sentir de algum modo
O que você não tem, você não precisa agora
Não precisa agora
Estava um lindo dia
___________________________________________
* "Canyon" significa "desfiladeiro", passagem estreita entre as montanhas.
** Referência ao surgimento do arco-íris após o fim do Dilúvio ("The Flood", em inglês).
(achei num fotolog de um tal de professor Artur que nunca vi na vida enquanto pensava no que confessar neste sábado chuvoso)
Bem, é isso...

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

I'm fell so good!!!


well...
Se tem coisas que me dão prazer em fazer sozinho, uma delas é ir ao cinema e ao teatro. Claro, há ocasiões nas quais a gente quer companhia, nem que seja de alguém, digamos, nem tão interessante assim. No entanto, a vida da gente, corrida que dói, somadas as preocupações, dores de cabeça e de cotovelo, não deixam com que nos sintamos bem. Dia desses caiu na minha mão um livro da Monica Buonfiglio, sobre anjos. Deus sabe como odeio livros de auto-ajuda, mas esse daí tinha algo bacana. Diz lá numa das páginas que os anjos se afastam da gente qdo estamos assim, pra baixo. Na hora eu pensei: que estranho, né? Não é justamente nessas horas que eles deveriam estar perto da gente? Mas se pensarmos um pouco, até que tem uma coerência nisso: que pessoa fica do lado de alguém que vive reclamando, se lamentando, chorando, se fazendo de coitadinho ou algo parecido? Enfim... [sei lá pq escrevi isso aqui, rs]
O fato é que esses dias eu fui tomado de uma sensação de bem estar. Ontem, depois do trabalho, resolvi ir ao cine, comer fast-food no shopping, andar nas lojas, na rua, tomar banho de chuva aqui [sim, o clima daqui é fogo, cheguei ensopado no trabalho, mas nem liguei]. Lembrei de meus "tocos", como costuma dizer meu amigo Guto, encontrei um dos meus ex rolos na rua, conversamos um pouco, foi legal. Não me pergunte o porquê de eu me sentir assim. Talvez sejam as boas vibrações no ar...
2007 promete!!!
Ah! A imagem que escolhi apenas representa como é que devemos levar a vida: dum jeito gostoso, liberando prazer mas sem ser explícito, vulgar.
Bem, é isso...

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Desejos pra 2007

Então... meu primeiro post de 2007! O que escrever aqui? Poxa, 2006 foi um ano tão conturbado, mas bom, ótimo pra mim... no entanto passou. E essa época do ano, de expectativas renovadas, cheio de dúvidas, certezas, coração puro, me veio à cabeça a letra simplesmente genial do barão vermelho.

Eu te Desejo
Barão Vermelho
Composição: Indisponível

Eu te desejo não parar tão cedo
pois toda idade tem prazer e medo
E com os que eram feios o bastante
que você consiga ser tolerante
Quando você ficar triste que seja por um dia
e não o ano inteiro
Que você descubra que rir é bom
mas rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar
pra recomeçar...
Eu te desejo muitos amigos
mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos pra você não deixar de duvidar
Quando você ficar triste que seja por um dia e não o ano inteiro
Que você descubra que rir é bom
mas rir de tudo é desespero
Desejo que você tenha a quem amar
e quando estiver bem cansado
ainda exista amor pra recomeçar
pra recomeçar...
Eu desejo que você ganhe dinheiro, pois é preciso viver também
E que você diga a ele pelo menos uma vez quem é mesmo o dono de quem...