quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Mini Ensaio Sobre a Proclamação


Fica desde já escancarado
Em todos os autos, a quem interessar
Que neste novembro 15
Está proclamado!
Por poderes a mim outorgados [alguém perguntou?!]
Declaro que é válida toda forma de bondade
Desde que seja desinteresseira
E promova a humanidade
Desde o simples, rico, bom ou escárnio da sociedade.
Nem podemos esquecer
Que os que optarem por seguir este decreto
Ao certo precisarão
de muita energia e paciência
para compreender o outro, simples assim.
Toda forma de amar é válida
Contudo, que não seja alienante
De modo que os efeitos colaterais [grifo nosso]
Da mágica união entre duas pessoas
Não sejam cada vez mais constantes.
Dinheiro, pão e diversão são fundamentalíssimos
Para que este decreto entre em vigor
Mas se quisermos que ele funcione plenamente
Esses três elementos precisam ser democratizados efetivamente.
Sou o primeiro a espontaneamente assinar tal beleza
Pois sinto com certeza
Que essas palavras medíocres escritas com singeleza
Contribuirão para minha elevação pessoal
Fazendo parte, definitivamente, da nobreza de corpo e espírito.
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Curitiba, 15 de novembro de 2006
Michel Alves Ferreira
Medíocre redator do que chama de "santas asneiras"...

domingo, 12 de novembro de 2006

Casa Pré-Fabricada


Uma caneca de capuccino
para sorver meus melancólicos pensamentos
uma lembrança longínqua de um tempo nostalgico [porém triste]
um lugar comum, uma frustração latente,
um amor pendente, coragem um tanto ausente .
Luzes psicodélicas, turbilhão de gente nas ruas da cosmopolita cidade
minha mente não pára um instante
minha alma está apontada
a um horizonte nebuloso, confuso, distante.
Paradoxo: minhas infinitas mediocridades e fraquezas é que me deixam mais forte
meu destino, alegrias e dores, por mais que não queira
estão entregues à própria sorte
Porém nenhum pouco perto
da morte do espírito.
Tudo o que esse estranho ser pede, apenas
é um pouco de acalento
uma mochila, uma dose a mais de esperança
de modo que minha casa, caso e vida insignificantes
sejam saboreadas a contento.






terça-feira, 7 de novembro de 2006

Pegadas...


Dia desses em Foz aconteceu um evento do qual eu participei durante seis anos. Seis anos nos quais contribuíram em muito na formação desse estranho ser. Essa foi a primeira de muitas vezes que eu serei apenas uma lembrança por lá.
Interessante que há momentos e situações na vida da gente nos quais nos sentimos eternos, seguros de si. Entretanto, quando nos damos conta, somente as lembranças é que restam.
Especialmente nos últimos dois meses vivi tempos super difíceis aqui. Ficava me questionando acerca de tudo o que fiz [e que eventualmente deixei de fazer]. Poucas vezes fiquei tão desesperançoso das coisas como estava. Então, algumas coisas inexplicáveis acontecem:
1) uma grande amiga minha da terra das cataratas, dia desses, queixosa de tudo, dizia sentir a mesma coisa que eu sentia. O estranho disso tudo é que os caracteres brotavam dos meus dedos no msn[rs] de tal forma que quando lia, nem me dava conta de que era eu mesmo escrevendo aquelas coisas pra ela. Legal!
2) No auge do meu desespero, fui à igreja rezar. Mas me sentia tão desconcertado que olhava pra santa e dizia apenas: "Nem rezar mais consigo direito, toh com vergonha da senhora". Uma mulher me observava, no meu silêncio. Eu que sempre tive vergonha de chorar na frente dos outros, naquela hora nem liguei. Acho que foi a oração mais sincera que fiz na minha vida...
3)um convite de um amigo meu aqui pra ir à praia. Fui resistente, chato, receoso, até que resolvi aceitar. Acho que foi uma das melhores sensações que senti, pois o 1º encontro com o mar a gente nunca esquece. Estava chovendo, frio, a praia meio deserta na quinta-feira de finados, e eu ali, celebrando a vida.
4)no domingo, encerramento do tal evento em Foz, acordei cedo e resolvi, sozinho, caminhar na praia. Estava quase deserta, um ensaio de sol queria sair e eu ali, num turbilhão de pensamentos e sensações agradáveis. Olhava nas pegadas que fazia, logo associava a tudo na vida: Tudo o que construímos, vivemos e fazemos nesse breve espaço de vida não tem importância nenhuma. O que importa é como vivemos aqui. Daí pude entender plenamente o sentido de uma expressão que ouvi um dia, numa era atrás: "todos importantes, tudo importante, mas nada indispensável". Lembrei dos meus amigos, de tudo o que aconteceu comigo e sorri, contente.
Mal sabem todos eles da força que me deram para que, ainda gauche [break: segundo drummond, torpe, torto. Ou entenda como quiser, rs], pudesse teimar no caminho das boas lembranças. Afinal, é isso que importa!
Bem, é isso...
p.s.: especialmente agradeço aqui a duas pessoas, por existirem, nada mais: Jaq e Ricardo. Uma, tão igual a mim. Outro, tão diferente, divergente. Mas tão fundamentais na minha vida, nas minhas lembranças...

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

Como Escrever Um Livro de Auto-Ajuda



Dia desses um aluno daqui da escola me emprestou um livro. Já a capa dele me desagradava: um monte de dólares enrolados numa borrachinha sem vergonha e o título em letras garrafais [como arrajar sucesso e prosperidade, uma coisa assim]. Relutei em lê-lo, até porque eu estava terminando de ler um do Dalai-Lama e queria ler outro do Gabriel García Márquez. Pois bem, ontem, qdo cheguei ao trabalho, encontro com ele e, assim, como se fizesse um diagnóstico certeiro, disse que eu tinha o aspecto de alguém amargurado, depressivo, cabisbaixo, que eu vivia falando mal da minha profissão e tal... [falou tanto que eu fiquei até assustado com o que ele disse]. E foi mais além: disse que o tal livro mudaria minha vida, até porque o que eu estava lendo era só um romance.
Com aquela determinação na cabeça, resolvi ler o tal do livro. Não consegui ir além de duas páginas, de tão indignado que fiquei com o que lia [ o autor chegou ao cúmulo de escrever que se existem pessoas pobres, é porque elas merecem ser. Ande um pouco nas ruas daqui e diga pra qualquer mendigo que ele merece estar ali, sem dignidade... puf!] Então, para fins de serviço de utilidade [ou inutilidade, rs] pública, coloco aqui algumas dicas de como escrever livros de auto-ajuda desse "naipe":
  1. Antes de mais nada, é bom dar um trato no visual. Vá ao shopping [ou naquelas liquidações populares mesmo], compre um monte de roupas que dê um ar de sério, respeitável, autoridade. Pras mulheres que desejam ingressar nessa empreitada, um ida ao salão pra recauchutar o "material" é óttteeeemmmo!. Ah! Uma ida ao dentista tb surte efeitos fantásticos. Tudo isso é pra passar uma imagem, nem importa se vc se acha um dragão: nos tempos de hoje, vemos cada milagre...
  2. Sempre nos classificados há aquelas "madames mirtes" da vida em que prometem resolver tudo em 24 horas, ou aquelas autoridades em alguma coisa que são especialistas em motivação, em arrastar as massas. Aprenda sobre a postura deles, suas técnicas, seu jeito de cativar. E não esqueça de anotar TUDO o que eles disserem, será util depois.
  3. Compre um dicionário, o mais completo, pois será necessário que aprenda [ou decore, tá valendo] palavras. Quanto mais difíceis, melhor. Para aqueles que querem aprofundar conhecimentos para esse fim, saiba mais sobre personagens como Rui Barbosa, Machado de Assis e outros...
  4. Uma coisa é importante: os programas de auditório de sábado e domingo tem muito a ensinar. Assita todos, grave se for preciso!
  5. Leia vários livros dessa linha [eles sempre querem dizer a mesma coisa, só mudam a ordem das palavras].
  6. Dramatize sua história de vida, pois quanto mais escrachada ela for, melhor. Como fonte de inspiração, as novelas mexicanas são ótimas! As pessoas precisam espelhar-se em você.

Claro que há várias outras dicas, e estas podem até ser equivocadas, mas o importante é que as pessoas que lerem sua obra pensem que você é que nem aquele comercial da doriana: todo mundo sorrindo, cheirando bem, com dinheiro no bolso, tão felizes que até enjoa, de tanta felicidade. Mesmo que o caboblo esteja devendo até as calças, brigado com a mulher e, mesmo sendo uma ótima pessoa, não consegue melhor colocação no mercado de trabalho porque simplesmente tem mais de 40. Ou que vc seja idoso e ainda não tenha os padrões de beleza, pois a imagem, máscara, é quase tudo nos dias de hoje. Digo quase tudo porque ainda há pessoas que com ações, atitudes super simples [como ler um bom livro, por exemplo, ou ter a coragem de dizer não a um monte de coisas que chateia, se indignar, ou pelo menos dar uma boa trepada sem culpa], conseguem sem falsetes nos ensinar alguma coisa.

O mercado literário tá cheio dessas coisas...

Será que me aventuro nessa e me transformo num nego escovado, sorriso colgate, falsa humildade e cheio de conselhos sem fundo pra dar? Olha que pelo visto tá compensando... rs

bem, é isso...

p.s.: até que de óculos eu fico bem!

quarta-feira, 25 de outubro de 2006


Estou aqui mais por um hábito mesmo do que pra escrever alguma coisa que achei interessante. Na verdade meus dias tem sido bastante previsíveis: trabalho-casa-programinha com amigos e o ciclo nada muda. Claro, de um tempinho pra cá, depois de algumas coisas super chatas, estou um pouco mais tranquilo, tenho aproveitado meu tempo, mas mesmo assim falta algo. Ontem, conversando com duas amigas minhas [assuntos totalmente diferentes, mas com um ponto comum: a sensação de letargia em alguns momentos da vida da gente], falei pra elas duas coisas que, confessadamente, assumo que são super difíceis pra mim exercitar: a paciência. Sempre tive comigo que quando as coisas começam a ficar previsíveis demais na vida da gente, é porque é hora de se questionar. Não sei se pelo fato de minha vida, até agora, nunca ter sido assim, previsível. E eu gosto dela assim [tem horas que acho que eu aprendi a gostar, rs]. No entanto, penso que a letargia da qual chamo aqui é necessária em alguns casos. Sempre temos um ideal de amigos, de família, amores, sexo, espiritualidade, trabalho. Mas fato é que essas coisas escapam de nosso controle, ou seja: quase nada é do jeito que planejamos, queremos, idealizamos.
Sim, são muitas coisas entrecortadas, talvez eu esteja até prolixo demais nesse post. Talvez esse momento da minha vida esteja prolixo demais. Talvez seja mais uma neura de minha estranha mente. Talvez seja importante esse momento. Mas de uma coisa tenho certeza: eu me sinto bem mais Eu no meio dessa confusão toda.
bem, é isso...

p.s.: como tb ando um pouco nostalgico de algumas coisas, a foto é apenas pra registrar aqui um dia no qual eu dei mta risada e foi super legal. Suei tanto que até uma rodelinha [ugh!] aparece na camiseta.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

i just wanna a fell


Come and hold my hand
I wanna contact the living
Not sure I understand
This role
I've been given
I sit and talk to God
And he just laughs at my plans
My head speaks a language
I don't understand

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste

I don't want to die
But I ain't keep on living either
Before I fall in love
I'm preparing to leave her
I scare myself to death
That's why I keep on running
Before I've arrived
I can see myself coming

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
'Cause I got too much life
Running through my veins
Going to waste
And I need to feel real love
And a life ever after
I cannot give it up

I just wanna feel real love
Feel the home that I live in
I got too much love
Running through my veins
To go to waste

I just wanna feel real love
In a life ever after
There's a hole in my soul
You can see it in my face
It's a real big place

Come and hold my hand
I want to contact the living
Not sure I understand
This role I've been given
Not sure I understand...


[Fell. Robbie Williams]

Então: apesar de não gostar de boa parte das músicas do Robbie Williams, essa daqui, de certa forma, traduz o que ando sentindo esses dias. E a imagem traduz toda a confusão que a maioria de nós vivemos, no qual cada um entenderá como quiser.
bem, é isso...

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

De Repente 35

Pois eh...
Mais uma manhã normal. Acordo com a tv ligada, limpo meus olhos, calço meus chinelos e saio cambaleando pro banheiro. Faço minhas necessidades, me lavo, escovo os dentes e, pimba! Dou um grito estratosférico: quem é esse aí no meu banheiro? O que é isso?!
Passados alguns minutos, continuo encarando o ser e reparo que ele, estranhamente sou eu: mais velho, careca, algumas ruguinhas. Depois de 352,5 lavagens de rosto, vejo que não tem jeito mesmo. Corro pro quarto, observo a tv, Ana Maria [bem mais velha] e o louro josé [já um papagaio grande, desenvolvido, adolescente, mas com a mesma vozinha irritante]. Esfrego meus olhos e custo a crer no que vejo. Ah! O calendário! Vamos ver: 20 de outubro de 2016...16?! Meu chapéu, não é sonho!
Toca o telefone: minha sobrinha dizendo que vai passar na minha casa meio dia pra almoçarmos juntos [perae, mas minha sobrinha não estava lá no Líbano, com 13 anos?! Acho que enchi a cara na balada de ontem, pensei comigo...]. E diz que Mônica, minha irmã, manda um beijo. E que é pra passar mais tarde na casa dela, pois precisa muito falar comigo sobre um negócio...
Desligo o telefone sem entender patavina nenhuma, cada vez mais confuso [que diabo era a bebida que tomei ontem?! O Ricardo me paga, eu disse que nem tava afim de beber, mas ele insistiu tanto...que foda, meu!]. Coloco a primeira roupa que vejo, saio do apartamento onde estava, estranhando tudo o que vejo ao redor. Na portaria, o porteiro me diz que eu estacionei meu carro [hã?!] na vaga errada.
Meu Deus, o que é que está acontecendo comigo?! Pra começar, meu prédio nem porteiro tinha, que dirá eu, carro! E onde é que está o cartaz do Che Guevara que estava grudado na parede do meu quarto?!
Meu celular toca. Vitor me cobrando que eu não ligo mais pra ele, que simplesmente esqueci dos amigos, bla bla bla. Eu: -Cê tá loko?! De onde que vc tirou isso?! Não foi ontem que eu falei com vc?!
Vitor ri daquele jeito e diz: Modo! Depois dos 35 a gente esquece das coisas mesmo...
Eu: Perae! 35?! Eu ouvi 35?!
[break: se a gente não olha pra vida atentamente, meu amigo...]
bem, é isso...

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

HONESTIDADE

Em tempo de eleições, crises ameaçando a "pax" mundial, mensalões, dossiês, escândalos, tento escrever em poucas linhas sobre esse tal assunto [a honestidade].
Ser honesto é, antes de qualquer escolha, escolher-se. E, nesse escolher, implica em aceitar-se, com todas as glórias e misérias, inerentes a qualquer um. Ser honesto é ter a ciência de que nem sempre é possível acordar bem todos os dias, sorrir sempre, ser gentil e amável. Da mesma forma, ser honesto é ir além daquilo que nos aflige e buscar uma solução pacífica.
Ser honesto não significa apenas trabalhar direitinho, não roubar, ser íntegro no trabalho: é ter acima de tudo respeito pela pessoa humana [por mais que ela seja diferente, bocó, cabeça-dura, chata, imbecil, chocante, ou outro adjetivo].
Ser honesto é buscar seguir aquilo que foi proposto. Mas mais do que isso, ser honesto também é ser flexível.
Ser honesto é ser humilde, nunca simplório. Ser honesto é ver se, depois de tanto tempo, ainda vale a pena estar junto daquele alguém. Ser honesto é admitir, quando for o caso: sim, sou incapaz de amar. Ou sim: cada vez que vejo você sinto um frio na barriga. Ser honesto é correr atrás dos seus sonhos e ideais, mas não deixar que eles pisotêem quem estiver no caminho. Ser honesto é ouvir seus sentimentos, pois eles nunca falham. E, se caso falharem, ser honesto é brindar por esse erro e seguir como Mário Quintana, assoviando. Ser honesto é defender aquilo que pensas, mesmo que cause espanto para um grupo de pessoas ou ao mundo inteiro. Ser honesto, enfim, é um estado da alma.
bem, é isso...

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

E Tudo Por Causa de...


Sabe quando você vai a um programa que julga ser sem grandes expectativas e surpreendentemente ele se torna o máximo? Pois eh... foi justamente assim que aconteceu ontem, feriado de Nossa Senhora Aparecida [santa na qual tenho muito carinho e devoção, apesar de me sentir em dívida com ela].
Convidado pra ir na casa dum amigo, tempo modorrento, chuvoso, semgracinha dessa cidade, vou até lá e, algumas doses de vinho e cachorros-quente depois... a atmosfera agradável do ambiente me contagia [claro, nessa altura do campeonato já estava falando pelos cotovelos, rs]. Interessante que quando estamos em sintonia com o cósmos, quando estamos bem [ou até mesmo quando nem estamos, mas há alguma disposiçãozinha lá no íntimo nesse sentido], tudo adquire um significado bacana: vemos as pessoas de outra forma: mais doce, humanizada. E consequentemente nos vemos assim tb.
O melhor de tudo é que, lá pelas tantas da madrugada, resolvemos ir ao mercado comprar mais vinho e doritos. Eu estava com tanto sono, minha cabeça girava por causa do vinho, que pensei em capotar, dormir estatelado no sofá. Mas depois que comi o nacho [deve ser assim que se escreve. É um negócio com carne moída, queijo e o doritos no meio, muuuiito bom!] aconteceu justamente o contrário, pro desespero dos meus nobres colegas de noitada: meu sono foi-se embora, fiquei falando sem parar até umas 5 da manhã... nem sei se riam de dó ou porque eu estava me achando o Costinha, Ary Toledo, Juca Chaves, sei lá... o fato é que eu me sentia ótimo, por passar aquela noite assim, lúcido, falando o que queria dizer, e na companhia de pessoas agradáveis, especiais. Acho que senti enorme saudades do tempo em que fazia essas coisas bobas com mais frequência em Foz. Eh bien, mas estou aqui. E experimentei ontem meu íntimo dançar, embriagado de amor, num tango veemente, vigoroso, caliente, apaixonado. Devo agradecer aos céus por isso [e aos mirabolantes cozinheiros que prepararam aquele negócio, rs...].
Bem, é isso...

p.s. 1: que post curioso pra uma sexta-feira 13....

p.s. 2: Do you believe I can make you feel better?
[estou com essa música na cabeça há tempos, e esse trecho é que me chama mais a atenção. Talvez porque esteja fazendo essa pergunta sem parar a mim mesmo... e o resultado, até agora, têm sido surpreendente...]

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Tentativa de Uma Crônica


Pois eh... [não consigo me livar disso, rs...]

Ontem, por três vezes, tentei escrever aqui no meu blog, motivado por um comentário de um amigo meu, dito há dias atrás. O comentário, inesperado, era: acho que estou precisando me apaixonar. Enfim, escrevia, lia, achava bom, fazia outras coisas, lia de novo, achava ruim, apagava. E assim foi até que pensei: chega! Definitivamente hoje não dá!
Mas o pensamento desse dito cujo ficou martelando minha cabecinha de vento, pois no meu íntimo eu ficava buscando fórmulas, receitas, simpatias, mandingas, qq coisa que me indicasse: o que é preciso realmente pra se apaixonar? [Quem souber de uma resposta...]
No mesmo dia, mais pro fim da noite, pijama e chá [por causa da minha inseparável rinite, bleh!] na mão, vejo no programa do jô uma entrevista simpática com uma dessas moças que escrevem livros de auto ajuda [bem, ela dá dicas de comoprendernamorado, essas coisas]. O que me chamou atenção foi o fato dela admitir duas coisas: quase nunca seguia os próprios conselhos que recomendava às suas leitoras e sempre que possível, pedia a essas mesmas leitoras que relatassem suas experiências afetiva/sexuais, dizendo que fim [ou não] teve nisso. Achei engraçadíssimo [somando o fato do jô deixar que ela falasse, coisa que não costuma fazer com a maioria dos outros entrevistados, rs]!
Hoje, quarta-feira, véspera de feriadão, acordo de bom humor, abro a casa quando deparo com uma pomba morta no quintal. Que bosta, pensei comigo! Peguei um monte de saco plástico pra jogar a bendita da pomba no lixo. Mas não é que bateu um sentimentozinho de cristandade, sei lá o que é. Então, peguei a pá e fiz um buraco, desses enormes, tudo pra enterrar o corpo da ave. Sem contar na ligação de outro amigo meu, tadinho dele [bleh!], cheio de problemas, falando de um jeito tão rápido que eu estava ficando contaminado pelas energias negativas. Desligo o telefone, respiro fundo e rumbora, tenho um dia inteiro pela frente... e a pergunta martelando na minha cabeça...
Tento buscar várias respostas, mas não consigo simplesmente encontrá-las, da mesma forma como tentei escrever coisas legais sobre amor. Tento me manter calmo o dia inteiro, respirar fundo, dar risadas, passar e ser receptivo a energias positivas, ser coerente, amável. Quase nunca consigo fazer boa parte dessas coisas, ainda que meus amigos duvidem que eu seja assim. Tento não ser mesquinho e vil, mas sou falho. Da mesma forma como tento usar de métodos e técnicas pra entender mais sobre o amor. Por essa razão eu achei aquela moça admirável: expunha suas falhas de uma maneira bem humorada, não impositiva, ingênua, carente. E a liçaõ que ela me deu é: viva, apenas. Cada dia, cada vitória, cada falha, cada experiência, Cada tentativa. Ainda que haja muitos sofrimentos, pelo menos o esforço de querer que as coisas sejam melhores já é algo bom. Como essa medíocre crônica que tenta falar de amor.
Bem, é isso...




sexta-feira, 6 de outubro de 2006

BAH!


Sem grande motivo especial pra escrever algo decente [talvez por isso aqui tenha estado tão chato utimamente, rs], queria registrar algumas coisas que aconteceram nesses dias:

1) levei uma bronca esses dias do meu chefe [por bobeira], e eu, com essa minha língua santa, apenas olhei fixamente pra ele e disse que estava distorcendo o que eu estava falando. Ele ficou me olhando, parou de falar e sossegou. [dia desses chamei a mãe dele de louca...uia!];

2)Ontem, pegando o tal do ligeirinho [depois de décadas atrasado], cheio, aquele cheiro agradável de cheetos vencido [uia!], acredita que eu consegui, diante de tanta gente espremida, ficar de um jeitinho tão confortável que li bem susse meu livro [diga-se de passagem, ruim! Até eu escrevo melhor que o Millôr...]. Era engraçado: gente reclamando do ônibus, do motorista, da vida, do vizinho, gente dando risada pelo fim do dia e eu, me sentindo uma sardinha enlatada, mas contente;

3)Mesmo nas situações de pindura, sempre dei um jeitinho de satisfazer alguns prazeres: Tomar um copo de leite de soja pela manhã [fazendo as contas, no fim sai mais barato do que ficar comprando leite e café...], alguma comida que nunca comi, ir ao cinema no meio da semana, ir pro barzinho no fim do dia, sozinho, pra ver o movimento, sentir o cheiro da boemia e ficar susse, ainda que com um real na carteira. E quem é que disse que não podemos dar um jeitinho de nos divertirmos em tempos de crise?

4)Nunca fui fã de salada ou coisas assim, sempre gostei de comida gorda, daquela que vc dá uma mordida no bife e ele faz: muuuuuuuuuuuuuuu.... enfim, depois que descobri no shopping uma tigela enorme de salada com direito a fatias de presunto de peru ou frango empanado, e ainda por cima massas de pastel, ovo cozido e outros salamaleques, agora vivo arquitetando planos mirabolantes pra juntar dinheiro, afinal, dizem que comida é igual a sexo: se não sabe fazer, broxa!

5)No ponto de ônibus: um bêbado me pediu dinheiro pra pegar o bus. Como quase sempre, eu educadamente disse que nem tinha. O cara insistiu, eu disse que não podia fazer nada. Entro no ônibus e fico com a consciência pesada por não dar [break: apenas por cinco minutos, pois depois uso o dinheiro pra comprar a tal da salada. Independentemente do motivo do bêbado, percebi que muitas vezes aquilo que a gente apregoa como prática de fazer o bem e tal na hora h não funciona]. Depois esqueço e bem contente sigo meu caminho.

6) A imagem que eu coloquei hoje é pra ilustrar um pouco do meu sucesso e fracasso sentimental. Tem horas que eu fico igual aquelas que colocam anúncio no jornal, dizendo que resolvem tudo sobre amor em 24 horas: dão conselhos, dicas, estratégias, falam pra se amar, ou qualquer outra coisa que o valha... e geralmente tenho algum sucesso [rs... que gay isso, né? hahahahaha]. Mas quando se trata de mim... rs!

7)bem, é isso...

terça-feira, 3 de outubro de 2006

O Diabo Veste Mesmo Prada?


Pois eh...

Assisti ao filme O Diabo Veste Prada hoje à tarde. Um filme super interessante, tendo como pano de fundo temas como ambição, poder, determinação em vencer, reconhecimento profissional, esforço, vaidade dentro do mundo da moda, com uma dose de humor. Mas não é sobre o filme que estou aqui hoje, apesar dele servir de inspiração para escrever. Escrevo hoje porque vejo que as eleições de domingo foram emocionantes. Em alguns casos, uma piada sem graça. Escrevo porque fico indignado que alguns políticos acusados de participarem do esquema das sanguessugas, mensalões e tantos outros escândalos ficarão lá no congresso nacional recebendo uma fortuna durante quatro anos. E o pior é que eu é que tenho que pagar o salário deles. Quem dera se eu recebesse metade do que eles recebem...
Escrevo porque a gente trabalha tanto pra ter tão pouco. Escrevo porque isso me serve de terapia, de desabafo. Escrevo porque sei que não sou tão virtuoso como todo mundo pensa [e nem tão idiota ou mal como alguns querem ou como eu me julgo]. Escrevo porque... hoje é um dia cinza.
Bem, é isso...

sábado, 30 de setembro de 2006

Depois das Três...

Pois eh...

Semana de insônia. Odeio ficar sem dormir. Mas arranjei um jeitinho de driblá-la: ler. E foi o que eu fiz nesses dias... li, sem ser pretencioso, uns quatro livros. Colocarei aqui um trecho de um deles e um poema do Drummond que traduzem todas as minhas sensações no momento...
Bem, é isso...

IGUAL-DESIGUAL
Eu desconfiava:
todas as histórias em quadrinhos são iguais.
Todos os filmes norte-americanos são iguais.
Todos os filmes de todos os países são iguais.
Todos os best-sellers são iguais.
Todos os campeonatos nacionais e internacionais de
[futebol são
iguais.
Todos os partidos políticos são iguais.
Todas as mulheres que andam na moda são iguais.
Todas as experiências de sexo são iguais.
Todos os sonetos, gazéis, virelais, sextinas e
[rondós são iguais
e todos, todos
os poemas em verso livre são enfadonhamente iguais.
Todas as guerras do mundo são iguais.
Todas as fomes são iguais.
Todos os amores, iguais iguais iguais.
Igual a todos os rompimentos.
A morte é igualíssima.
Todas as criações da natureza são iguais.
Todas as ações, cruéis, piedosas ou indiferentes, são
[iguais.
Contudo, o homem não é igual a nenhum outro
[homem, bicho ou coisa.
Ninguém é igual a ninguém.
Todo ser humano é um estranho ímpar.
[Carlos Drummond de Andrade, A Palavra Mágica: Poesia, p.102, ed. Record]
TRECHO DO LIVRO AS HORAS
"Por que outra razão batalhamos tanto para continuar vivendo, ainda que comprometidos e prejudicados? Mesmo que tenhamos chegado ao ponto em que está Richard [break: personagem aidético do livro em estado terminal]; mesmo que estejamos descarnados, cobertos de escarras, cagando nos lençóis, ainda assim, queremos desesperadamente viver".
[Michael Cunningham, As Horas. Tradução de Beth Vieira, p.19]

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Vamos Lá! Você Consegue! Você é o Maior!


Pois eh...
Não sei se a cada ano que passa eu fico mais crítico, chato, pessimista, receoso, sobre qualquer coisa que cheire a motivação. Digo isso porque sempre que assisto uma palestra, saio sempre com a mesma sensação de que o palestrante é o máximo [junta um monte de conselhos, receitas prontas, fala da sua infância pobre, de como ele sofreu até chegar a esse maravilhoso ponto e aplica em qualquer circunstância] e de que eu, tão somente eu, sempre fiz tudo errado e sou um bosta. Sabe, até que tentei aplicar essas regras, mas elas [será que foi só comigo isso?!] nunca funcionaram. Já memorizei frases positivas, tentei ser o mais imparcial possível, separando meus problemas pessoais com os do meu trabalho, sempre distribuí sorrisos e mais sorrisos, amabilíssimo com pessoas, digamos, tão doces quanto uma porção de jiló. Comprei livros de auto-ajuda... enfim: hoje meu chefe pediu que eu assistisse uma palestra dessas. [e pensar que meses atrás eu é que estava a frente de um trabalho importante e tinha a exata função do mocinho que se esforçava em passar a mensagem. Mas sempre tive essa preocupação de não ser artificial]. Enquanto o rapaz [novo, recém-casado, maior vendedor de carros do sul do país, bla, bla bla] falava, eu pensava. Pensava em tantas pessoas que têm talento, se esforçam, dão o melhor de sí e mesmo assim são simplesmente boicotadas, deletadas, descartadas pelo sistema. Pensava em como o meu dia tinha sido ruim: dormi super mal, comi mal, esperava por uma resposta urgente sobre um assunto e descobri que eu contava com os ovos sem a galinha sequer ter botado. Pensava que mesmo eu tentando fazer as coisas do modo certo sempre havia algo que escapava do planejado. Pensava que mesmo tantas pessoas me achando um carinha super legal e tudo o mais [sem querer "se achar demais"], não arranjava alguém decente pra trocar escovas porque minha imagem é diferente dos padrões: magricela, narigudo, comum, negro. Pensava... e nesse pensar eu vi que pensava demais. Que tem coisas que a gente deve apenas sentir, ver qual é a mensagem que tudo isso está passando. E, só a partir disso, é que posso fazer com que tudo ao meu redor seja mais colorido. Sem recorrer a fórmulas prontas. Sendo você, com defeitos e qualidades, tentando ser o melhor. Só a partir desse ponto é que a palestra foi menos enfadonha e, curiosamente, meu dia ficou mais leve, apesar de tudo. E por isso escolhi a imagem desse desenho pra ilustrar meu post hoje.
Bem, é isso...

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

As Horas


tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,
tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac...
...procurando a batida perfeita.
Bem, é isso...

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Grande Gabo!

Pois eh...
Ontem, depois de receber um telefonema que sinceramente eu já nem esperava mais, a primeira coisa que veio à minha mente [e ficou durante todo o dia] é a história do livro O Amor nos Tempos do Cólera, do García Márquez. Trata-se de um romance que sobrevive as intempéries de 53 anos das personagens Florentino Ariza e Fermina Daza. Não é meu objetivo contar a história, até porque penso que livros são que nem perfumes: tão pessoais que só conhecendo profundamente a pessoa é que damos de presente ou recomendamos. Enfim, simplesmente calei-me. E aumentou ainda mais o desejo de viver um romance desses. Espero que eu seja um merecedor de tal dádiva.
Bem, é isso...

P.S.: eu gostei do livro pq simplesmente trata da vida duma maneira bela, mas real. Sonhadora, mas com os pés no chão. Doce, sem ser melosa demais. Sádica, profana, e angelical. E, sobretudo, dá um baile nessa onda de pseudorelacionamentos que a todo custo a gente, por carência, incapacidade de se abrir, de ser humilde e simples, quer enfiar goela abaixo.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Depois das Seis

Depois das seis da tarde desta segunda, 18. Depois desse fim de semana. Depois de ter uma conversa estranha, depois de ver pessoas estranhas, de sentir coisas estranhas, de sentir uma raiva estranha [e dessa vez nenhum pouco absurda]. Depois de um passeio ontem no largo da ordem [tinha festa de São Francisco, tava ótima, ri muito], depois do meu barzinho de sempre. Depois de hoje fazer meu parco almoço, depois de fazer e receber uma ligação, depois de pensar muito, depois de ver que tem coisas e pessoas que nunca mudarão. Ou, a cada ano que ficarem mais velhas, se cristalizarão. Depois de ler meu livro [outro do Gabriel, esse era uma crônica super interessante, regada a muito sangue, esquartejamento, riqueza de detalhes, histórias de solidão. Como a minha.], depois de andar até o meu serviço, depois de ligar pro Fábio pra ajeitar um jantar no sábado, depois de ver meus recados no orkut, depois de ler meus emails [quase todos fúteis], depois de beber água, depois de atender pessoas. Depois de abrir as salas. Depois...
Depois me sento aqui, e penso no que escrever hoje. E vejo que muitas coisas na vida são deixadas pra depois. Porque, em algumas ocasiões, tanto faz se depois for nunca mais [parafraseando uma música do Nenhum de Nós].
Bem, é isso...

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

Fast Food X Feijão-com-Arroz (IIª parte)

Continuando meus devaneios sobre essa questão...
O que é mais fácil? Dar um viva pra tudo o que é fast food ou ficar no feijão-com-arroz, todo santo dia? Sei lá...
Engraçado como a gente encontra pessoas que, diante de tantas "intoxicações" [rsrs] com os fast-food, ficam tão desiludidas, endurecidas, que passam a crer que o feijão-com-arroz ideal não existe. Até eu em certos momentos me pego desse jeito. Hoje, nesse exato momento que escrevo eu me sinto assim. Mas vamos usar nossa massa cinzenta: as duas coisas [tanto o feijão-com-arroz como os fast food], se nem são mescladas, acabam virando numa puta duma chatisse. Me lembro claramente quando fui morar em Foz com minha irmã. A situação tava tão preta no primeiro ano que ficamos lá que a gente só comia arroz, feijão e costela. Quando as coisas começaram a melhorar, meu cunhado disse, bravamente: Chega! Vamos comer comida árabe seis dias por semana... e uma vez [só uma vez], o feijão-com-arroz. No começo todos nós [minha irmã, eu e meus três sobrinhos] demos vivas. Mas sabe que depois caiu na mesmisse!? Pois eh, quando eu sabia que minha irmã faria tal comida, eu simplesmente comia fora [na cantina do colégo, na rua, ou nem comia]. Hoje, indo pra casa pela manhã depois duma conversa com um amigo, comecei a conversar com um senhor no ponto de ônibus [falador que sou] e ele me contou que, depois de 40 [sim, quarenta!] anos de casados, filhos criados, ele disse que vai se separar da mulher. Disse pra mim que não aguenta mais, que ficaram felizes por 13 anos. E depois caiu na mesmisse: ela reclamando de tudo, ele [segundo o que me disse] tentando melhorar. E disse que ele, aos seus 57 anos, quer aproveitar a vida. E me disse sorrindo, como se estivesse se libertando de uma prisão. Mas ele me confessou que gosta dela ainda, mesmo com tudo caindo, ama ela. Só que nem tem mais jeito.
Bom, sei lá por que é que escrevi isso aqui hoje. Talvez pq, mesmo nunca ter acreditado naquela historieta felizes para sempre [na verdade eu acredito em amores possíveis: os fast food sempre nos tentam, e algumas vezes caímos nisso. Mas o que todo mundo nesse mundão quer é mesmo o trivial. Dividem-se em dois grandes grupos: os que confessadamente dizem aos quatro ventos e os que se fazem de racionais, "ratos de liquidação fast-food" mas que lá no fundo do seu coração invejam quem tem criatividade pra, todo dia, fazer daquela comidinha básica A COMIDA], eu, mesmo com esse desânimo que me assola, ainda acredito em contos do feijão mágico.
bem, é isso...

p.s.: acho que foi o post mais louco que escrevi até hoje... como pude viajar tanto? rs...

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

A Guerra do Fast-Food e do Feijão-com-Arroz



Pois eh...

Não são muitas as pessoas que resistem a tentação de um bom big mac, uma porção de batata fritas, um sorvete com direito a tudo, franguinhos empanados, x-salada, cachorro-quente, salgadinhos da elma chips, coca-cola... aff!!!Tudo começa pelos olhos: vcs hão de convir com esse estranho ser que, esteticamente falando, o visual é barbaro! E eles [que chamarei aqui de gurus fast food] fazem de uma maneira tão inteligente que qdo vemos, é que nem atração fatal: pede, come, e ainda fica com aquela sensação de quero mais...
Já o nosso tradicional feijão com arroz, eu diria que é uma arte fazê-lo. Dispende tempo, criatividade [sim, pq podemos colocar qq coisa nele, mas tomando o devido cuidado que o prato não perca a sua originalidade, o seu sabor ímpar, o seu gosto], uma certa paciência, experiência, os ingredientes certinhos. Nós é que somos os gurus. E, óbvio, pra ser guru, tem que se identificar com a coisa, gostar.
Agora, por que diabos eu me pus a escrever sobre isso? É que hoje, a caminho do meu trabalho, associei essas duas coisas que curto pra caramba com relacionamentos. Os fast food: efêmeros, vulneráveis, instáveis, intensos. São aqueles namoricos de um mês, ou os ficacomigoporessanoite porque vc é o homem/mulher da minha vida [e mais tarde: puta merda!!! Como é que eu pude me enganar... hahahaha]. Feijão-com-Arroz: precisam de cuidado, de carinho, de tempo, de paciência, de conhecimento, até que se atinja o ponto e que, provando o néctar, diga, com a absoluta certeza: que delícia!
Enfim... dadas as circunstâncias, meus relacionamentos foram, até agora, como o lanche do bob's que adoro [bonito, caro, gostoso pra caramba e nada saudável]. Eh, só sei que tá difícil de achar um feijão-com-arroz que preste hoje...
bem, é isso...

domingo, 10 de setembro de 2006

Sobre o Tempo

Pois eh...
São pouco mais de quatro horas da manhã de um sábado. Estou aqui em Foz ainda, prestes a voltar pra minha casa, pra minha vida, pra minha rotina. Esses dias por aqui tem sido com bálsamo, como um perfume do boticário que adoro [e que eles simplesmente tiraram de linha]. O casamento foi lindo, vi pessoas que me ignorarm, que não curtem com a minha cara, que fazem desdém. E eu? Passarinho, como diz Mário Quintana. Não estou nem aí. Por que isso não me importa mais. Não me preocupo mais com coisas que hoje vejo claramente que são periféricas. Preocupo-me com coisas essenciais pro meu coração, pra minha razão, pra minha vida: como por exemplo porque é que você não me ligou, simplesmente surtou, sumiu. Por que é que tem momentos que eu, endurecido por tantas coisas e desilusões, me julgue frustrado, incapaz de conseguir me apaixonar [e encontrar alguém que preste, a bem da verdade!!!]. Por que é que, mesmo eu tendo conseguido encontrar algumas respostas que fui buscar em Curita ainda me sinto só. Bem, quem lê isso deve achar que eu toh surtando, ou coisa que o valha. Mas bem, nem estou. Até porque eu seria um completo idiota se não percebesse que o saldo de tudo isso ainda é super positivo: meus amigos me dando força, eu me sentindo mais maduro, senhor de mim, seguro do que eu quero. Sabendo exatamente o que é que eu tenho a oferecer pra alguém. Nada mais, nada menos, na medida exata. Sabendo que eu não estou dando murro em ponta de faca, e sim em busca de meus objetivos, sonhos, aspirações e metas. Sim, de uma maneira minha [e só minha, de ninguém]. E ainda que sofra, não me arrependo de nada. Talvez porque Deus, I Ching, Maomé, Buda, Santos, Wicca, Anjos, Energia, sei lá, chame isso o que quiser, colocou uma força em min que me impulsiona a viver. Tão somente viver. Que nem o pastor que incansavelmente procura a ovelha perdida. Igual um casal de apaixonados: não mede esforços pra agradar o outro. Espero eu continuar sendo esse entusiasta da vida.
Bem, é isso...

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Cozinha Maravilhosa da Ofélia



Receita pessoal de comoespantarazica, ver pessoas que são importantíssimas na tua vida e de quebra se sentir ótimo...
Ingredientes...

Duas passagens [ida e volta]...

Vontade de dar risadas e passar por bons bocados...

Um grupo de amigos que se pode ficar até uns 355,072 anos sem se ver [exagerado...rs] mas que qdo se encontram parece que foi ontem...

  • Uma banda que te surpreende, com pessoas que são mais surpreendentes ainda [e que de alguma forma se sente que contribuiu pra que o povo estivesse lá, no palco]...
  • Um diploma de uma universidade [com direito a capa e todas as firulas possíveis... uauauaua]...
  • Umas biritas pra esquentar os ânimos [isso nem pode faltar!]...
  • Umas jogadas de boliche, uma ida ao centro de excelência de compras, nem que seja pra dar uma voltinha, vulgo Paraguai...
  • Um casamento e por fim...
  • Uma pitada de expectativas, romance, risadas, conversas sérias e sobretudo paz de espírito.

MODO DE PREPARO...

Junta tudo isso e vê no que dá...

Bem, é isso...

p.s. a foto foi só uma amostra do que aconteceu... e ainda falta muito chão pela frente....

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Classificado Eleitoral


Procura-se um político. Alguém que pertença a um partido bem pequeno, ínfimo, desses que nunca se ouviu falar. Ou a um partido grande, que adora fazer "acordões" pra manter a chamada governabilidade [ou quem sabe trocar apoio por emendas, fraudes e corrupções, afinal quem é que não precisa de dinheiro hoje em dia?]. Idade não importa muito, desde que tenha lábia pra utilizar de falácias, vulgo, mascarar as coisas.
Procura-se um cara que no horário eleitoral fale de saúde, educação e segurança. Mas que quando eleito essa seja uma das últimas [se é que há] prioridades. Procura-se alguém que ande sempre arrumado, escovado e bonitinho. Que decore meia dúzia de palavras pra discursar. Afinal, a plebe ignorante nem se lembra em quem votou nas eleições anteriores, que dirá o que foi dito. Procura-se, sobretudo, um homem ou mulher que desconheça que política é coisa séria. Que preocupe-se mais com o TER do que o SER. Quem se habilita?
[p.s.: nem precisa de um classificado desse no jornal, né? rsrsrsrs... a verdade é que estou tão desiludido com o sistema podre vigente que sei lá... tem horas que as coisas deveriam ser como sodoma e gomorra: Varre-se tudo e recomeça. Pode parecer um puta radicalismo da minha parte. Mas nunca estive tão indeciso em minha vida pra votar. Ainda bem que vou justificar, pq se assim não fosse, anularia tudo. E sem nenhuma ponta de remorso].
bem, é isso...

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Hummmmmmm


Hoje é um novo dia, de um novo tempo que começou...
Pois eh...
Dia desses eu escrevi aqui coisas falando sobre como eu me sentia fracassado, profissional e pessoalmente. E fui mais além ainda, que devíamos celebrar nossos fracassos. Lembro-me claramente que no dia em que resolvi postar isso, umas horas antes, eu comprei uma cerveja super gelada no posto perto de casa, assim que acabei de chegar de viagem e de discutir com alguém que nem tem mais importância hoje, 23:45, levantei ao céu e disse: saúde! Brindemos a tudo isso! Enfim...
Sem muita inspiração pra escrever, na verdade, hoje eu quero relatar apenas o resumo das coisas ótimas que ocorreram, especialmente na última semana. Dizer que nem tudo está perdido, que sempre há uma esperança. Dizer que as coisas que surpreendem mais a gente são justamente coisas que a gente pouco dava importância, nem reparava talvez ou ainda simples, pequenas. Ou o resultado de algum esforço. Pois bem: ontem, depois do meu primeiro dia de trabalho, cheguei em casa, dispensa vazia, peguei tudo o que estava nela e fiz uma comida, bem gostosa. Peguei minha taça, coloquei três pedras de gelo, um pouco de curaçao blue [break: licor de laranja de cor azul que ganhei de aniversário, 39% de graduação alcoólica, gostosíssimo], saí no quintal do meu apê [break de novo: sim, meu apê, que é no térreo, tem quintal... rs], olhei pro céu, agradeci a Deus pela chuva [break: affff, de novo!!! Enfim, é que quem me conhece sabe que eu tenho pavor de chuva, sabe? Mas depois de quase três meses com poucas chuvas e enfrentando racionamento, eu fiquei super contente... de verdade], levantei a taça e disse: BRINDEMOS A TUDO ISSO!
E a vida é isso, a graça está em celebrar todos os momentos dela. E isso é uma coisa que eu tenho a vida toda pra aprender...
bem, é isso...

sábado, 26 de agosto de 2006

Picadinhos de Pensamentos, Sensações, Frustrações e Alegrias Da Semana

Como sou um indivíduo que adora escrever e contar coisas por aqui, tentarei resumir o turbilhão de coisas que vivi nessa semana...

Fui a uma entrevista. Legal, foi tudo direitinho, achei que ia ser admitido dessa vez, mas pra variar, deu bode. Festa na casa com amigos de minha amiga. Encontro com amigos, fim de semana diferente. Vinho, solidão, nostalgia, ex... [rs]
Ida ao teatro. Visita a lugares legais. Gripe. Atritos em casa. Contas acumulando cada vez mais. Sensação de frustração, depressão, impotência. Estado de letargia, completo abandono, medo. Calor. Conversa com pessoas que nunca mais verei na vida mas que sempre deixam alguma coisa boa pra gente. Um telefonema que desperta uma história vivida há oito meses atrás. Conversa longa com minha colega de casa, com meu grande amigo daqui dessa linda, provinciana e modorrenta capital que adoro. Sensação de alívio por confrontar-me comigo mesmo e ver que sempre há algo bom na vida da gente, por mais que tudo queira provar que esteja uma bosta! Saudade dos meus amigos, vontade enorme de sumir daqui. Persistência em ficar, em continuar, pois ainda acredito muito no que o mais íntimo de mim disse: Vá!
Passeio pela xv, grupo de arte do litoral. Estavam dançando alegremente pela rua, um monte de gente, se não fosse meu amigo [que tava morrendo de vergonha porque eu tava usando uma roupa toda preta, e um lenço na cabeça do red hot chili pepers, rsrsrsrs. Break: sempre tive vontade de fazer algumas coisas, mas sempre alguma coisa me empurrava a não fazer, seja porque o que os outros iam dizer, ou o que iam maldizer. Mas quer saber? Fodam-se! O que importa é que a gente esteja de bem com a gente mesmo, pra depois passar um pouco da gente pros outros... ninguém dá aquilo que nunca teve! E ponto] eu estaria lá no meio da muvuca, dançando. Mas meu coração dançava, e experimentei uma alegria tão grande por presenciar aquele momento. Ufa! Que mais? Hum...
Ida a lugares bem alternativos: show de rap, super massa. Ida numa balada que tocou um rock dos anos 50 e 60, meu amigo odiou, e eu lá, sóbrio, dançando, de boa, feliz da vida por aquele momento.
Bem, pra finalizar o que essa estranha mente quer dizer com tudo isso, na conversa que eu tive com o Vitor [adoro ele de paixão, sempre desanimado, indeciso, mas uma pessoa pura e que tem um coração enorme] eu dizia pra ele o seguinte:

Vitor fala: - Eu não quero sair hoje, toh cansado, amanhã vou fazer um programa diferente, não quero fazer nada, quero dormir [e todo o rosário de lamentações... rsrsrsrs]

MIchelito diz: - Eu nunca te pedi nada... por favor, vamos sair hoje, ver coisas diferentes, dar um monte de risada sem encher a cara. Pensa bem: se você estivesse em casa quanta coisa você poderia deixar de ver hoje! Eu, que sou fudido no amor, desempregado e tudo o mais... vamos lá, bota logo essa beca nova que comprou e vamos lá...

Vitor ri, faz aquela cara nonsense e diz: - Ok, vamos la... mas que você com esse lenço na cabeça tá parecendo uma lavadeira, isso sim...

Michelito ri: - É que hoje estou vestido pra matar... os outros de tanto rir... você não entendeu ainda! E mesmo que você não goste, eu vou sair com o lenço!

e a nossa noite foi ótima... E tenho que agradecer imensamente a Deus. Sem ser nada original, copiarei uma frase do macdonald's [hoje é dia do mac lanche feliz... huauauaua... e daí?! rsrsrs...]

AMO MUITO TUDO ISSO!!!

ENTENDERAM, NÉ?

Bem, é isso...



sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Parábola da Moeda


Pois eh...

Diz a história dum livro mundialmente conhecido, seguido por uns e hostilizado por outros [como qq outra obra], sobre uma senhora que triste, tadinha, perdeu sua moeda. Talvez era a única dela. Vai ver ela precisava dela pra comprar o leite das crianças, ou uns pãezinhos, ou ainda um delicioso chocolate. Não importa. O fato é que ela perdeu algo que estimava. Enfim, o que é que ela fez? Saiu à cata. A possibilidade de encontrar dinheiro quando perdemos é ínfima, até porque todo mundo precisa de dinheiro, e a gente em algumas ocasiões se transforma num verdadeiro monstro por causa dele... mas não desviando do foco, ela, contra prognósticos, procurou mesmo assim. Algo dizia dentro de si que aquela busca não era inútil. E ela achou! Sabe, ela podia ter ficado super na dela, de boa. No entanto, chamou as amigas e disse: -Venham comemorar comigo, pois achei algo importante pra mim!

Bem, meias palavras pra um bom entendedor basta, né? [eu me inclo nessa lista... rs]
Quantas vezes somos que nem essa mulher, com uma confiança grande?
Quantas vezes a gente celebra as coisas que a gente "acha"?
Sei lá, hoje acordei com uma vontade de celebrar uma coisa que eu encontrei...
Bem, é isso...

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

Gentileza


Temos tantas coisas pra fazer, muitas atividades, nunca temos tempo pra nada: a escola, a casa, as compras, as contas, o trabalho. Tudo num ritmo apressado, afobado. Mário Quintana dizia mais ou menos assim num dos seus poemas: "quando se vê já são seis horas... quando se vê, já se passaram cinquenta anos!". Cremos que o mundo é cruel, que o diabo é vermelho e tem um garfo enorme, que Deus tem um chicote, esperando com uma risadinha sarcástica quando é que a gente vai pecar de novo. Querem nos fazer crer que a guerra do Iraque é útil pra manter a paz mundial, que o sonho americano é o de todo mundo. Que nunca sairemos dessa vida escravizante, que sou mais um número inexpressivo nas estatísticas do IBGE. Enfiam goela abaixo que as mulheres precisam fazer a todo custo a chapinha japonesa ou usar o renew da avon.Pois envelhecer, nessa sociedade, como fazem também a gente acreditar, é feio, vil. Querem fazer crer que os homens não choram, que ser diferente da maioria dos "normais" [todas as minorias que há nesse mundão] é anormal, horrendo, doentio, ou qualquer outra nomenclatura. Que no Brasil só tem pra gringo ver bunda, peito, Rio de Janeiro, samba e pedofilia. Que não existem mais hoje amores como os de antigamente. Que antigamente era melhor. Que antigamente era pior. Que nunca, nada vai mudar [os pobres, os miseráveis de comida, alento, dignidade ficarão assim, estáticos]. Que sempre a dor é diginificante. Que ficar é legal. Que ser jovem de atitude é falar bonito e ficar 24 horas por dia preso na cultura da mtv. Que todo preto é burro. Que todo inteligente é branco. Que não há espaço pra um bom dia, especialmente nas grandes cidades. Enfim, que não há mais espaço pros nossos sonhos. Que felicidade não existe e que tristeza não tem fim [até um célebre poeta escreveu sobre isso].
Quase todos os dias, ainda que na maioria dos casos eu nem perceba, sou levado a crer em tudo isso, e até creio. Mas hoje, vendo o clip Gentileza, na doce voz de Marisa Monte, sou levado a crer numa força estranha no meu coração que pode sim, fazer com que pelo menos 1/3 de 1% [rs] do meu dia seja doce. Pois, como dizia o profeta gentileza [break: pra quem não sabe, gentileza foi um andarilho nas ruas do Rio de Janeiro, morto há algum tempo, que mesmo na sua condição, entregava rosas às pessoas, escrevia palavras de alento nas paredes, viadutos, e outros lugares que desse, e falava de coisas bonitas pra qualquer um. Muita gente podia achar ele um lunático, doido, maluco, bêbado, sem cultura e sujo, ele deve ter ouvido muitas palavras desagradáveis, mas mesmo assim, ele espalhou a alegria de viver. E sabe porque? Pelo simples ato de tentar fazer o dia de alguém mais colorido, feliz]:gentileza gera gentileza.
Qual será minha escolha pra esse dia? E pros próximos 10 anos?50 anos?
Bem, é isso...
p.s.: como eu sou um garoto internauta super burro, quem quiser ver o clip dessa música, entra lá no site: http://www.youtube.com/watch?v=VKnVAZHehV0 [acho que eu coloquei o link certo, se eu não coloquei, entra no site youtube.com, digite Marisa Monte e procure o clip gentileza. garanto que não se arrependerá].

terça-feira, 15 de agosto de 2006

ABC DA SOLIDÃO

Amigo da boemia
Bebendo um excelente chopp
Contando meus sentimentos
A um simples caderno
Bato de frente com meus conflitos
Como dois cavalos de batalha
Ávidos pela vitória e pelo
Beijo da linda princesa.
_________________________________
DEVANEIOS DO CAFÉ
Sento, espero, penso, peço
Olho, percebo, converso, rio
Lembro, bebo, planejo, encontro.
Tudo isto em poucas horas,
sentado numa mesa,
sorvendo deliciosamente
uma caneca de café.
________________________________
Pois eh, né?
Engraçado como a grande maioria das pessoas que me conhece vivem dizendo que eu sou uma pessoa que gosta das coisas certinhas... preto no branco, sabe? No entanto, cada vez mais penso que não. As coisas e situações acontecem de uma maneira tão espontâneas, tão interligadas em minha vida que tem horas que simplesmente dou risadas. Ontem, por exemplo: fui ao centro pra procurar emprego, saltei do ônibus e lembrei que eu tinha deixado em casa o papel com minhas anotações, meu roteiro. Dei risada e pensei: puta merda! Vim pra cá atoa! Enfim, saí do tubo e um moço veio me oferecer um porta incenso que ele mesmo fez, de conchas de ostras, todo trabalhado. Um hippie, um carinha que não era malcuidado, mas com um look bacana. Me abordou duma maneira tão simpática que eu acabei por comprá-lo... ele percebeu que eu tava procurando emprego e disse que dinheiro tá foda pra todo mundo... eu indaguei: será que dá pra ver tanto na minha cara assim? rs... a conversadecincominutoscomalguémquenuncamaisverei foi ótima, e ele ainda me agradeceu por eu não ter julgado ele pela aparência e ter dado atenção. Enfim, andei pela xv, voltei, resolvi ir ao cine ver um filme nacional: araguaia [guerrilha lá em plena amazônia no período militar, super bom pois além da gente parar com essa idéia de que filme nacional não presta, a gente fica sabendo de um período da história onde muita gente sofreu, morreu, lutou por seus ideais. Good!]. Volto pra casa, ligo o pc e dou de cara com o depoimento da Jac no meu orkut. Cara, eu fiquei de cara! Super feliz, apesar de ela mesmo dizer que eu sabia no íntimo de tudo aquilo. E, relendo o que ela escreveu no seu post, de uma maneira tão assim, franca, me identifiquei com aquilo. Eh, toh por aqui, as coisas estão um pouco complicadas, em minha mente passa um turbilhão de memórias, crônicas, experiências e pensamentos diversos. Como esses dois poemas que escrevi há um tempo. Que falam de mim nesta terça feira.
Bem, é isso...

sábado, 12 de agosto de 2006

Eu Me Acerto

Não pensa mais nada
No final dá tudo certo de algum jeito
Eu me acerto, eu tropeço
E não passo do chão
Pode ir que eu aguento
Eu suporto a colisão
Da verdade na contra-mão
Eu sobrevivo
E atinjo algum ponto
Eu me apronto pro dia seguinte
Escovo os dentes
Abro a porta da frente
Evito a foto sobre a mesa
E ninguém aqui vai notar
Que eu jamais serei a mesma.
{Zélia Duncan, Eu Me Acerto}
Pois eh...
acho que a letra dessa música encerra a triologia das coisas que escrevi. E utimamente é assim que eu quero estar.
Bem, é isso...

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Amor Nos Tempos de Cólera


Diário de bordo:
Semana difícil. Viagem a trabalho, momentos interessantes, vida calma dos habitantes daquele lugar gostoso mas que aproveitei pouco, retorno pra casa, ninguém esperando, bronca à vista, rolo, contas pra vencer, fracasso emocional. Saldo disso? Uma bela cerveja gelada no veranico daqui, brindando o meu fracasso. Sim, quando vencemos, logo queremos estampar nossas vitórias pra quem quer que seja. Agora, quando é pra admitir nossas falhas... hum!Eh... confesso que, como diz um amigo meu, o dia foi trash!
Então, me associei a biblioteca pública daqui [que, diga-se de passagem, é enorme!], pensei comigo: nossa... há quanto tempo eu não entrava numa biblioteca pra saborear os livros! Achei o livro que eu tava super afim de ler [Gabriel García Márquez, o título dele é o mesmo que coloquei no meu post de hoje] e ele conta uma história de amor que é uma coisa real, sabe? Algo palpável, com riqueza de detalhas, tantos que tem horas que me irrita, mas algo super parecido com o que vemos por aí... e também um tipo de amor que nos tempos de hoje é cada vez mais raro.
Volto pra minha vida, tenho surpresas de "fantasmas": pessoas que nunca mais cruzariam meu caminho, como julgava. Tento ver o colorido das coisas, mas tem horas que a apatia é grande, o desânimo é iminente e a velha solidão está lá, sentada, elegante, esperando pra bater um papo. No entanto, quando estamos no fundo, sempre tem uma coisa boa pra acontecer na vida da gente, em cada momento da nossa adorável e por vezes fútul existência. Isso me conforta deveras. Por isso, apesar da semana trash, asseguro que eu sobrevivi a ela, tentando ser o mais digno e ético possível. E nem poderia deixar de mencionar as coisas boas que também aconteceram na semana [como por exemplo ontem, quando entrei numa igreja antiga polonesa, linda, consegui me concentrar por um tempo e sentir a paz de espírito, a serenidade. Ou quando dei risadas por coisas simples e bobas. Ou ainda quando ouvi coisas de alguém que eu jamais esperava. Isso eh bom!].
Diário de bordo: graças a você eu registro isso e, contemplando como que um papai vê um recém-nascido, vejo que eu vivo muita coisa!
Bem, é isso...
p.s.:a foto que posto é de um dia que, quem estava comigo sabe que foi memorável, legal. Igual a sensação de alívio que meu espírito sente agora...

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Deja Vù


Nenhuma verdade me machuca
Nenhum motivo me corrói
Até se eu ficar
Só na vontade já não dói
Nenhuma doutrina me convence
Nenhuma resposta me satisfaz
Nem mesmo o tédio me surpreende mais
Mas eu sinto que eu tô viva
A cada banho de chuva que chega molhando meu corpo...
Nenhum sofrimento me comove
Nenhum programa me distrai
Eu ouvi promessas, e isso não me atrai
E não há razão que me governe
Nenhuma lei pra me guiar
Eu to exatamente aonde eu queria estar
A minha alma
Nem me lembro mais
Em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou...
Mas, já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Já faz algum tempo
Faz algum tempo
A minha alma
Nem me lembro mais em que esquina se perdeu
Ou em que mundo se enfiou...
Mas eu não tenho pressa
Já não tenho pressa
Eu não tenho pressa
Não tenho pressa...

domingo, 6 de agosto de 2006

Por Onde Andei


Hoje ando mais devagar, mas tem horas que tive muita pressa. Pressa de que as coisas se realizassem logo. Pressa de que eu tome logo um rumo. Pressa de que as coisas começem logo a dar certo. Mas sei lá... eu não quero escrever sobre isso hoje. Porque senão eu terei pressa novamente. Minha irmã escreveu no meu mail dia desses, dizendo que eu, pra quem tinha 25 anos, tava super estressado... que dirá quando chegar mais tarde, qdo ficar bem mais velho? Eu fiquei de cara, mas sei lá, talvez ela tinha razão. Comecei a olhar os lugares por onde andei. Lembrei da música da Rita Lee: tem lugares/que me lembram/minha vida/por onde andei... e no final, de algumas estrofes ela sempre repete: de você/me lembro mais.
Parece um pouco triste isso, mas não é. Diria que é um pouco melancólico, mas é bom. Porque lembro das coisas que eu fiz [todas elas] e vejo que estou aqui, insistindo. Vejo que quebro a cara com situações [ como por exemplo um idiota que me destratou numa entrevista de emprego - estava vestindo um terno barato e queria me impressionar, mas logo vi que era lorota- mas que eu nem deixei barato, falei o que eu pensava e fui embora, morrendo de raiva, mas com a consciência tranquilíssima com o que eu disse, sem nenhum arrependimento] de profissão, de dinheiro, de amor. Vejo que conheci pessoas super maravilhosas, umas ficam, outras vão embora, mas o sentimento permanece. Ah... o mundo é cheio de tantas possibilidades! E eu quero ser uma delas...
Bem, é isso...

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Sinceramente...

Sempre tem uma coisa boa pra acontecer na vida da gente...
Sim, a frase pode parecer até boba, clichê, ou qualquer outra nomenclatura que não me vem nessa estranha mente. Mas sei lá, a gente é que dá o colorido e o rumo pra procissão que queremos caminhar... estou aprendendo um pouco isso, até mais rápido do que achava. Dae, por causa de um momento super bacana dia desses, mas que ficará na minha memória, a música sinceramente, do Cachorro Grande, me faz sentir assim, bem. Com vontade de, sinceramente, mandar meus problemas e quem vive atravancando meu caminho pra puta que o pariu. Sinceramente, me libertar de certas coisas e me apaixonar de novo, ainda que quebre a cara, mas nem importa, porque quando amamos nos sentimos cada dia mais completos, vivos. Sinceramente: preciso achar um rumo pra minha vida, de modo que no fim das contas, valha a pena caminhar uma milha. Sinceramente? Fiquei super feliz em saber que minha irmã, apesar da perrenha que passa, tah bem, e guerreira como sempre, vai superar. Sinceramente eu suportaria perder muitas coisas, mas jamais meus amigos: os que conheço há 10, 5, 3, 1 ano e menos de um ano. Sinceramente achei ótimo eu ter maneirado na cachaça, é bom se sentir limpo do álcool. Sinceramente, eu preciso de roupas novas! rs. Sinceramente, eu quero viajar, de preferência com alguém super especial, espero! acredito! torço! Sinceramente, o teatro tá na minha veia, assim como uma vida boêmia. Mas nada que lembre os boêmios do romantismo, porque eu gosto de dinheiro e um conforto na vida sempre é bom. No entanto, que isso nunca destrua meus sonhos.
Sinceramente, eu quero mais é viver...
P.S.: [dentre tantas pessoas que eu dedico esse post, ainda que nem mencione, especialmente o de hoje eu dedico a uma pessoa completamente diferente de mim que conheci há alguns dias. E talvez por isso mesmo, ser diferente, é que tudo, sinceramente, esteja tão bacana...]