domingo, 9 de abril de 2006


Quantas vezes a nossa vida é receheada de encontros e despedidas e na maioria das vezes a gente nem se dá conta? Desde o momento de acordar, se assumirmos uma postura mais romântica e menos pessimista, o próprio ato de despertar já é um encontro para a vida, para o novo dia que se inicia. E quando tomamos café? Pois eh, a maioria das pessoas tomam café em seus lares, com suas famílias... e ainda tem gente que nem ao menos convive com quem está compartilhando desse momento. Também quando vamos estudar há encontros: com os livros, colegas de classe, professores, aquela matéria chata, o tiozinho da cantina, algo bem fast-food, o sinal do colégio. No trabalho: rotinas, chefe (hummmm), cafezinho, fofoquinhas rotineiras, os funcionários com aquela eterna cara de segunda-feira. Quando vamos tomar banho, que bacana! Um encontro delicioso com a água, purificadora do corpo e da alma, energizadora, revigorante. Com o sabonete e shampoo, que ajudam a dar aquele cheirinho, sabe? O mesmo cheirinho que, acrescido do perfume preferido, servirá para ir ao encontro da paixão. Daí é uma soma de encontros: de corpo, de mente. De sensações. De frustrações e alegrias. De mais puro e cálido sentimento de união, como aquele último beijo que damos quando nos enrolamos pra nos despedir.
Falar em despedida não implica somente em aquelas despedidas que já conhecemos: de ente querido que viaja ou que morre, de cidade ou país. Despedir não é um ato ruim necessariamente. Talvez a gente não consiga enxergar a essência das coisas, como por exemplo despedir daquele emprego que já não era tão compensador. Ou daquela vizinha que atazanava. Ou do último pedacinho do bombom.
Por que eu resolvi escrever tudo isso? Talvez por me dar conta de que não prestava atenção a esses pequenos encontros, essas pequenas despedidas. Por isso a minha vida ficou mais leve, mais suave. Mais apaixonante, mais colorida. Mais ilusória, pode ser, mas já disse um psicólogo que nós precisamos das ilusões pra viver. Então eu quero essas ilusões ao meu lado todos os dias, pois só assim eu poderei entrar em sintonia com Deus, comigo mesmo e com o outro.

P.S.: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos (trecho de O Pequeno Príncipe).

Um comentário:

Jaq Gimenes disse...

Você não tem idéia de como este post é valido pra mim hoje, não que eu já não tenha percebido esses detalhes... por que se tem uma coisa que preenche a minha vida são detalhes, mas as vezes no meio da dor, eles parecem tão menores, e você acaba esquecendo do valor delas. Brigada por sempre me fazer lembrar que tudo vale a pena!

Bjo no Coração!
:o*