terça-feira, 11 de abril de 2006

Pablo Neruda


Eis a grande palavra: celebrar o amor, nas mais variadas formas. Celebrar o amor implica em celebrar a VIDA, as Glórias e Misérias individuais e coletivas, como devotos na procissão de Aparecida. Saber que somos imperfeitos, daí a beleza e riqueza do ser humano. Por isso esse soneto de Neruda para um dia belo e bucólico E tenho dito!


XLIV
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas para amar-te
por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

Um comentário:

Jaq Gimenes disse...

te amo (!!!)