sábado, 29 de abril de 2006

hummmmmm... o amor está no ar (segundo Drummond e Neruda)


Pra quem está muriendo de pasión como eu, a visão do amor segundo dois poetas que gosto pra caramba: Drummond e Neruda... (a imagem é só pra dar uma inspiraçãozinha...)

"Pratique o amor integral uma vez por dia
desde a aurora matinal
até a hora em que o mocho espia.
Não perca um minuto só
neste regime sensacional.
Pois vida é sonho e, se tudo é pó,
Que seja pó de amor integral." (DRUMMOND)
Soneto XI
Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teus cabelos
E pelas ruas vou sem me nutrir, calado.
Não me sustenta o pão, a aurora me confunde.
Procuro o líquido som de teus pés pelo dia.
Estou faminto de teu riso resvalado
de tuas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra de tuas unhas
quero comer tua pele como uma amêndoa intacta.
Quero comer o raio queimado em tua formosura,
o nariz soberano do arrogante rosto
quero comer a sombra fugaz de tuas pestanas.
E faminto, venho e vou farejando o crepúsculo,
Procurando-te, buscando teu coração ardente
como uma puma na solidão de Quitratúe. (PABLO NERUDA)

sexta-feira, 28 de abril de 2006

Time goes by so slowly...


Estranho como somos controlados por esse tal negócio chamado tempo. Estranho como há momentos nos quais vivemos em função do relógio. Exemplos? Quando ficamos esperando o resultado de um exame de sangue. Ou quando aguardamos uma ligação. Quando esperamos na fila do banco, do ônibus, da padaria. Quando recebemos um beijo, e não é um beijo qualquer, mas o beijo da pessoa que FAZ A DIFERENÇA na tua vida. Quando discutimos com alguém, quando cometemos uma burrada e nos perguntamos tão somente: por que é que eu fiz isso? Ou quando um médico,em questão de minutos, consegue salvar a vida de um bebê. Quando conhecemos alguém que, mesmo tendo a certeza de que nunca mais verá, ela FEZ A DIFERENÇA nesses poucos minutos que passaram juntos. E quem cochila no volante? Nem preciso dizer das consequências, né?
Pois eh, olhando pro relógio de parede da minha casa pude ver que nesses dois meses e alguns dias aqui nessa cidade que me irrita e arranca suspiros, eu vivi coisas nas quais não tinha vivido, presenciado, sentido, nos últimos 10 anos. Algumas boas, outras simplesmente mágicas, outras ótimas, algumas tristes. E vi que, apesar dos percalços, burradas, teimosias e impaciências, o saldo disso tudo é POSITIVO. Graças a Deus, em primeiro lugar (sim, eu ainda acredito nessa existência mágica e divina que nos rege, nos guia e protege), a meus amigos, a meu amor.
Bem, é isso...

terça-feira, 25 de abril de 2006

Refúgios


Pois eh...
Entre idas e vindas nas lojinhas de cd's encontrei o novo álbum da Marisa Monte (INFINITO PARTICULAR, CARÍSSIMO PROS MEUS PADRÕES ECONÔMICOS NO MOMENTO... AFF!) e uma música em particular me chamou a atenção: Vilarejo. Talvez porque tem momentos nos quais o que a gente quer mais é um lugarzinho pacato, com pessoas pacatas e um amor pacato, sentadinhos na varanda da casa com uma xícara de café bem quentinho ou um chimarrão bem gostoso, pensando na vida e nas pequenas coisas da vida.

Vilarejo
Marisa Monte


Há um vilarejo ali
Onde Areja um vento bom
Na varanda, quem descansa
Vê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coração
Lá o mundo tem razão
Terra de heróis, lares de mãe
Paraiso se mudou para lá
Por cima das casas, cal
Frutas em qualquer quintal
Peitos fartos, filhos fortes
Sonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Palestina, Shangri-lá
Vem andar e voa
Vem andar e voa
Vem andar e voa...
Lá o tempo espera
Lá é primavera
Portas e janelas ficam sempre abertas
Pra sorte entrar
Em todas as mesas, pão
Flores enfeitando
Os caminhos, os vestidos, os destinos
E essa canção
Tem um verdadeiro amor
Para quando você for

domingo, 23 de abril de 2006

Balanço


Gostaria de hoje poder escrever coisas interessantes, mas quero tão somente deixar impressa minha tristeza. Tem horas que é inevitável olhar pra trás e perceber que muitas coisas não aconteceram do jeito que eram pra acontecer, pelo menos na minha mente. Uma vez ouvi em algum lugar uma frase na qual nunca mais esqueci: "ria na sala mas chore no quarto". Desde aquele dia, sempre que algo ruim acontece ou quando sou invadido por lembranças desagradáveis lembro sempre desse ditado e sigo em frente. Mas hoje, tão somente hoje, quero chorar na sala. ver que fracassei em algumas coisas, pois somente admitindo isso é que posso seguir em frente. Uma vez um amigo meu me disse que tem horas que a gente tem que 'curtir a dor'. É como se fosse um pesadelo: ele só é assustador naquele momento... depois que acorda, tudo passa. E esse domingo, eu pude pensar em toda minha existência, refletir, agradecer, maldizer, bendizer e rir. Talvez ninguém entenda porque eu esteja escrevendo todas essas coisas, afinal estou morando numa cidade agradável, tenho amigos nos quais não troco por absolutamente nada, namoro com alguém que simplesmente é especial e adoro minha casa e a moça que divide comigo. Que mais eu quero? Não sei... mas pode ser que ter um pouco mais de autoconfiança e e independência sirva pra, de uma vez por todas, enterrar todos esses fantasmas do passado que insistem em me encher o saco...

sexta-feira, 21 de abril de 2006

Curitiba



Dois meses morand0 aqui... e nesses dois meses morando nessa multifacetada cidade, que me encanta e desencanta ao mesmo tempo, resolvi postar uma das minhas medíocres composições literárias....
NECESSIDADE
Os olhos do pedinte e meliandre
Perdido nas chiques esquinas
Da européia cidade
Sem pieguismos ou falsidade
Pedem apenas pão e alento.
No caos interno e externo de nossas vidas
Simplesmente ignoramos ou esquecemos
A sigela expressão da suja criança
Sem infância e esperança
Perdida na provinciana cidade.
Defronte o grande banco nacional
Dois cegos expressam sua arte
Com um violão e uma caixa velha
Sem máscaras ou sofreguidão
Despertam doce e singela emoção.
Um templo do consumo capitalista
Contrasta com o carrinho de papelão
De um miserável homem
Sem projetos ou saída
De uma triste e cruel lida.
Mundos diferentes no mesmo espaço
Mas com a mesma necessidade
De dignidade, comida e alento
Sem demagogia ou vã piedade
De ser livres na cosmopolita cidade.

quinta-feira, 20 de abril de 2006

ALIANÇA


Quando eu disse sim, não sabia das consequencias que esse ato implicaria. Achei que falava apenas por falar, mas já era tarde demais: eu estava completamente enfeitiçado, envolvido, macumbado, encantado, sei lá que termo seria mais adequado pra descrever esse momento. O momento do sim.
Quando eu disse sim, minha mente perversa queria dizer não, mas a força das tuas palavras e o fogo que seu olhar me passava fizeram com que a minha mesquinhez e medo ficasse relegada num canto de onde nunca deveria ter saído.
Quando disse sim, não tinha a menor noção (e ainda não posso garantir com 100% de certeza) de que eu poderia dar tudo aquilo que sonha, merece e precisa. Mas mesmo assim, eu, nessa minha interessante, enigmática e difícil personalidade, resolvi arriscar, pois não tinha nada a perder.... a não ser você!
Quando eu disse sim, sabia que contra todas as possibilidades e prognósticos sombrios de baladas, alguma coisa me dizia que você era a pessoa certa no lugar certo e na hora certa.
Quando eu disse sim, corria o risco enorme de transformar meus poemas, meus escritos nesse blog, em coisas açucaradas, meladas, carentes, caretas para alguns. Mas isso não me interessa nenhum pouco: o blog é meu, a vida é minha e dane-se quem não gostar, vou demostrar meu amor até as últimas consequências. E espero receber esse amor também, mas se não receber, dane-se, é a vida...
Quando eu disse sim, enfim, eu disse: sim, amor, eu quero, mais do que alianças verbais e metais, dizer: SIM, SOU SEU PORQUE EU QUERO SER...

segunda-feira, 17 de abril de 2006

Confesso


Confesso que esse blog deve ter ficado chato, pois utimamente só tenho postado aqui coisas melosas, tipo aqueles cafezinhos beeeemmm doces que tomamos pela manhã quando estamos no trabalho. Confesso que minha disposição pra falar sobre política, cultura, ciência diminuiu consideravelmente. Confesso que meu espírito ácido e barraqueiro tá deixado de lado. Confesso que estou decepcionado com meu diploma e com as oportunidades que surgiram até agora. Confesso que simplesmente não sei em quem votar para presidente. Confesso que sou um gastador inverterado. Confesso que adoro umas biritas no fim de semana. Confesso que odeio trabalhar, por mim ficaria coçando o dia inteirinho, mas confesso que sou um cara elétrico, não aguentaria muito tempo. Confesso que gosto de coisas boas da vida, quase sempre em doses extremas: comida, sexo e boa música.
Entretanto, minha maior confissão nessas semanas é que cada vez que ouço sua voz meu coração dispara, fica bobo, incontrolável. Confesso que estou assustado, mas confesso que eu sinto uma saudade absurda cada vez que você vai embora. Confesso que seu beijo é como um sorvete de rum com passas: delicioso do começo ao fim. Confesso que seu abraço me dá segurança. Confesso que não tenho controle sobre isso, mas devo confessar que eu não posso obrigar ninguém a gostar de mim.Confesso que seus olhos são como duas jabuticabas graúdas. Enfim, confesso com todas as letras que estou apaixonado. E que, mesmo com minha insegurança, ainda que você não me quisesse mais, confesso que você foi a melhor coisa que me aconteceu....

P.S.: curiosamente, a flor desse post se chama amor-perfeito...

domingo, 16 de abril de 2006

Ressurreição


Ressurreição significa re-surgir de novo. E nessa data, sou levado a refletir o significado dessa palavra. Engraçado que por muito tempo achei que a ressurreição fosse alguma coisa mágica, sabe, dessas que o David Coperfield fazia nos anos 80 e 90, que deixava todo mundo vidrado, se perguntando: como?! Que era aquela coisa que sempre aparece nos filmes de Jesus, onde ressurreição está associada a luz, essas coisas.
Pensemos um pouco. O termo surgir significa tornar-se, existir. Ou seja, se existe, é porque adquiriu uma importância para um grupo social. Logo, ressurreição significa tornar-se outra vez. É como alguma coisa que já era importante e adquiriu um caráter novo, renovado, muito interessante. Daí penso na imagem de uma criança: ela é a síntese do amor de um homem e de uma mulher. Tem um pouco dos dois, mas ela é algo mais: a combinação deles associada com coisas que só existe naquele pedacinho de gente faz com que essa existência seja mágica, ímpar, única. É a vida que renasce em cada rosto. Talvez por isso eu aplique esse novo conceito em cada situação que vivo: quando encontro com meus amigos, quando namoro, quando estudo, quando trampo, acordo ou durmo. Por isso, vamos festejar a ressurreição, nas mais variadas formas, pois quem não se renova a cada tempo e momento da vida, mesmo que pra isso implique superar barreiras quase intransponíveis, não consegue aprender e empreender com a vida, assim como Jesus e tantos outros na história fizeram. Feliz Ressurreição! Feliz Páscoa!

P.S.: ABRAÇO PROS MANOS, BEIJO PRAS MINAS E PRO MEU AMORZINHO NESSA DATA BACANA....

sexta-feira, 14 de abril de 2006

Contradições...


"o fracasso jamais te surpreenderá se tua decisão de vencer for suficientemente forte"
Difícil explicar, mas a verdade é que não me conheço o suficiente pra dizer: sou assim... desse jeito, dessa maneira, de tal modo que minhas atitudes confirmem aquilo que disse sobre mim. Sou alguém que se diz racional, mas que no mais íntimo é parecido com minha mãe: passional, carente, apaixonado, briguento, teimoso, obstinado, sentimental, osso duro de roer...
Sou aquela pessoa que prefere achar uma explicação lógica e racional pra qualquer coisa, até mesmo quando está apaixonado, amando. Sou aquele que odeia chorar em público, mas que quer mesmo é um colo. Uma pessoa que se faz de forte, mas que na verdade é alguém complicado. Uma pessoa que sorri em algumas ocasiões quando na verdade quer mesmo é mandar todo mundo que pisa no meu calo pra puta que o pariu. Alguém que diz "eu não quero", quando no mais íntimo diz sim, eu quero! No entanto, de algum tempo pra cá estou conseguindo lidar melhor com isso, com esse jeitão michelito de ser. Devo confessar que a imensa saudade dos meus amigos e de minha vida em Foz do Iguaçu, combinada com essa aventura aqui em Curitiba tem sido ótimas: o amor que encontrei, os novos amigos, a minha casa, os meus estudos, a confiança em mim mesmo, o gosto pelo desconhecido. Tudo isso tem feito com que aos poucos eu eliminasse algumas barreiras internas, de modo que eu seja mais transparente com Deus, com meus amigos, colegas, conhecidos, com meu amor. Ainda que tudo isso desaparecesse, depois de xingar tudo e todos (em se tratando de filho de paraibana, isso é bem normal), seria imensamente grato a Deus por que Ele me fez sentir mais homem, mais vivo, mais maduro, mais consistente, mais forte, mais ético, mais gente, mais humano. E, por ser tão contraditório é que posso ser mais Michel Ferreira pra quem quer que seja e, principalmente, pra mim mesmo.

quarta-feira, 12 de abril de 2006

Coisas Que Se Atraem

Dedinho do pé e ponta de móveis.
Xixi e a tampa do vaso.
Café preto e a toalha branca.
Pobre e funk.
Tampa de creme dental e ralo de pia.
Mãos e seios.
Olhos e bunda.
Homem e cerveja.
Leite fervendo e fogão limpinho.
Nariz e dedo.
Queijo e goiabada.
Carro de bêbado e poste.
Mulher e vitrines.
Natal e show do Roberto Carlos.
Tornozelo e pedal de bicicleta.
Chave trancando a porta e telefone tocando.
Tampa de caneta esferográfica e orelha.
Moeda e carteira de pobre.
Mau-humor e segunda-feira.
Vinho tinto e toalha de mesa.
Pilha de pratos e bandeja.
Camisa branca e molho de tomate.
Páscoa e chocolate.
EU E VOCÊ.
(P.S.: Tirei do pix de uma amiga minha. Por ser bacana e traduzir o que sinto no momento... é isso!Acorda Menino, que a páscoa tá chegando!)

terça-feira, 11 de abril de 2006

Pablo Neruda


Eis a grande palavra: celebrar o amor, nas mais variadas formas. Celebrar o amor implica em celebrar a VIDA, as Glórias e Misérias individuais e coletivas, como devotos na procissão de Aparecida. Saber que somos imperfeitos, daí a beleza e riqueza do ser humano. Por isso esse soneto de Neruda para um dia belo e bucólico E tenho dito!


XLIV
Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio
Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia
Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.
Meu amor tem duas vidas para amar-te
por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo.

segunda-feira, 10 de abril de 2006

/e no meio de tanta gente eu encontrei você/
/entre tanta gente chata e sem nenhuma graça, você veio.../
Sabe, eu acho a letra dessa música (Marisa Monte, Não Vá Embora) bem simples. E por ser tão simples, tão assim, digamos, água com açúcar, que traduz a sensação de bem estar que sinto. Sabe, todas as vezes nas quais a gente encontra alguém que é bacana ficamos assim, desse jeito. Mas tem vezes que nos iludimos tanto, a ponto de não querer enxergar que aquela não era a pessoa que tanto procurava.
No entanto, eu encontrei alguém que conheço há tão pouco, e tão pouco mesmo, mas que nesse pouco tempo que nos conhecemos conseguiu me deixar desse jeito, pois no meio de pessoas fúteis eu encontrei VOCÊ. Você que me deixa sem sono, que me faz pensar a todo instante em qual será a melhor hora pra ligar ou ir ao encontro do teu beijo e teus abraços, do teu corpo. Da tua alma.E por isso mesmo eu sinto medo, pois o medo de que toda essa expectativa seja frustrada é grande. O medo de se entregar é maior ainda. O medo de que eu não consiga corresponder é maior ainda. Por isso mesmo eu rogo aos céus, anjos e santos que, se realmente for quem eu tanto procuro, fique. Não vá embora! Mesmo correndo todos esses riscos, ainda sim prefiro lutar por você. Ne me quittez pas!
Bem, é isso....

domingo, 9 de abril de 2006


Quantas vezes a nossa vida é receheada de encontros e despedidas e na maioria das vezes a gente nem se dá conta? Desde o momento de acordar, se assumirmos uma postura mais romântica e menos pessimista, o próprio ato de despertar já é um encontro para a vida, para o novo dia que se inicia. E quando tomamos café? Pois eh, a maioria das pessoas tomam café em seus lares, com suas famílias... e ainda tem gente que nem ao menos convive com quem está compartilhando desse momento. Também quando vamos estudar há encontros: com os livros, colegas de classe, professores, aquela matéria chata, o tiozinho da cantina, algo bem fast-food, o sinal do colégio. No trabalho: rotinas, chefe (hummmm), cafezinho, fofoquinhas rotineiras, os funcionários com aquela eterna cara de segunda-feira. Quando vamos tomar banho, que bacana! Um encontro delicioso com a água, purificadora do corpo e da alma, energizadora, revigorante. Com o sabonete e shampoo, que ajudam a dar aquele cheirinho, sabe? O mesmo cheirinho que, acrescido do perfume preferido, servirá para ir ao encontro da paixão. Daí é uma soma de encontros: de corpo, de mente. De sensações. De frustrações e alegrias. De mais puro e cálido sentimento de união, como aquele último beijo que damos quando nos enrolamos pra nos despedir.
Falar em despedida não implica somente em aquelas despedidas que já conhecemos: de ente querido que viaja ou que morre, de cidade ou país. Despedir não é um ato ruim necessariamente. Talvez a gente não consiga enxergar a essência das coisas, como por exemplo despedir daquele emprego que já não era tão compensador. Ou daquela vizinha que atazanava. Ou do último pedacinho do bombom.
Por que eu resolvi escrever tudo isso? Talvez por me dar conta de que não prestava atenção a esses pequenos encontros, essas pequenas despedidas. Por isso a minha vida ficou mais leve, mais suave. Mais apaixonante, mais colorida. Mais ilusória, pode ser, mas já disse um psicólogo que nós precisamos das ilusões pra viver. Então eu quero essas ilusões ao meu lado todos os dias, pois só assim eu poderei entrar em sintonia com Deus, comigo mesmo e com o outro.

P.S.: Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos (trecho de O Pequeno Príncipe).

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Textos, Crônicas e Pensamentos de Amor - Parte III, Meu País


Sexta-feira. Ainda estou pensando na discussão do dia anterior na aula da pós. O professor tinha gabarito, mas enrolava muito, dizia pouca coisa sobre a matéria dele, que era de comunicação na gestão pública. No entanto, a discussão estava boa. Falávamos sobre eleições, governos, FHC, mensalão... e tantos outros assuntos que no começo eu cheguei a ficar com dor de cabeça. O professor desandava a falar mal da democracia brasileira, mas pensemos um pouco: o processo de democratização em nosso país é muito novo. Soma-se ao fato de nós sermos pessoas com a "cultura do jeitinho", do toma lá da cá, seja no trabalho, com o namorado ou namorada, na sociedade, na escola. Afinal, quem é que quer discutir política hoje? Quem se interessa em saber o que os partidos e políticos tanto fazem com o nosso tempo e dinheiro?
Num mundo pasteurizado, onde a gente se preocupa em TER mais do que ser simplesmente, onde a cultura é cada vez mais degenerada, onde boa parte da JUVENTUDE quer somente é ter e trepar a todo instante, pequenos momentos de LUCIDEZ quanto a tudo isto já é alguma coisa, um avanço. Penso que se fortalecêssemos as instituições, tudo seria mais fácil e digno. É ter a capacidade de estabelecer diferença entre a teoria ética e o SER ÉTICO. Ser coerente! UFA!
Bem, é isso!

quinta-feira, 6 de abril de 2006

Textos, Crônicas e Pensamentos de Amor - Parte II

ENFIM...


Um dia aparentemente banal eu fui a uma livraria ver as novidades literárias (na verdade eu tava mesmo era passeando no shopping pra espantar o tédio) quando por acaso me deparei com o livro do Neruda (fininho, desses de bolso, sabe?). Naqueles dias eu tava ficando com alguém que inicialmente era interessante e comecei a ler os poemas. Acredita que ele escreveu 100 sonetos (soneto: expressão literária composta de 14 versos, datada desde o tempo do êpa, diga-se de passagem, do tempo de Camões pra trás... ou pra frente... sei lá, é antigo, mas charmoso) dedicadas a uma única mulher? Pensei comigo: Isso sim que é demonstração de sentimento, além do mais, a inspiração que essa mulher dava no poeta...
Comprei o livro e, desde então, acho bacana os poemas dele, como aquele chocolate bem gostoso, tipo, de rum com trufas, ou como sexo com alguém que se curte pacas, ou seja, que se gosta.
Ou seja, experiências nas quais eu confesso que nunca tive (sim, claro que fiz sexo, mas fazer sexo com amor, digamos assim, isso nunca. Mas pelo menos chocolate com rum, hummmmmm!!!!!!!).
Na verdade nem sei por que estou escrevendo essas coisas. Ou melhor, quem sabe essa seja uma tentativa de cunho apelativa, confessional, de dizer que eu também gosto dessas coisas, por mais incrível que possa parecer. Que também é bom perder a razão e se apaixonar. Que é bom ficar que nem um bobão, o dia inteiro pensando na pessoa amada, a ponto de escrever 100 sonetos. Como Pablo Neruda. Como Vinícius. E como tantos outros.


E VIVA O AMOR E CASAIS APAIXONADOS... E VAMO QUE A SEMANA AINDA TÁ ROLANDO...

terça-feira, 4 de abril de 2006

TEXTOS, CRÔNICAS E PENSAMENTOS DE AMOR

Pablo Neruda. Poeta notável, pois deixa transparecer as sentimentalidades de forma sutil e firme, bela, magnífica, delicada, desconcertante e direta. E como tenho estado um pouco com saudades de algo que não existe ou que passou, postarei esse poema que particularmente acho suave.


XVII
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
Senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
(de Pablo Neruda, Cem Sonetos de Amor)

segunda-feira, 3 de abril de 2006

1º de Abril

Bem...
O que dizer? Hoje é um dia em que eu não sei o que dizer... ou talvez até saiba, mas prefiro criar um suspense barato, só por criar. Acho que eu tenho vocação pra ser aquele que ouve os problemas das pessoas e foi isso que aconteceu nesses dias. Minha vocação é pra ser aquele cara que anima as festas, que ri na sala e chora no quarto, sozinho. Que insiste em tentar enxergar nas pequenas coisas a essência da vida. Ou que consegue ser extremamente ácido quando precisa, mas que fica com as mãos geladas quando alguém o olha bem no "grão dos olhos". Sim, tenho sido bem feliz nesses dias, mas sinto uma solidão tão estranha, tão diferente da qual eu estava acostumado que por vezes ela chega a ser um pouco desconcertante. Sabe aquele tipo de pessoa que se faz de forte, quando na verdade o que quer é um porto seguro? Pois eh, geralmente as pessoas vêem em minha pessoa esse porto seguro. No entanto, eu gostaria é sim, de encontrar um. Ontem fui ao shopping, comi comida mexicana, ouvi um amigo contar seus medos, fui ao meu bar preferido, bebi todas, me animei, vi pessoas nas quais eu não esperava encontrar, dei risadas, conselhos, mas percebi que nós dois procuramos a mesma coisa. A pergunta é: onde está isso que procuro?! Bem, dae eu lembro da Shakira (aff... michelito, teu gosto musical anda cada vez mais estranho... aff!!! mas td bem, tá valendo) /la vida es una colección de recuerdos, pero nada como tú recuerdo también/, enfim...
A SEMANA TÁ SÓ COMEÇANDO, SEGURA ESSE NEGO!