quarta-feira, 22 de agosto de 2007

O Exercício de Escrever

Pois Bem... entrego os pontos!

Às vezes fico imaginando milhões de pessoas transitando por aqui. Eu e meu nada modesto ego se sentem massageados por essa visitinha, apesar de ter a plena consciência de que pelo pouco que escrevo aqui, não dá pra tirar muita coisa. Em outras palavras, não tem histórias fantásticas, nem fervo, nem relatos picantes. Rien de rien.
Tudo para mim é passível dum bom texto, uma boa escrita. A mobilização da não prorrogação da CPMF, por exemplo. Vejo a indignação de muita gente que lá, coitada, tira seu dinheirinho da poupança, tem uma taxa irrisória lá no comprovante e pensa: deixa pra lá, nem vale a pena reclamar do desconto, do imposto, da cobrança indevida.
Daí podemos sugar todas as palavras e expressões possíveis, prós e contras, sobre esse assunto. Daria um puta dum texto.
Mas daí fico imaginando: Com a correria do cotidiano e a massificação de pensamentos [especialmente de quem é da minha faixa etária, onde o lance é beber, vestir bem, mostrar o corpitcho e trepar loucamente, pelo menos com camisinha...ufa!], quem é que liga pra CPMF? Nem, já descartei...
Depois pensei nos acontecimentos políticos que passam por aqui: mensalões, sanguessugas, figurões usando "laranjas" pra ganhar mais dindin [tadinhos, estão servindo ao povo, são tão pobrezinhos e necessitados...]... enfim, surgiu uma luz espetacular e pensei: noooooooossaaaaa, que belo post daria.
Mas daí, a velha incoerência, sensatez, pessimismo, autocrítica... sei lá, de mim, pensou: deleta mano! Isso nem vai... seu textozinho nem fará diferença pra nada.
Entonses pensei em falar de coisitchas [hunf...apelando agora pra esses expressões fofutchas...] del corazón: minhas experiências, as dos outros, os poemas, livros, discos, filmes e frases que me tocam.
Mas lá estava ela, sisuda, de óculos bem grossos, um belo talheur [a censura de meu ser], argumentando: Para quê? Quem quer saber de histórias melodramáticas cheirando a discos do Roberto Carlos?? Hunf!
Bem, depois de todas essas experiências me convenci de que nunca terei cacife para escrever textos como Drummond, Quintana, García Márquez, Jabor e tantos outros escreveram em algum momento de suas fantásticas trajetórias. Também percebi que isto aqui cada vez mais está à míngua, tanto da minha parte, bem como de quem deixa pelo menos um recadozinho dizendo:ooops, passei por aqui. Entrego os pontos nesse quesito!
No entanto, estou cada vez mais convencido de que esse jeito michelito de olhar e escrever as coisas é o que me dá mais prazer e me dá o título de escritor, ainda que o exercício seja sofrido e o resultado pífio.

Azúcar!

Um comentário:

Jaq Gimenes disse...

Meu chocolatemeioamargo.... por favor, não entregue os pontos... sei que não sou o maior estimulo para que continue escrevendo por aqui, até porque estou tendo o péssimo habito de ler e nem deixar um oi... mas mesmo assim... é aqui o nosso aprendizado para nossa tãoesperadafuturacompanhialiteraria, por tanto, FIQUE! E contamine o mundo com seu arsecointeligentíssimo, e por mais que ache que não vai fazer diferença o que for escrever, já estará fazendo diferença pra você, e isso que importa!

amo-te
saudades sempre!