quarta-feira, 4 de julho de 2007

Aos Amigos

Me sinto que nem a guria daquele filme corra, lola, corra: nunca minha vida ficou tão corrida quanto agora, onde pela primeira vez me vi obrigado a administrar os encontros e desencontros em doses homeopáticas.
Entretanto, fazia dias que eu queria postar alguma coisa sobre meus amigos. Tenho menos de dez minutos para isso, saindo para almoçar, querendo escrever um puta de um texto. Mas até pra essas coisas o exercício de pensar na ordenação das palavras, somada a tão chamada inspiração, me falta coragem, tempo, e disposição. Sendo assim, ofereço para vocês, parafraseando Pablo Neruda em seus cem sonetos de amor, essas palavras de madeira:

Hoje não é dia do amigo, da amizade, aniversário de alguém ou outra data dita especial. Alias, engraçado que o tempo passa e cada vez mais lembramos [se é que lembramos] de fazer gentilezas aos outros em datas especiais, apenas. Doesn't matter...
Hoje é dia de postar para aqueles e aquelas que vemos todos os dias. Também aos que encontramos eventualmente ou ainda para aqueles que nunca mais veremos.
Posto para os amigos e amigas de tantas trapaças, baladas, aventuras, "bolos", brigas, afagos, discussões sociológicas acaloradas ou dores de amor romântico.
Escrevo para aqueles e aquelas que simplesmente desaparecem...dói no coração a ausência deles. Mas eu sei que no mais íntimo, eles torcem pela gente, assim como eu torço absurdamente para o sucesso de todo mundo.
Falo aos quatro ventos para os amigos carnais, virtuais, reais, imaginários, religiosos, filosóficos, simples e complexos, brasileiros ou estrangeiros.
Digo baixinho no ouvido destes e de tantos outros que minha memória insiste em falhar, o quanto são importantes para mim e o quanto os amo, simples assim.

;]

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Sobre Músicas Que São Explicativas Por Sí só...


Dois Pra Lá, Dois Pra Cá

Elis Regina

Composição: João Bosco/Aldir Blanc

Sentindo frio em minha alma
Te convidei pra dançar
A tua voz me acalmava
São dois pra lá, dois pra cá


Meu coração traiçoeiro
Batia mais que o bongô
Tremia mais que as maracas
Descompassado de amor

Minha cabeça rodando

Rodava mais que os casais
O teu perfume gardênia
E não me perguntes mais

A tua mão no pescoço
As tuas costas macias
Por quanto tempo rodaram
As minhas noites vazias

No dedo um falso brilhante
Brincos iguais ao colar
E a ponta de um torturante band aid no calcanhar

Eu hoje me embriagando
De whisky com guaraná

Ouvi tua voz murmurando
São dois pra lá, dois pra cá

Emporté pas la foule...

domingo, 17 de junho de 2007

Sobre Memórias e Devaneios

As coisas utimamente adquiriram um colorido ímpar na minha vida utimamente: novas perspectivas profissionais e sentimentais, digamos assim. E, desse desencadeamento de cores, a busca por um tom mais leve, o "tom certo", parafraseando Lya Luft [perdas e ganhos, bom livro], é estranha pra mim.
De repente acordei, sem me dar conta inicialmente, como aquelas roupas lavadas com o poder hiper ultra mega espetacular de vanish: alvas, tanto que até dói de ver.
De repente, me olhava no espelho e me orgulhava de todas as manchinhas de cravos e espinhas no meu rosto, afinal, algumas delas têm histórias ótimas para contar.
De repente, não mais que de repente, me via numa espécie de transe vendo um grupinho de cantores latino americanos que tocam e cantam todos os sábados, na xv. A mesma coisa. Mas todas as vezes meus olhos viam um prisma de cores, brilhavam.
Não sei o que quer dizer isso, sei menos ainda a finalidade disso. Apenas sei dizer que tudo isto é muito bom...

terça-feira, 12 de junho de 2007

Você Me Faz Tão Bem
Detonautas
Composição: Tico Santa Cruz

Quando eu me perco é quando eu te encontro
Quando eu me solto seus olhos me vêem
Quando eu me iludo é quando eu te esqueço
Quando eu te tenho eu me sinto tão bem
Você me fez sentir de novo o que eu
Já não me importava mais
Você me faz tão bem...
Você me faz, você me faz tão bem
Quando eu te invado de silêncio
Você conforta a minha dor com atenção
E quando eu durmo no seu colo
Você me faz sentir de novo
O que eu já não sentia mais
Você me faz tão bem
Você me faz, você me faz tão bem...
Não tenha medo
Não tenha medo desse amor
Não faz sentido
Não faz sentido não mudar
Esse amor
Você me faz, você me faz tão bem...
Acho que não preciso escrever mais nada, a letra traduz o que ando sentindo nesses dias, mesmo sem saber no quê vai dar isso e quanto tempo vai durar. Mas ando com uma esperança surda no meu coração de que isso dure por um bom tempo...

domingo, 10 de junho de 2007

O Bonde [3]

Viver cada momento... como se fosse uma rota de ônibus. É o que estou tentando fazer in this moment...

sábado, 9 de junho de 2007

O Bonde [2]

Pois eh...
Tenho um sério problema, acho eu: sinto uma espécie de ansiedade incontrolável quando algo está prestes a acontecer.
Daí as reações são bem conhecidas: meu coração bate a mil, fico com um tremor nas mãos, não consigo deixar de pensar na coisa, no acontecimento, ou numa pessoa. Quem me conhece há algum tempo sabe que tenho um medo enorrrme de que tudo dê errado, ou invento caraminholas na cabeça, sei lá.
Acho que é mais ou menos essa sensação quando estamos interessados em alguém: somos invadidos por uma força surda, absurda, passional, banal. Verdade, desconheço os caminhos do amor, mas por duas vezes meu íntimo deu alguns "alarmes" de que algo estava pairando no ar. E confesso que tive medo. Esse mesmo medo que me bloqueou de viver histórias interessantes, bacanas. Que me impele a optar por não me abrir pra ninguém, nem mesmo meus amigos mais íntimos, minha família. Talvez porque seja o caminho no qual sofremos menos. Entretanto, deixamos de participar da centelha da vida: viver, tão somente viver.
Quando fiz a janta do meu aniversário, só apreciei de verdade todos os instantes um dia depois, enquanto tomava chá, sozinho, no domingo, em casa.
Acho que preciso acreditar mais em mim, e me preocupar menos com as eventuais frustrações, ainda que esse exercício seja extenuante e difícil.
Bem, é isso...

sábado, 2 de junho de 2007

O Bonde

Encontrei, afinal, inspiração para escrever nessa manhã cinzenta de Curitiba [e que depois, tímido, saiu enfim o sol]. Mas as idéias não são ordenadas, obedecendo um sistema linear, métrico: começo, meio e fim. Acho que o título desse post descreve um pouco o turbilhão de coisas que vemos, observamos, quando estamos num ônibus: conversas triviais, entusiásticas, discussões, silêncio. Da mesma maneira ocorreu comigo.
Posso dizer que num mesmo dia chego no céu e inferno, equilíbrio e caos. Ontem mesmo, fiz muitas coisas: tomei chimarrão logo cedinho com meu amigo padre, banquei o detetive pro meu patrão, falei com alguém pelo fone no qual confesso que meu coração está interessado, liguei pro Jacques pra saber das coisas, fui no bar do alemão com uma companhia agradável, fiz sexo num motel barato de cama vermelha [uhu!], encontrei uma moça na rua me pedindo dinheiro pra comer e contando uma história de contar o coração, mas que sinceramente não acreditei em nenhuma palavra do que me dizia. Mas mesmo assim, resolvi bancar o bom samaritano, ajudei, acreditei pifiamente, rs.
Tive saudades dos meus áureos tempos de jovem engajado de paróquia, dos ambientes e tudo o mais [ou na verdade eu senti saudades dos meus amigos, eles me fazem uma falta absurda], mas igualmente confesso, diário virtual, que essa saudade durou apenas cinco minutos. Apesar de tudo, eu me sinto seguro, feliz, revigorado. Como a caneca de chámistureba [ginseng, uxi amarelo e unha de gato] que aprecio agora, neste exato momento, enquanto escrevo.
Não sou um ser que tem a vocação para a virtude por excelência, digamos assim. Ser íntegro, honesto, saber medir as palavras, ser polido e gentil sempre, como algumas pessoas que conheço [a Vera, por exemplo, talvez ela nem imagine a admiração que tenho por ela]. Mas essa experiência de manter minha mente ocupada por 14 horas, todo santo dia, é ótima. Trabalhar com pessoas tão divergentes e diferentes de mim me obriga a refletir. Dar aulas é uma experiência singular, instigante, excitante. Não cobrar tanto de mim igualmente tem sido assim. Confessar para os quatro ventos que ando carente e necessitado desesperadamente de afeto também têm sido mais honesto, eu não preciso ser uma fortaleza e um poço de segurança. Mas igualmente mostrar claramente que não gostei de qualquer coisa e dizer na lata também me deixa leve.
É como se eu me sentisse preparado para alguma coisa que eu não sei, mas sinto que é uma coisa boa que vai acontecer, como se eu pudesse categoricamente dizer: estou pronto!
Pronto para pegar o bonde.

"...
/Fico tão leve que não levo padecer/
...
/É o bonde do Dom que me leva..."

[O Bonde Do Dom, Marisa Monte]




quinta-feira, 10 de maio de 2007

Revoluções Por Minuto Numa Quarta-Feira Que Poderia Ser Qualquer. Mas Não Foi.


BOCA MALDITA 1

Ter a língua solta
contradizer até o fim
ter a língua má
um não se faz um sim
dar à rasa razão
o mais raro sentido
manter a boca aberta
meter a boca no mundo
falar na hora errada
coisas certas que vêm do fundo
boca maldita não é beata
língua má não cria fungo.

[Ricardo Corona]2


Esse dia nunca mais sairá da minha memória! Obrigado Deus, pelos choques, cores, encontros e sabores...

1: Começo do Calçadão da XV aqui em curita, local de barzinhos, palácio da avenida [aquele que as criancinhas se fantasiam de 'peace in the world' e cantam no natal], bondinho, idosos que charlam no fim da tarde.
2:Poema tirado de uma folhinha de calendário enquanto apreciava um chá ímpar num café, fim de noite.Palmas pra esse poeta curitibano!Genial!

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Please Allow Me To Introduce Myself...

""Muitos me chamarão de aventureiro, e o sou, so que de um tipo diferente: dos que entregam a pele para provar suas verdades".

no coments... grande Chê!

bem, é isso...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Sobre Esquecimentos



Sempre fui uma pessoa meio lesada em marcar datas, situações e nomes de pessoas, apesar de jamais esquecer um rosto. Antes eu me preocupava deveras com essas coisinhas. Hoje eu não dou tanta importância assim. Talvez pq há pouco mais de dois anos estou vivendo mais pra mim do que pros outros. Essa manhã mesmo, comentei com um amigo q ontem, dia lindo aqui nessa cidade [meio atípico pra curita, rs!], fui ao parque com um casal de amigos apreciar a paisagem, jogar conversa fora, pensar. Ele disse: ué, pq não me convidou? Na hora pensei: pq naum lembrei, simples. Mas expliquei q resolvemos na hora e tal. Depois me perguntou: mas vc está bravo comigo?! Eu disse: de onde vc tirou isso?! Enfim... esse pedaço transcrevi só pra ilustrar que antes eu ficava puto qdo as pessoas esqueciam de mim, me chamar pra qualquer coisa, etc. Hoje eu não ligo tanto assim, até pq se eu sei que elas estão vivendo bem e felizes, dane-se! Também não tenho obrigação nenhuma de bancar o super simpático e polido com todo mundo. Alías, simpatia e polidez nem podem ser obrigações, e sim espontaneidade, que brota do íntimo. Vai ver por isso que quem me conhece diz às vezes que sou um carinha nada romântico, meio grosseirão, mau humorado e tal, como se eu fosse um ratinho de laboratório, me analisando e anotando no caderninho os experimentos. Como ninguém está dentro de mim pra saber sobre minhas coisas, então não tem autoridade nenhuma pra falar disso. Eu mal conheço a mim mesmo, seria pretensão e arrogância minha dizer que conheço tal pessoa, dizer que ''sei como ela/ele é''. É um exercício interessante, imcompreensível pra alguns, mas até agora têm dado certo comigo. Semana passada um colega de trabalho me disse que eu me podo pra algumas coisas. E ele tem razão nisso, pq se eu não me podasse, talvez seria 'a fina flor da educação' quando qualquer pessoa diz uma coisa que não me agradasse, por exemplo.

Então, o que eu ando fazendo pra descomplicar esses devaneios? Esqueço.

Esqueço quando as pessoas dizem coisas desagradáveis. Esqueço que ando carente e necessitado de amor. Esqueço das coisas que me fazem mal. Esqueço de perder tempo com coisas inúteis. Esqueço que sou explorado mas mesmo assim adoro as coisas que eu faço. Esqueço de querer viver pelos meus amigos, eles sabem muito bem se virar e sei que me amam, assim como eu os amo. No entanto, eu preciso aprender a esquecer outras coisas:

a) de ficar pensando: o que é que os outros pensarão sobre isso?!

b) que pessoas perfeitas existem.

c) que tem coisas que não mudam nunca.

d) e tantas outras impublicáveis, rs...

bem, that's all

quarta-feira, 2 de maio de 2007

O Primeiro Dia de Todas as Mudanças

Pois eh, meu diário virtual. Há algum tempo eu já sentia que estava numa fase de transformações e revoluções. Tá certo que a tensão pré-niver continua toda a mil, mas as coisinhas que andam acontecendo nesse período de um mês no sentido profissional me animaram um pouco a correr atrás das outras que não consigo simplesmente..
Bem, é isso...

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Conversando Sobre Sexo

Homem é foda!
Nem consigo imaginar outra maneira de iniciar essa postagem. Digo isso porque nós homens temos um jeito bem animalesco quando o assunto é sexo, independentemente do carinha ser hetero, bi, homo ou qualquer outra nomenclatura de gênero que exista por aí.
A verdade é que fazia mais ou menos uns 20 dias que eu não praticava tal ato [tico-tico no fubá pros mais antigos, foda, transa, molhar o biscoito,coisinhas, etc, etc e mais etc...] e quando o fiz, ontem à noite, assim que acabou pensei: mas é só?!Nda mais?!
Sempre invejei as mulheres nesse quesito. Aliás, diga-se de passagem, sem desmerecê-las, mas esse é o único que as invejo mesmo, pois cada dia mais descubro como é bom ser homem. Especificamente, eu, do jeitinho que sou. Não conseguiria ser mulher nunca. Mas enfim, onde estava?
Quando uma mulher sente atração por um mancebo qualquer, o cara pode até ser meio feinho, mas normalmente ela se encanta mais pelo psicológico dele do que por qualquer outra coisa. Isso não quer dizer que ela não sinta tesão, mas fato é que a mulher usa de inúmeras artimanhas de sedução pra despertar a atenção. Ou seja, pelas coisas que andei observando, pois isso não tem fundamento científico nenhum, as mulheres ficam atraídas mais pelo conjunto do que pelo físico propriamente dito. Já nós homens partimos do tesão mesmo pra chegar a desenvolver as outras coisas: paixão, carinho, amor. Aquela expressão de que homem só quer mesmo é comer e depois ir embora têm seu fundo de verdade.Até porque os homens, sejam heteros ou gays, geralmente se apaixonam por mulheres ou carinhas que transam bem.Para as senhoras e senhoritas, isso nem importa tanto assim.
Tenho ciência de que vivemos numa sociedade cada vez mais erotizada, onde as relações inter/intra pessoais são bem mais volúveis, líquidas, efêmeras. Não diria que isso é algo totalmente ruim, até porque acho sim que as pessoas precisam fazer sexo bem feito, conversar e tirar dúvidas sobre isso. Entretanto, esse negócio de 'eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também' é meio perigoso, pois no fim das contas acabamos tratando todo mundo como as camisinhas usadas: usou, joga fora. Quem é que nunca, uma vez ou outra na vida, não se sentiu assim? Pior: fez alguém se sentir desse jeito?
Pra resumir esse devaneio: gostei de ter transado ontem, fez bem pro meu corpo,pra minha mente.O que eu não curti foi ter feito isso sem envolvimento nenhum.Sem paquerinha, flerte, carícia, admiração, passión. Amor, enfim.
Sou feliz porque vivo numa sociedade livre, onde dentro dos limites posso ser quem eu quiser. Mas também desgraçadamente em algumas ocasiões não usufruo com prudência essa tal liberdade.
"Ah, o amor! Hummm, o sexo"!
[Amor e Sexo, frase da música interpretada por Rita Lee]

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Devaneios

A)
Depois que descobri como é que se usa direito o nero, hunf! Minha vida mudou![palmas pra esse ser ridículo que mal sabe usar direito o pc, clap clap!]
Ando ouvindo aquelas músicas que muita gente se faz de indiferente, diz que nem curte, mas que lá no íntimo do seu cafofo ouve. Poderia até listar aqui as tais pérolas, mas cada um têm a sua, não é mesmo? Então ficaremos no sugestivo mesmo.
A verdade é que fui acometido por uma onda de sentimentalismo, saudosismo e nem sei mais o quê de ismo, que utimamente já acordo meio animadinho, dizendo: opa! Mais um dia daqueles em que qualquer coisinha já me faz divagar, divagar e divagar.

B)
As coisinhas interessantes, curiosas e legais que têm acontecido nas últimas duas semanas [festinha, funk, dvd, aulas, viagem, amigos, affair, saudade, noites boêmias, uns encontrinhos aqui e acolá com gente interessante e outras nem tanto assim, introspecção, vontade de ficar, sair, fugir, gripe, gente chata, gente bacana. Ufa!] me fizeram repensar o conceito de que eu sou um sequelado emocional. Não sei se porque estou na tensão pré-aniversário, ou se porque vi que tem muita gente que conheço que aparenta um equilíbrio e... [bem, deixa quieto, rs], ou se aprendi e apreendi coisas novas ou ainda um mix de tudo isso. Vai saber, né? Estou no processo de quantificação e tabulação dos dados...
C)
Fica aqui registrada minha indignação a tanta gente mesquinha, chata, egocêntrica e dinheirista. Sei que morando numa cidade grande a probabilidade de eu ser mais uma dessas pessoas é enorme, salta aos olhos. Mas se fico puto com algumas situações, aqui mesmo no meu trampo por exemplo, significa dizer que ainda tenho um pouco de humanidade nessa carcaça.
D)
Sexta-feira passada, no café do teatro, estava eu, Ana Paula e Ricardo [professora da escola e amigo desse moço que vos escreve] falando sobre a melhor transa que tivemos. Fazendo as contas desde que comecei a venturar nos caminhos dos fluidos e libido, dá pra contar nos dedos de uma das mãos as vezes que aconteceram coisinhas interessantes. Num primeiro momento pensei que eu deveria transar mais, mas daí pensei direto e concluí que o melhor mesmo é estar amando a pessoa que queremos transar. Como eu nunca soube direito o que é isso, fica mesmo na imaginação. Ou nos poemas, livros e discos, cartas, declarações...
E)
Achei o máximo ir num barzinho ontem a noite pra ver um professor daqui fazer o cover do Elvis. Mais máximo do que isso:
e.1) não bebi absolutamente nada. Apesar de meio doente, aproveitei a noite e no dia seguinte tudo bem. Meu corpo agradece, eeeeeeeee....;
e.2) não fui pra caçar ninguém. Piorou ser caçado.
e.3) Um monte de lembranças boas dos tempos em que eu era do grêmio estudantil, adolescente que se achava revolucionário.
e.4) O acaso uniu na mesma mesa pessoas com pensamentos e pré-conceitos beeem diferentes. E ninguém morreu ou saiu lesado por isso. Viva as diferenças! [talvez ninguém na mesa tenha olhado dessa forma que eu, mas é antes de chegar no bar eu estava numa palestra super interessante na qual, já no fim dela, falava sobre essas coisas. Pra mim foi a coroação da noite!]
Vá bene! É isso aí...

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Novos Olhares



Duas reportagens ontem à noite no Fantástico [a primeira falando sobre o budismo, como religião e/ou filosofia de vida. A outra relata experiências de jovens, como eu, na faixa dos 20 e poucos anos] me fizeram voltar no tempo em duas situações.


Quando eu era criança tinha certeza de algumas poucas coisas: que ia estudar, teria uma vida independente, viajaria muito, moraria numa cidade grande, que era um garoto diferente dos demais, da maioria. Mas nunca pensei que um dia, já adolescente, moraria em Foz do Iguaçu, que seria um "rato de igreja" por seis anos [nada pejorativa essa expressão], faria a faculdade de turismo, mudaria pra Curitiba. Nunca me imaginei vendendo cerveja e refrigerante na ponte da amizade. Muito menos que trabalharia nesse país por 4 anos. Jamais me via fazendo palestras pra um monte de gente, que dirá exercendo trabalho de chefia, apesar desse jeito despachado. Nunca imaginei escrevendo poemas, poesias, sonetos pra alguém. Tampouco que seria conselheiro sentimental de alguns e algumas.


Jamais pensei que um dia chegaria


Sei que tenho apenas 25 anos, mas se eu listasse todas as coisas que vivi, certamente gastaria muito papel. Algumas passagens dessa listagem relato com orgulho, outras escondo. Outras ainda lembro, sinto, reflito, reescrevo, já que apagar não dá.


Eu me via nos depoimentos daqueles jovens questionados pela bela Fernanda Lima. Imaginava, lá atrás, igualzinho aos jovens, que quando chegasse aos 25 teria meu carro, minha casa, minhas contas pagas, meu casamento, meu trabalho, uma boa conta bancária, que seria diferente de minha mãe, meu pai. Não consegui nada disso. E de certa forma não fiquei frustrado por essa constatação. Afinal, quase todo mundo que conheço na faixa dos 20 e poucos mal sabem o que querem na vida. E mais além: algumas das pessoas mais extraordinárias que conheci aos 40,50 e até 60 e poucos tb nem sabem.


Bem, é isso...




quarta-feira, 11 de abril de 2007

Qualquer Semelhança Não é Mera Coicidência


Branco e preto. Arroz e Feijão. Dormir tarde e acordar cedo. Pagar contas e receber uma bolada na loteria.

Ouvir uma conversa chata, balançar a cabeça e intervir dizendo "aham, interessante". Ou pedir no mais íntimo de você: "não pare de falar, sua voz é música pros meus ouvidos".

Buscar uma saída racional ou aventurar-se numa loucura que no fundo sabe que te faz extremamente bem. Ou não. Quem é que sabe, afinal?

Pedir que nunca mais saia da tua vida. Ou, quando bater a porta, dá um suspiro fundo: "já vai tarde".

Beber coca, cerveja e tudo o mais. Ou ser naturista, adepto dos orgânicos e ser contra a onda capitalista que assola a humanidade tão desumana.

Andar por aí sem rumo. Pensar milimetricamente cada passo. Chorar de saudade. Alegrar-se no encontro, na despedida.

Lutar em busca daquilo que se chama amor, passión [ou quaisquer outras nomenclaturas de cunho sentimental], ainda que o objeto do mais cálido amor esteja quase 700 km de distância. Ou 1000. Ou 2000. Ou ainda a uns 200 metros.

Querer esperar contra toda a esperança. Dar um "up" na imagem. Ficar recluso em casa, ruminando coisinhas que aparentemente são medíocres. Ou não.

Enfim, talvez esse texto esteja tão confuso quanto o autor dele nestes dias, em que simplesmente nem sabe o que pensar, como pensar e no que pensar. Apenas pensa. Sente, Ressente. Alegra. Ama. Vive.

Bem, é isso...


segunda-feira, 9 de abril de 2007

Observações Depois de Um Delicioso Feriado

Pois eh...
Utimamente andava postando aqui mais por puro exercício de registro das coisas do que por empolgação [E também porque andava sem inspiração pra escrever alguma coisa que achasse decente, sabe como é: super auto-crítico, rs]. Tenho uma agenda pessoal na qual eu coloco algumas coisas íntimas, que igual a esse blog, anda às moscas.
Mas hoje, depois de tantas coisas interessantes e bacanas eu resolvi postar dois textos aqui nos quais traduzem tudo. O primeiro é do orkut de uma amiga minha. Já a letra da música da Maria Bethânia quer ser talvez um pouco do meu anseio por um relacionamento maduro.
Acho que findas as leitura eu nem precise comentar mais nada a respeito, né?
Bem, é isso...

___________________

Texto A
SAUDADE: Recordação, ao mesmo tempo triste e suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possui-las; pesar pela ausencia de pessoas queridas; nostalgia.Quem me conhece sabe bem como esse sentimento me define!!Tenho saudades de coisas bobas, simples...Momentos idiotas, mas perfeitos...Saudades de pessoas q moram longe...E de outras que agora são anjinhos do lado de Deus...Saudades do colégio, dos amigos lindos q fiz lá...Saudades de muitas coisas e pessoas!!Gosto dessa frase:" A saudade é a memória do coração!"
Texto B
Música: Cheiro de Amor
Intérprete: Maria Bethânia
De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
Mas o seu jeito de me olhar, a fala mansa meio rouca
Foi me deixando quase louca já não podia mais pensar
Eu me dei toda para você
De repente fico rindo à toa sem saber por que
E vem a vontade de sonhar de novo te encontrar
Foi tudo tão de repente, eu não consigo esquecer
E confesso tive medo, quase disse não
E meio louca de prazer lembro teu corpo no espelho
E vem o cheiro de amor, eu te sinto tão presente...
Volte logo meu amor

domingo, 25 de março de 2007

Observações Domingueiras

Das últimas vezes que meus companheiros de capital nos vimos, vez ou outra falávamos a respeito de relacionamentos: dos meus [houve mesmo algum?! rs], deles, das outras pessoas, das imaginações. Ontem, quando meus amigos foram embora e eu resolvi ficar no barzinho com dois vagos conhecidos que foram embora de foz, analisava o ambiente que estava, distribuia sorrisos, estava bem. Aliás, essas duas semanas foram super boas: ganhei o carinho de um amigo meu que sinceramente não esperava, consegui contornar os problemas do trabalho de uma maneira bem susse, ocupei minha mente com inúmeras coisas.
Quando caminhava hoje à tarde pra casa dum amigo, ruminava sobre tudo isso. Pensava que ainda que a gente determina muitas coisas, não temos na verdade o controle de nada. Podemos pautar nossas escolhas, dosar nossas ações, planejar... mas no fim das contas o presente é o que conta. O que é que ando fazendo do meu presente? Deste exato minuto?
Bem, é isso...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Outono

Pois eh, meu confessionário virtual... ando tão sem inspiração pra escrever qualquer coisa que por vezes acho que estou emburrecendo. Mas daí vem Drummond e traduz exatamente o que senti nesses últimos dias.

Desejos

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

[Carlos Drummond de Andrade]

Bem, é isso...

terça-feira, 13 de março de 2007

Pensamentos e Constatações Líquidas

Misto de vaidade, misto de solidão, misto de desapego, misto de uma puta vontade de escrever. Isso é o que me move hoje. Me impele a confessar simplesmente: falhei. Tento por vezes andar na contramão do que é proposto, do que vemos, sentimos e ouvimos, mas vejo que cada dia mais se torna dificílimo para mim.
Sabe quando há momentos nos quais você duvida de tudo, de todos, tal a velocidade das coisas e situações? Pois é. Num mesmo dia sou obrigado por vezes, e em outras por livre e espontânea vontade, a fingir papéis. Ser um fingidor-mor, como dizia Fernando Pessoa. Daí quando entro no meu catre, percebo que nem ao menos identificação nenhuma possuo no lugar onde repouso meu corpo, onde passo horas dormindo, tomo meu café frugal, quase nunca almoço, saio correndo para compromissos nem tão importantes assim.
Talvez tudo isso pra justificar essas sensações que mal consigo distinguir claramente do que se trata. Mas daí, fim de semana: o encontro com amigos [Deus que me perdõe, mas tem horas que eu duvido veementemente se eles são mesmo meus amigos. E mais do que isso: se eu tenho sido amigo deles também.], para falar dos mesmos assuntos, falar mal uns dos outros, ir aos mesmos lugares. No fundo, refletimos uns nos outros as nossas misérias e incapacidades.
Comparo esse misto de coisas nas quais eu sinto como um prisioneiro de guerra no qual é obrigado a ficar dias sem dormir: tal a privação de sono este deixa de ser pessoa, passa a ser número, boneco, ventríloco, robô, mecânico. Desprovido de sentimentalidades, ideais, espiritualidade, compromissos, responsabilidades, enovolvimento, comprometimento. Passa a ser guiado pelas novidades, dvd's, cd's, tratamentos de estética, computadores, salas de bate-papo, encontros e mais encontros virtuais nos quais todos sabemos que a probabilidade de chegarem a algum lugar é quase nula, roupas, celulares, comidas, shoppings, pagamento de contas e mais contas, cobranças...
Quando minha chefe ontem chorava, me contando todos seus problemas, era como se estivesse refletido naquele discurso o eco das minhas dores. Sim, eu disse coisas positivas pra ela, mas que no mais íntimo de mim eu não acreditava em nada do que eu próprio dizia, tal o pessimismo que me encontro. Quantas pessoas, não importando que seja nas grandes ou pequenas cidades, gritam por socorro, ainda que de forma pueril e disfarçada?
Quantos sonhos e aspirações são sacrificados em nome de preconceitos arraigados, consumismo desenfreado e imagem exacerbada do "look my body"? Quem garante que todo esse post que pouquíssimas pessoas lêem, seja verdadeiramente resultado de um processo de dor na qual me encontro?Ou se é apenas uma postagem de alguém frustrado, pessimista, rancoroso e talvez até presunçoso?
Não sei. A única coisa que eu sei é que estou cansado de gritar por socorro. Às vezes a "anestesia" é tão cavalar que eu desejo qualquer coisa, deve ter algum sentimento qualquer que sirva.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Listagem de Filmes Vespertinos Que Todo Vagal [ou semi-vagal] Como Eu Deve Assistir

Desde quando comecei a trabalhar [na verdade desde que me mudei pra cá, admite, vai!] tenho o costume de no meio da tarde ir no cine assistir um filminho. As vantagens são muitas, pois pego a sala praticamente vazia, sem criançada, sessões super baratas, gente estilo "maria porcina" [adora um fervo, ainda mais em local que nem fica bem], tudo muito relax, tudo muito bem. Daí inspirado por uma amiga minha há um tempo atrás resolvi postar a lista dos filmes que vi [se eu lembrar de todos] e alguns comentários. Lá vai:

Pequena Miss Sunshine: Pega todos os elementos de uma historieta que poderia ser clichê mas consegue ser genial, inteligente, por vezes meio ácida. Vale a pena conferir
A Rainha: Figurinos bem retratados, bons atores, história bem construída e interpretação da Elizabeth II sem palavras [parece comentário de quem nem tem muito o que dizer, mas td bem...]
Vênus: Achei o enredo dele parecido com Memória de Minhas Putas Tristes, de Gabriel García Márquez. Interessante como muitas coisas a gente só tem um "click" quando estamos em momentos de crise. Um dos melhores filmes que já vi.
Perfume de Mulher: Comecei a gostar de tango quando vi o Al Pacino dançando "Por Una Cabeza" de Carlos Gardel. O detalhe que o personagem dele, cego e meio antipático é que mais se apresenta como alguém sem tantas máscaras desde o início do filme. Aprendi com ele que o problema não é ter máscaras e usá-las eventualmente, mas sim renegá-las a todo instante.
As Horas: Três mulheres, três histórias diferentes, um ponto em comum: a dificuldade de lidar com o vazio delas mesmas. Aliás, vazio presente todos nós.
Beleza Americana: Viva o 'AMERICAN DREAM', com todo o ônus que isso pode causar...
Mach Point: Me identifiquei em alguns momentos com o personagem principal: pra ter status somos capazes de cometer qualquer coisa.
21 Gramas: Prende atenção do começo ao fim.
Como Eliminar Seu Chefe: [esse eu vi de madrugada, mas tá valendo, rs] Até hoje penso que os melhores filmes que a Globo exibe só passa pra insones e vagais vespertinos. Pra mim esse filme de 19 e lá vai pedrinha fez valorizar um pouco mais minhas amizades, ainda que nem demonstre tanto.

Bem, como minha memória não quer colaborar nos nomes dos outros filmes que curti e curto,de início listo estes mesmos...

é isso...