domingo, 25 de março de 2007

Observações Domingueiras

Das últimas vezes que meus companheiros de capital nos vimos, vez ou outra falávamos a respeito de relacionamentos: dos meus [houve mesmo algum?! rs], deles, das outras pessoas, das imaginações. Ontem, quando meus amigos foram embora e eu resolvi ficar no barzinho com dois vagos conhecidos que foram embora de foz, analisava o ambiente que estava, distribuia sorrisos, estava bem. Aliás, essas duas semanas foram super boas: ganhei o carinho de um amigo meu que sinceramente não esperava, consegui contornar os problemas do trabalho de uma maneira bem susse, ocupei minha mente com inúmeras coisas.
Quando caminhava hoje à tarde pra casa dum amigo, ruminava sobre tudo isso. Pensava que ainda que a gente determina muitas coisas, não temos na verdade o controle de nada. Podemos pautar nossas escolhas, dosar nossas ações, planejar... mas no fim das contas o presente é o que conta. O que é que ando fazendo do meu presente? Deste exato minuto?
Bem, é isso...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Outono

Pois eh, meu confessionário virtual... ando tão sem inspiração pra escrever qualquer coisa que por vezes acho que estou emburrecendo. Mas daí vem Drummond e traduz exatamente o que senti nesses últimos dias.

Desejos

Desejo a você
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
Chope com amigos
Crônica de Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música de Tom com letra de Chico
Frango caipira em pensão do interior
Ouvir uma palavra amável
Ter uma surpresa agradável
Ver a Banda passar
Noite de lua Cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não Ter que ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como criança
Ouvir canto de passarinho
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal
Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender um nova canção
Esperar alguém na estação
Queijo com goiabada
Pôr-do-Sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
Recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria
Uma tarde amena
Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona
Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu.

[Carlos Drummond de Andrade]

Bem, é isso...

terça-feira, 13 de março de 2007

Pensamentos e Constatações Líquidas

Misto de vaidade, misto de solidão, misto de desapego, misto de uma puta vontade de escrever. Isso é o que me move hoje. Me impele a confessar simplesmente: falhei. Tento por vezes andar na contramão do que é proposto, do que vemos, sentimos e ouvimos, mas vejo que cada dia mais se torna dificílimo para mim.
Sabe quando há momentos nos quais você duvida de tudo, de todos, tal a velocidade das coisas e situações? Pois é. Num mesmo dia sou obrigado por vezes, e em outras por livre e espontânea vontade, a fingir papéis. Ser um fingidor-mor, como dizia Fernando Pessoa. Daí quando entro no meu catre, percebo que nem ao menos identificação nenhuma possuo no lugar onde repouso meu corpo, onde passo horas dormindo, tomo meu café frugal, quase nunca almoço, saio correndo para compromissos nem tão importantes assim.
Talvez tudo isso pra justificar essas sensações que mal consigo distinguir claramente do que se trata. Mas daí, fim de semana: o encontro com amigos [Deus que me perdõe, mas tem horas que eu duvido veementemente se eles são mesmo meus amigos. E mais do que isso: se eu tenho sido amigo deles também.], para falar dos mesmos assuntos, falar mal uns dos outros, ir aos mesmos lugares. No fundo, refletimos uns nos outros as nossas misérias e incapacidades.
Comparo esse misto de coisas nas quais eu sinto como um prisioneiro de guerra no qual é obrigado a ficar dias sem dormir: tal a privação de sono este deixa de ser pessoa, passa a ser número, boneco, ventríloco, robô, mecânico. Desprovido de sentimentalidades, ideais, espiritualidade, compromissos, responsabilidades, enovolvimento, comprometimento. Passa a ser guiado pelas novidades, dvd's, cd's, tratamentos de estética, computadores, salas de bate-papo, encontros e mais encontros virtuais nos quais todos sabemos que a probabilidade de chegarem a algum lugar é quase nula, roupas, celulares, comidas, shoppings, pagamento de contas e mais contas, cobranças...
Quando minha chefe ontem chorava, me contando todos seus problemas, era como se estivesse refletido naquele discurso o eco das minhas dores. Sim, eu disse coisas positivas pra ela, mas que no mais íntimo de mim eu não acreditava em nada do que eu próprio dizia, tal o pessimismo que me encontro. Quantas pessoas, não importando que seja nas grandes ou pequenas cidades, gritam por socorro, ainda que de forma pueril e disfarçada?
Quantos sonhos e aspirações são sacrificados em nome de preconceitos arraigados, consumismo desenfreado e imagem exacerbada do "look my body"? Quem garante que todo esse post que pouquíssimas pessoas lêem, seja verdadeiramente resultado de um processo de dor na qual me encontro?Ou se é apenas uma postagem de alguém frustrado, pessimista, rancoroso e talvez até presunçoso?
Não sei. A única coisa que eu sei é que estou cansado de gritar por socorro. Às vezes a "anestesia" é tão cavalar que eu desejo qualquer coisa, deve ter algum sentimento qualquer que sirva.

sexta-feira, 9 de março de 2007

Listagem de Filmes Vespertinos Que Todo Vagal [ou semi-vagal] Como Eu Deve Assistir

Desde quando comecei a trabalhar [na verdade desde que me mudei pra cá, admite, vai!] tenho o costume de no meio da tarde ir no cine assistir um filminho. As vantagens são muitas, pois pego a sala praticamente vazia, sem criançada, sessões super baratas, gente estilo "maria porcina" [adora um fervo, ainda mais em local que nem fica bem], tudo muito relax, tudo muito bem. Daí inspirado por uma amiga minha há um tempo atrás resolvi postar a lista dos filmes que vi [se eu lembrar de todos] e alguns comentários. Lá vai:

Pequena Miss Sunshine: Pega todos os elementos de uma historieta que poderia ser clichê mas consegue ser genial, inteligente, por vezes meio ácida. Vale a pena conferir
A Rainha: Figurinos bem retratados, bons atores, história bem construída e interpretação da Elizabeth II sem palavras [parece comentário de quem nem tem muito o que dizer, mas td bem...]
Vênus: Achei o enredo dele parecido com Memória de Minhas Putas Tristes, de Gabriel García Márquez. Interessante como muitas coisas a gente só tem um "click" quando estamos em momentos de crise. Um dos melhores filmes que já vi.
Perfume de Mulher: Comecei a gostar de tango quando vi o Al Pacino dançando "Por Una Cabeza" de Carlos Gardel. O detalhe que o personagem dele, cego e meio antipático é que mais se apresenta como alguém sem tantas máscaras desde o início do filme. Aprendi com ele que o problema não é ter máscaras e usá-las eventualmente, mas sim renegá-las a todo instante.
As Horas: Três mulheres, três histórias diferentes, um ponto em comum: a dificuldade de lidar com o vazio delas mesmas. Aliás, vazio presente todos nós.
Beleza Americana: Viva o 'AMERICAN DREAM', com todo o ônus que isso pode causar...
Mach Point: Me identifiquei em alguns momentos com o personagem principal: pra ter status somos capazes de cometer qualquer coisa.
21 Gramas: Prende atenção do começo ao fim.
Como Eliminar Seu Chefe: [esse eu vi de madrugada, mas tá valendo, rs] Até hoje penso que os melhores filmes que a Globo exibe só passa pra insones e vagais vespertinos. Pra mim esse filme de 19 e lá vai pedrinha fez valorizar um pouco mais minhas amizades, ainda que nem demonstre tanto.

Bem, como minha memória não quer colaborar nos nomes dos outros filmes que curti e curto,de início listo estes mesmos...

é isso...


quarta-feira, 7 de março de 2007

A Semana [que bem que poderia ser deletada]

Pois eh, meu estimado diário virtual... saudades? A vida e os acontecimentos dela são tão atribulados que meus comentaristas sumiram e até eu sumi destas páginas...
Bem, a semana começou duma maneira tão estressante que parece até capítulos de novela: mato, eclipse, papo chato, estresse, mosquitos, assalto, mais estresse, sensação de impotência, paixonites agudas [não da minha parte, lógico], chatices no trabalho, pouco dinheiro, frustração, bebedeiras... se o Manoel Carlos me conhecesse, acho que eu seria o Heleno dele da próxima novela.
Bem, é isso...